17 de maio, de 2025 | 10:38
Sepultada em Belo Horizonte Maria Lúcia Godoy, ícone do canto lírico brasileiro
Assembleia Legislativa de Minas Gerais/Divulgação
Maria Lúcia conquistou admiradores como Juscelino Kubitschek, Glauber Rocha e Ferreira Gullar

A soprano Maria Lúcia Godoy faleceu na sexta-feira (16), aos 100 anos, em Belo Horizonte. Com origens no Vale do Aço, a artista foi velada no Palácio das Artes e sepultada na tarde de sexta no Cemitério do Bonfim.
Reconhecida como uma das maiores cantoras líricas do Brasil, Maria Lúcia conquistou admiradores como Juscelino Kubitschek, Glauber Rocha e Ferreira Gullar que comparou sua voz a um pássaro voando”. Aclamada em palcos do Brasil e do exterior, foi a maior intérprete da obra de Heitor Villa-Lobos, segundo Bidu Sayão, que a considerava sua única sucessora”.
Nascida em Mesquita e criada em Belo Horizonte, era formada em Letras pela UFMG, instituição que a homenageou com o título de Doutora Honoris Causa em 2016. Além da música, se dedicou à literatura infantil, ao jornalismo e deixou uma discografia com 20 títulos, incluindo o álbum Acalantos (2012), com cantigas de sua autoria.
Fundadora do Madrigal Renascentista, que se apresentou na inauguração de Brasília, Maria Lúcia transitou com naturalidade entre o repertório erudito e popular, interpretando tanto La Traviata quanto Travessia, de Milton Nascimento. Sua voz inspirou artistas como Tom Jobim, que compôs a melodia de Sabiá após ouvi-la cantar.
Discreta e avessa aos holofotes, era lembrada por sua elegância, presença marcante e sensibilidade artística. Seu legado agora será preservado pelo sobrinho Daniel Godoy, que planeja transformar seu acervo em museu na UFMG e disponibilizar suas gravações em plataformas digitais. Ela era um fenômeno. Como os Beatles, Disney ou Chaplin... Só acontece uma vez”, afirmou.
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