13 de maio, de 2025 | 07:00

De conversa fiada e golpes de cá e de lá...

Nena de Castro *

Dia, meus cinco amados leitores! Hora da Croniqueta, nosso encontro semanal cheio de "prosopopéias". Segundo Ruy Castro, tecnicamente a Crônica é uma conversa fiada, um pacto de vento entre o autor e o leitor. E o mesmo afirma que há um elo entre flanar( bater pernas, passear sem destino, andar ao léu) e ser cronista: as duas atividades exigem disponibilidade, certa falta do que fazer, um fingir que não se leva a sério e ainda cita Olavo Bilac, Rubem Braga Antonio Maria e Carlos Heitor Cony como ícones do “papo furado” que os cronistas, entre eles a Bugra, praticam com a cumplicidade dos leitores. No meu caso, cinco, amados e idolatrados. Só esclareço que crio minha disponibilidade, (às vezes escrevo de madrugada) tenho muito o que fazer e não finjo - eu não me levo a sério! Nesse mix de aprendiz de poeta, autora de livros infantis, Palhaça Contadora de Histórias, cozinheira, motorista e jardineira, tento manter a mente sã e não sucumbir às doidices do nosso insano mundo, com trumps, xi jinpings, kims jong-un e putins fazendo a paz de gangorra! E aí, ao pensar no que escrever, dá um nó, causa de quê é tanta merda acontecendo por lá e por cá que fica penoso escolher! Há uma música que diz “ nesse mundo tem bobo pra tudo” e vendo “ religiosos” que tomam dinheiro dos incautos, pessoas que dão todo tipo de golpe via Internet ou não e outros que roubam da aposentadoria dos brasileiros, fico bem desanimada. E para que a gente veja que não só por aqui, em 1925, um golpista chamado Victor Lusting, passando-se por funcionário do governo francês, convocou uma reunião secreta com grandes negociantes de sucata, informando-os que a Torre Eiffel seria desmontada e vendida, dado os altos custos para sua manutenção.
“Só esclareço que crio minha disponibilidade, (às vezes escrevo de madrugada) tenho muito o que fazer e não finjo”


Um negociante caiu na lábia do vendedor e lhe pagou uma fortuna pela sucata da torre. O golpista fugiu para Viena com o dinheiro. O comerciante lesado não o denunciou por vergonha. Meses depois o espertalhão voltou a Paris e tentou o mesmo golpe e acho que foi preso, embora a notícia não informe! Antão, andei pensando em vender o Pão de Acúcar e o Cristo Redentor, embora tenha receio de que as milícias se ofendam e me crivem de tiros! Pensando bem, vou vender o Ibituruna de GV é aqui pertinho e devo achar comprador! Quem quer comprar? Perdão, leitores! Às vezes é preciso dar uns volteios, brincar com certas coisas, pois a realidade é desgraçadamente cruel, é um poço sem fundo de onde os “colarinhos brancos” tiram ideias para seus crimes, quase nunca ficam na cadeia (isso quando são presos) e nós continuamos verdes de indignação, amarelos de fome, na rua da amargura e como “Pedro Pedreiro” de Chico Buarque, esperando, esperando, esperando... Até quando? Sei não! E nada mais digo!

* Escritora e Encantadora de Histórias.

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