18 de maio, de 2025 | 06:00
Vai parar
Fernando Rocha
Como não se vê há muito tempo, exceções para as regiões da Zona da Mata e do Triângulo, onde a população em sua maioria torce por times de outros estados, Minas Gerais vai parar hoje, diante da TV, para assistir o clássico entre Cruzeiro x Atlético, os dois maiores rivais do nosso estado.Há seis anos a Raposa não vence o Galo no Mineirão, seja pelo Campeonato Estadual ou pelo Campeonato Brasileiro. No Brasileirão, o Cruzeiro não vence o clássico como mandante há 12 anos, desde 2013.
Este é um jogo especial e são muitos os motivos para isso, desde a rivalidade centenária, que passa de geração em geração, até o momento vivido por cada uma das equipes.
Tanto o Cruzeiro, que terá o apoio maciço de toda a torcida - mais de 60 mil pessoas presentes no Mineirão, como o Atlético vão buscar a vitória, não só pelos três pontos - o que vai melhorar as suas posições na tabela -, mas também para se consolidar perante as suas torcidas.
Tem favorito?
Tanto um quanto o outro fizeram o dever de casa e venceram os seus últimos adversários na Copa Sul-Americana, o que deixou as duas torcidas mais motivadas para este clássico.
A pergunta que não quer calar, feita pelos torcedores, é: quem pode ser considerado favorito para vencer o clássico?
Não há dúvida sobre o melhor momento vivido pelo Cruzeiro, pois o técnico Leonardo Jardim conseguiu encaixar um esquema de jogo para a equipe que tem obtido ótimos resultados dentro e fora de casa.
Já o Atlético, depois de conquistar o estadual, vem sofrendo com desfalques importantes por contusões de alguns dos seus principais jogadores, o que tem prejudicado o desempenho da equipe, mas o elenco possui outros atletas diferenciados e experientes, como Hulk, Scarpa e Roni, que podem decidir a partida.
O que se espera mesmo é um clássico diferente, como há muito tempo não se vê, onde não só um, mas os dois times chegam com amplas condições de vencer.
FIM DE PAPO
O valor cobrado pelos ingressos nos principais estádios brasileiros volta à pauta, depois que Flamengo e Palmeiras reduziram os preços cobrados em seus jogos do Brasileirão - o que foi visto como positivo, pois, além de preencherem os espaços vazios nas torcidas, obtiveram um bom lucro. Os clubes alegam que o sócio-torcedor não é afetado pelos absurdos preços normalmente cobrados, que variam entre R$200, R$300 até R$ 400 pelo ingresso. Os dirigentes se esquecem de que a maioria não pode comprometer parte de sua renda mensal para pagar a mensalidade de sócio.
Uma parcela da imprensa que os apoia usa o indecente argumento de que para manter a alta folha salarial e brigar por títulos, os clubes têm de cobrar ingresso caro mesmo. Isso é uma inverdade, pois há muitos anos o que é arrecadado na bilheteria ocupa o quinto ou sexto lugar na ordem de relevância das receitas dos clubes, ficando atrás dos altos valores de patrocínio, os direitos de transmissão das partidas, as premiações dos campeonatos e as vendas de atletas.
Como consequência dessa falta de sensibilidade e visão dos clubes na questão do preço dos ingressos, vimos, na última quarta-feira, o Mineirão praticamente vazio, com pouco mais de 9 mil almas presentes para assistir um jogo que nada valia para o clube celeste, pois já havia sido eliminado da Copa Sul-Americana. Nem assim houve interesse da diretoria cruzeirense de fazer uma promoção para baixar os preços dos ingressos e atrair mais gente ao Mineirão, sobretudo os torcedores que não vão ao estádio por falta de condições financeiras.
O que mais me impressiona, nesta nova crise da CBF que culminou com a deposição do presidente Ednaldo Rodrigues, é o modo como os presidentes das federações estaduais, que o elegeram por aclamação e unanimidade há menos de dois meses, passaram a defenestrá-lo sem dó nem piedade. A CBF é, de fato, um balaio de gatos, um verdadeiro antro, onde se sobressai o mais esperto, porém, nada que lhe garanta sobrevivência por muito tempo. "É preciso que tudo mude para que fique como tudo está". Giuseppe Lampedusa (Fecha o pano)
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