22 de maio, de 2025 | 13:52

No sistema prisional de Minas, trabalho recupera a dignidade, atrai empresas e reduz custos para o Estado

Tiago Ciccarini / Sejusp
Atualmente, mais de 18 mil detentos trabalham durante o cumprimento da pena, gerando economia de mais de R$ 218 milhões aos cofres públicosAtualmente, mais de 18 mil detentos trabalham durante o cumprimento da pena, gerando economia de mais de R$ 218 milhões aos cofres públicos

Em Minas Gerais, aprender uma profissão e ser contratado para trabalhar, ainda durante o cumprimento da pena, são oportunidades oferecidas aos presos que representam um importante incentivo para a ressocialização.

Atualmente 18.473 presos trabalham em pequenas fábricas montadas dentro dos presídios. O número inclui os 5.065 detentos que cumprem pena nas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs). Campeão nacional em oportunidade de trabalho para cidadãos privados de liberdade, o sistema prisional do estado conta com 640 empresas parceiras, que utilizam a mão de obra carcerária.

Com base na Lei de Execução Penal, três dias de trabalho reduzem a pena em um dia. Desta forma, se um preso trabalhar de segunda a sábado, ele somará 24 dias trabalhados por mês, tendo direito à redução de oito dias de prisão, por mês. E se esse ritmo de frequência ao trabalho for mantido, a redução total será de 96 dias por ano. Por ano, o trabalho dos detentos gera uma economia de R$ 218 milhões aos cofres públicos, por meio da remissão da pena.

O valor arrecado com o trabalho do preso é administrado pelo Estado, seguindo a mesma legislação, sendo que o valor pago pela empresa ao estado dividido em três partes, ficando 50% destinado à família do preso e para cobrir pequenas despesas pessoais dele, 25% para depósito em conta judicial a ser resgatada no final da pena e os 25% restantes, destinado ao ressarcimento do estado pelas despesas com a manutenção do preso.

Valores ressarcidos
O percentual de 25% destinado ao estado para ressarcimento de parte de seus gastos com a manutenção dos presos, permitiu que Minas Gerais recebesse mais de R$ 2,7 milhões em 2021. Em 2022 o valor ressarcido aos cofres públicos foi de R$ 4,5 milhões. O total de 2023 ficou em R$ 5,4 milhões. Já, no ano passado, superou os R$ 7 milhões. De janeiro a março deste ano, o estado teve cerca de R$ 2 milhões de ressarcimento.

A contratação da mão de obra de presos pelas empresas parceiras transformou a rotina de várias unidades prisionais, onde é possível encontrar fábricas dos mais diversos produtos.

"O detento mineiro tem a chance de aprender uma profissão, reduzir a própria pena e recuperar a autoestima e a dignidade, construindo uma nova história. O estado reduz custos e atrai empresas parceiras. Todos saem ganhando com esta troca", afirma o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco.

Um dos destaques é o Liberdade em Ciclos, que colocou Minas Gerais como pioneira na implantação de fábricas de produção de fraldas e absorventes. O programa tem enfoque no aspecto social, produzindo fraldas e absorventes desde julho de 2022, em duas unidades prisionais femininas do estado.

Atualmente 45 detentos trabalham no Liberdade em Ciclos, que funciona em BH, Contagem, Ituiutaba, Tupaciguara, Teófilo Otoni, Alfenas e em Patrocínio. Outras 13 unidades se encontram em processo de implantação, prevista para os próximos meses. Desde o início das atividades até o mês de março deste ano já foram produzidos mais de 40 mil pacotes de absorventes e 5 mil pacotes de fraldas. (Agência Minas)
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Comentários

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Justo

28 de maio, 2025 | 09:43

“Ninah,,,,, já que está com pena adote uns dois e leve pra casa, assim eles terão boa alimentação e dignidade até começarem a dor de cabeça”

Dudu

23 de maio, 2025 | 11:00

“Diferente da Ninah, acho supre valido eles trabalharem, isso evita de utilização do imposto que pago ir para um pessoa que me roubou ou que matou alguém, fico muito triste em ter que trabalhar muito, pagar meus impostos e ter que andar nas ruas da cidade, com medo de ser assaltado ou ter um bem roubado por esses criminoso que quando são presos, vão para esse belíssima colônia de férias passar alguns dias com meu dinheiro. acho que parte desse dinheiro que eles ganham deveria ir pra quem ele prejudicou.
Tchau Brigado!”

Ninah

23 de maio, 2025 | 07:34

“Se eu fosse o gov. De MG ficaria com vergonha, de soltar 1nota dessas. Pq esses apenados q estão na apacs, muitas das vzs, recebem alimentação de péssima qualidade e até mesmo azedas. Afirmo isso com veemência; pq alguns prestaram serviços no setor q trabalho e vi com os meus próprios olhos esse tipo de situação acontecer. Sei q eles tem q pagar por seus crimes e delitos, mas é desumano vc trabalhar o dia td e muita das vzs serviços braçais passado e com fome pois: a comida só serve pra dar para porcos. Cumprir pena sim, pagar pelas consequências de suas escolhas tbm; mas .... alimentação tem q ser adequada pois: é indigno a alimentação q recebem na maioria das vzs.
Não estou defendendo ninguém; q isso fique claro! Estou apenas falando e afirmando situações que presenciei de apenados q prestam serviços fora do sistema prissional.”

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