25 de maio, de 2025 | 08:50

Macrorregião de saúde do Vale do Aço já supera 400 casos de hospitalização por doenças respiratórias

Divulgação
Vacina é a principal aliada contra doenças infecciosasVacina é a principal aliada contra doenças infecciosas
Por Matehus Valadares - Repórter Diário do Aço
O Vale do Aço, assim como todo o estado de Minas Gerais, tem enfrentado um escalonamento de casos de internação referentes à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Conforme dados que constam no Painel SRAG Hospitalizado, atualizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), até a 21ª semana epidemiológica deste ano, que concluiu neste sábado (24), 406 pessoas já foram hospitalizadas.

A condição está relacionada às infecções respiratórias, dentre elas a pneumonia bacteriana, a gripe causada pelo vírus influenza e a covid-19. “É caracterizada por dificuldades respiratórias e queda nos níveis de oxigênio, podendo evoluir rapidamente para complicações fatais, especialmente em crianças e idosos”, explica Lucas Teiichi, coordenador da pediatria do Hospital Márcio Cunha (HMC).

O painel ainda mostra que houve 20 óbitos pela síndrome. Ipatinga conta com 154 notificações de hospitalizações ao longo dos cinco meses do ano. Os dados são contabilizados de acordo com o local de residência do paciente. No entanto, vale ressaltar que além de Ipatinga, as unidades da cidade atendem pacientes de outros 35 municípios da macrorregião, o que aumenta a demanda. As portas de entrada são Hospital Municipal Eliane Martins (HMEM), UPA24h (Unidade de Pronto Atendimento) e Hospital Márcio Cunha.

No dia 9 de maio, o prefeito Gustavo Nunes (PL) decretou situação de emergência por causa do aumento dos números dos casos de doenças respiratórias. Ele ainda enfatizou que a decisão é uma medida preventiva, considerando que os meses de junho e julho registram picos de doenças respiratórias.

Antes disso, no dia 2, o Executivo mineiro também havia decretado estado de emergência em saúde pública.
Reprodução
Painel da SES-MG mostra dados a respeito das hospitalizações por SRAG este anoPainel da SES-MG mostra dados a respeito das hospitalizações por SRAG este ano

Fabriciano lidera número de mortes
Em Coronel Fabriciano, conforme dados oficiais do painel, foram registradas 13 mortes pela condição respiratória. Em Ipatinga são somados dois óbitos. Timóteo, Caratinga, Bom Jesus do Galho, São João do Oriente e Córrego Novo têm um óbito, cada município.

Quantitativo
Quando avaliada a quantidade de casos com internações por causa da SRAG, Ipatinga assume a liderança com 155 e Coronel Fabriciano aparece com 121. Timóteo está em terceiro, com 36.

Crianças e idosos
As crianças são as principais vítimas de internação pela síndrome respiratória, com 216 notificações na faixa etária até 9 anos. Houve também 26 hospitalizações entre jovens de 10 a 19 anos.

Os idosos, que também são grupos de risco, somam 103 internações, com ponto de atenção para idade entre 70 e 79 anos, que acumulam 32 notificações, o que representa 31,07% do total registrado no grupo.

A maioria das mortes também foram registradas entre os idosos: 13. Sendo que 10 foram entre pessoas com mais de 80 anos. Duas crianças entre 1 a 9 anos também morreram por SRAG este ano.
Reprodução/SES-MG


Vacinação é apontada como método preventivo

O pediatra do HMC, Lucas Teiichi, reforça a necessidade de manter o calendário vacinal em dia, incluindo a vacina contra a gripe. “Manter as vacinas em dia é uma das formas mais eficazes de prevenir infecções respiratórias graves”.

Conforme o Painel de Vacinação Contra a Influenza, administrado pelo Ministério da Saúde, a macrorregião do Vale do Aço tem um desempenho baixo. A cobertura vacinal entre os idosos atingiu apenas 37,45%, enquanto em crianças e gestantes tem o índice de 31,29% e 14,76%, respectivamente.

O município que aplicou mais vacinas em números absolutos é Ipatinga, com 40.235 doses aplicadas, seguido por Caratinga, com 16.354; e Timóteo, com 12.999. Coronel Fabriciano, foram aplicadas apenas 8.113 vacinas, o que significa que menos de 10% dos habitantes procuraram os pontos de vacinação.

Cuidados preventivos, especialmente entre as crianças, grupo que está mais vulnerável à SRAG, também são fundamentais. “Primeira coisa é reforçar os cuidados de higienização, a lavagem correta e frequente das mãos e orientá-las que evitem levar as mãos e objetos à boca. Além disso, é importante que, caso as crianças apresentem sintomas gripais, não as levar para creche ou escola até a sua completa resolução. O cuidado deve ser redobrado com as crianças que apresentam condições de maior risco, como as imunossuprimidas, as asmáticas e aquelas que têm outras condições respiratórias previamente conhecidas, evitando o contato com pessoas com sintomas gripais”, destaca.



Quando procurar ajuda médica

No dia 15 deste mês, a Secretaria de Saúde de Ipatinga lançou um alerta à população sobre a superlotação nas unidades de urgência e emergência. O comunicado informava o aumento da demanda por serviços de saúde, principalmente relacionada a doenças respiratórias, comuns nos períodos mais secos. As unidades estão operando no limite de sua capacidade, enfrentando dificuldades para atender a todos que necessitam de cuidados médicos urgentes.

Diante desse cenário, a Secretaria de Saúde orienta a população a procurar a Unidade de Suporte localizada no bairro Cidade Nobre para casos de sintomas leves, a fim de aliviar a pressão sobre as unidades de urgência e emergência.

Lucas Teiichi explica que é importante observar os sinais para saber quando é necessário procurar ajuda. “Os sinais de alerta para evolução para um quadro grave incluem febre alta, sonolência intensa, dificuldade para respirar, chiado no peito, sensação de falta de ar, dificuldade para amamentar ou pele arroxeada. Nestes casos, é fundamental procurar imediatamente um centro de urgência pediátrica”.

Para as crianças com sintomas leves, como febre baixa, congestão nasal ou tosse, o ideal é mantê-las em casa, com repouso e hidratação adequada. “Evitar idas desnecessárias aos serviços de urgência é essencial, pois essas unidades estão sobrecarregadas, e eleva o risco de maior exposição a outras doenças”, pontua.

O especialista acrescenta que, atualmente, não existem medicamentos específicos para infecções virais. “É fundamental que as crianças sejam mantidas bem hidratadas e descansando para que o organismo tenha forças para combater o vírus”.
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