04 de junho, de 2025 | 18:05

Médicos do Hospital de Timóteo aguardam pagamento por serviços prestados

Uma proposta de acordo para pagamento de plantões aos médicos que atuam no Hospital de Timóteo, unidade que até então era gerenciada pela Organização Social Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, foi protocolada esta semana no gabinete do prefeito Vitor Prado (Republicanos). A proposta é que seja evitada uma greve e os profissionais não fiquem sem receber.

Os médicos reclamam do atraso no pagamento dos plantões feitos entre os dias 19/2 e 26/3. “Apesar dos serviços prestados, os profissionais ainda não receberam qualquer valor correspondente ao período trabalhado, situação que compromete diretamente sua subsistência e dignidade, uma vez que a remuneração tem caráter alimentar”, afirma nota divulgada pelos profissionais.

O gerenciamento da unidade foi formalizado por meio do Contrato 138/2024, firmado entre o Município e a Organização Social, com início em 26/3/24, prevendo o repasse de mais de R$ 40 milhões em recursos públicos para a manutenção e operação dos serviços de saúde. Desde então, os médicos enfrentam o que consideram falta de transparência e desencontro de informações entre a Prefeitura e a OS. Enquanto o Município alega ter efetuado os repasses devidos, a Organização afirma não ter recebido os valores.

Diante da ausência de solução concreta, os médicos informam que, caso o pagamento não seja regularizado nos próximos dias, será iniciada uma paralisação parcial e ética dos serviços, com a manutenção integral dos atendimentos de urgência e emergência, conforme previsto pelo Código de Ética Médica. Procedimentos eletivos e atendimentos ambulatoriais poderão ser suspensos temporariamente, como forma de reivindicar os direitos profissionais e alertar a sociedade para a grave crise na gestão da saúde pública local.

Em busca de um acordo
A advogada da maioria dos médicos, Ana Paula Tomé, afirma que “está clara a demonstração da falta de transparência no emprego da verba pública, somada ao atraso injustificado de verbas de natureza alimentar devida aos prestadores de serviços médicos, revela uma profunda falta de respeito não apenas com os profissionais da saúde, mas com toda a população de Timóteo, pois trata-se de um serviço essencial à coletividade. É importante lembrar que não estamos falando de empresas, mas de pessoas - médicos e médicas que têm famílias, que trabalharam o mês inteiro, muitos cumprindo plantões exaustivos de 24 horas, salvando vidas diariamente. Ignorar essa realidade é desumanizar quem sustenta, com esforço pessoal, o sistema de saúde público local”, enfatizou.

Por fim, a nota divulgada pelos médicos reafirma o compromisso com a população e reforça que a medida visa “pressionar por transparência, responsabilidade e respeito com os profissionais que sustentam, diariamente, o funcionamento da rede pública de saúde”.