27 de maio, de 2025 | 03:00
De bobices, modernidades e homens ilustres...
Nena de Castro *
Dia, meus queridíssimos cinco leitores! E cá tou eu, com os pezinhos doendo digo, pro dibaidoscarcanhá, causa dos esporões! Com inveja, os joei também doem, a cacunda idem, a coluna dá suas fincadas e os ovos nos ombros botados pela tendinite, prosperam. Nem bem o friu começou e o trem, de hora em hora, peora, como dizia a vizinha dona Miliquita. Bão fazê o quê, vô é tumá os reméidos que minha mãe ensinou, chás, garrafa dágua quente prodibaixo do pé, depois na coluna e por úrtimo nos ovos dos ombros quem sabe sai pintinho? E memo num tando de resguardo,vou tomar sopa de galinha caipira com pimenta do reino, cebolinha e sarsa, eita ferro, já tô sarando! E mode num pegá risfriado, ou curá, a gente coloca no leite fervendo uma boa dose de conhaque de alcatrão de S. João da Barra e bebe na hora de drumi. Ribuça diritim e os trem que causa a gripe sai tudo correno, pois o conhaque espanta inté lumbriga e a gente drome bebim, bebim, alegrim pra daná! E alegre, num vô pensá na zona qui tá o mundo, quero isso não, é dimais pro meu coraçãozinho... Isturdia, eu tava deitada e saiu uma voiz do computador chamando eu, que pulei logo, mandei o capeta saí e peguei a vassora mode me defendê. A voiz falô pra eu tê carma, só quiria me ajudá, disse que era a tar de inteligença artificiá (IA) e pudia fazê munta cosa pra mim: podia criar desenhos maravilhosos, compor musicas, escrever textos! - ca vassoura na mão, priguntei pra coisa” se ela sabia matar e despenar galinha caipira, abrindo pelo fiofó, limpando tudo e enchendo com farofa de miúdos, costurando e fritando com água na gordura mode ficá douradinha e deliciosa. Ela respondeu que não, entonce ieu priguntei tombém se sabia fazê sabão de decuada”, franguim com quiabo, mustarda com angu, docim de leite que derrete na boca, mingár de mi verde, bolo de arroz, pamonha apimentada, angu liso, geléia de pé de boi e se sabia cortá cobrêro, com galho de assapeixe! Quando eu ia priguntá se ela sabia fazê unguento pra curá ferida e unheiro, começô a sair fumaça do aparei e dona IA sumiu! Inxerida, num te chamei e nem te quero, sai daqui, inconha! Bão meus queridos leitores, espero que tenham dado muitas risadas, causa de quê o trem anda feíssimo; peço licença para abraçar a família do grande médico Emílio Fernandes, que teve uma jornada belíssima aqui em nossa cidade. E lembro que em 30 de março de 1981, certo fotógrafo, mineiro que nem nós, presenciou o atentado a tiros ao presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, em Washington.O mundo precisa ser fotografado com respeito como se cada imagem fosse uma oração”
Todo mundo querendo foto do acontecido e só ele tinha, o que lhe rendeu muito dinheiro e alçou sua carreira para a glória mundial. Sim, Sebastião Salgado fez prodígios e segundo Betto Piccolo ele retratou com luz e sombra o sofrimento, o trabalho, a resistência, o êxodo, os povos invisíveis e a natureza pulsante do planeta. Seu olhar nos ensinou que a fotografia é mais do que arte, é memória, denúncia, reverência, comunhão. Salgado fundou com a esposa o Instituto Terra, responsável por reflorestar milhares de hectares da Mata Atlântica e afirmava que o mundo precisa ser fotografado com respeito como se cada imagem fosse uma oração”. E nada mais a Bugra ousa dizer ante tanta grandeza! Au Revoir.
* Escritora e Encantadora de Histórias.
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Gildázio Garcia Vitor
27 de maio, 2025 | 05:51Bun dia Bugra Véia! Adorei o "E cá tô eu", não lembrava, ou nunca me ensinaram, esse cacófato. Obrigado!
Ontem, li uma reportagem no Portal Caparaó, de Manhuaçu, sobre o Sebastião Salgado fotografando em São João do Manhuaçu.”