11 de maio, de 2025 | 08:35

Mães raras: a luta de mulheres da região que cuidam de filhos com distrofia muscular de Duchenne

Enviada ao Diário do Aço
Elida Aparecida Santos de Freitas é mãe de Hector Rafael de Freitas, de 12 anos Elida Aparecida Santos de Freitas é mãe de Hector Rafael de Freitas, de 12 anos
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço
A maternidade, além de ser uma experiência preciosa e gratificante, também engloba dedicação e luta, principalmente, para aquelas mulheres que acolhem seus filhos com necessidades especiais. Neste domingo, dia 11 de maio, comemora-se o Dia das Mães. Nesta data, o Diário do Aço conversou com “mães raras”, que encaram diariamente a distrofia muscular de Duchenne (DMD), e tentam adquirir um dos remédios mais caros do mundo, o Elevidys. A medicação custa em torno de R$ 17 milhões.

Elida Aparecida Santos de Freitas, moradora do bairro Esperança, em Ipatinga, é mãe de Hector Rafael de Freitas, de 12 anos, que sofre com a doença. O diagnóstico já levou a óbito um filho dela há cinco anos.

“Com o falecimento do meu outro filho ficamos arrasados, meu mundo caiu e nunca mais fomos os mesmos. Quando ele faleceu, uma médica pediu para que fizéssemos o teste em Hector, e foi constatado o mesmo diagnóstico”, relatou.

Elida pontuou que o menino passa o dia em uma cadeira de rodas, visto que perde a força muscular a cada dia que passa, se atrofiando. “A doença compromete as funções respiratórias, e o coração é atingido. É devastadora, também sou portadora da condição, uso marcapasso. Além da DMD, tenho Distrofia Muscular de Becker”, detalhou.

Segundo a mulher, ela e o marido sempre levam Hector para consultas em Belo Horizonte, e o pequeno faz bastante hidroterapia, que não é barata. “Passamos muito aperto para pagar. Ele necessita de várias outras terapias, mas não temos como arcar. Isso me dói o coração. A mãe da criança enfatizou que outras mulheres que passam pela mesma situação devem manter a esperança. “Primeiro em Deus, com fé que essa medicação seja liberada para todos, pois daria mais condições de vida para as crianças. É uma dose única, mas uma das mais caras do mundo”, afirmou.

Sem chão
A mãe de Robson da Silva Júnior, o Robinho, também luta para combater a distrofia muscular de Duchenne. Márcia Lucas de Souza mora no distrito de Dom Lara, em Caratinga. Ela contou ao jornal que tenta levar uma vida “normal”, na medida que a criança aguenta, mandando ele para a escola todos os dias, sempre com muito cuidado e monitoramento.

Enviada ao Diário do Aço
Márcia Lucas de Souza cuida de Robson da Silva Júnior, de 10 anos Márcia Lucas de Souza cuida de Robson da Silva Júnior, de 10 anos

“Em casa, o Robson brinca na medida do possível, na medida que ele aguenta. Ele levanta, vai lá fora, brinca um pouco, em cinco minutos volta. Quando eu recebi o diagnóstico, ele tinha sete anos, hoje tem dez. Nos sentimos sem chão. Quando o médico soltou que não tinha cura, aquilo para mim foi o fim do mundo”, relatou.

Conforme a mãe, quando a família descobriu sobre o tratamento, uma esperança surgiu. “Ele é uma criança feliz, fica muito sentado, mas tem muita vontade de brincar. Cai muito. Tenho que estar sempre atento. Faz fisioterapia. Fui levá-lo para fazer Holter e não tinha elevador. O coloquei nas costas e subi as escadas, porque ele não ia aguentar. Somos muito cuidadosos”, mencionou.

Ela acrescentou que não deseja o sofrimento para nenhuma outra mãe ou criança. “Não desejamos para ninguém essa doença. Se não tiver fé em Deus e amar muito o filho, a gente não continua. Não sobrevive a isso, não. É a mesma coisa de olhar para o chão e não ter onde pisar”, concluiu.

Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário