09 de maio, de 2025 | 16:26

Ipatinga é representada na Conferência Nacional do Meio Ambiente em Brasília

Evento contou com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e outras autoridades

Divulgação
A conferência contou com a participação de mais de 3 mil pessoas A conferência contou com a participação de mais de 3 mil pessoas

Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço
O município de Ipatinga foi representado na 5° Conferência Nacional do Meio Ambiente no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), localizado em Brasília. O ambientalista Vander de Almeida Neto, colaborador do Instituto Interagir, participou do evento, que ocorreu entre os dias 6 e 9 deste mês. O Instituto Interagir tem como idealizador o geógrafo, historiador e escritor ipatinguense Alessandro de Sá.

Durante a etapa inicial, a conferência nacional promoveu a realização de 439 conferências municipais, 179 intermunicipais com a mobilização de 1759 municípios, e 287 Conferências livres, inclusive a de Ipatinga, bem como 27 conferências estaduais e distrital.

Houve a participação de mais de 3 mil pessoas, com 1.600 delegados de todas as regiões do país, autoridades e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que foi a anfitriã do evento declarando a abertura e o fechamento.

Em entrevista à reportagem do Diário do Aço, Vander de Almeida pontuou que as moções aprovadas podem impactar a cidade ipatinguense, assim como o ambiente e as pessoas de uma forma geral.

Regularização fundiária
Uma das moções consiste em construir plano nacional de regularização fundiária e cogestão socioambiental de territórios indígenas, quilombolas, ribeirinhas e demais comunidades tradicionais e periféricas. Junto a um amplo sistema de áreas protegidas acelerando demarcação e homologação de territórios indígenas, titulação de territórios quilombolas, fiscalização e proteção contra crimes ambientais, e valorização do conhecimento ancestral.

Segundo o ambientalista, há ainda o intuito de fomentar políticas públicas, com o fortalecimento dos Comitês de Bacias Hidrográficas, visando melhorar a qualidade das bacias, tendo as sub-bacias como unidade territorial, promovendo a limpeza e despoluição dos rios. Outra moção é implementar gestão integrada de resíduos sólidos com economia circular, fortalecendo cooperativas e associações de catadores, logística reversa e compostagem.
“Há ainda a necessidade de criar ecopontos, biodigestores e centrais de reciclagem, com catadores remunerados, banir plásticos de uso único e promover embalagens retornáveis. Incentivar inovação em materiais recicláveis, capacitar setores para práticas sustentáveis e garantir fiscalização eficiente”, afirmou.

Dentre as moções, está fomentação da agricultura sustentável e regenerativa em todo o país, priorizando a agricultura familiar e a regularização fundiária, por meio de sistemas agroflorestais, práticas agroecológicas, uso de adubo orgânico e bioenergia, recuperação de áreas degradadas, com foco em apicultura e meliponicultura, e manejo integrado nos territórios. “Também é preciso implementar, através da lei, taxação progressiva sobre grandes fortunas, para financiar políticas climáticas, promovendo adaptação, segurança alimentar e redução de desigualdades em comunidades vulnerabilizadas, com foco na preservação ambiental e em projetos de reabilitação dos animais”, detalhou o representante do Instituto Interagir.

Justiça Climática
Também está inserida a criação do Programa Nacional de Justiça Climática que promova ações equitativas de adaptação e mitigação, garantindo segurança alimentar, habitação sustentável e soluções baseadas na natureza especialmente para populações vulnerabilizadas. Incluindo fundos municipais de emergência, proteção a defensores de direitos humanos e ambientalistas e apoio psicossocial, assegurando ampla participação social.

Ele mencionou que mais um apontamento diz respeito a criar política nacional sobre os direitos dos animais é necessário, incluindo a proteção em desastres climáticos, prevendo a instituição de conselho específico paritário e fundo com dotação própria voltado para resgate, reabilitação, formação de equipes especializadas e apoio a instituições públicas e privadas envolvidas no manejo ético.

“Foi citado sobre fortalecer as brigadas florestais, por meio da criação de um Sistema Nacional de Brigadas populares, voluntárias, independentes e comunitários com brigadistas formados e capacitados permanentemente em prevenção, combate a incêndios, garantindo recursos orçamentários e atuação contínua, através de parcerias municipais, estaduais, federais e setor privado”, destacou.

Enfatizou também a menção de implementar a educação ambiental decolonial crítica e transformadora como prática integrada, contínua e permanente em todos níveis e modalidades de ensino, de forma inter e transdisciplinar e conectada aos territórios, integrada a temas como historicidade, justiça social e climática, racismo ambiental, saberes tradicionais, mitigação, adaptação, consumo consciente, cultura oceânica e saúde única.

“Por fim, garantir a destinação de no mínimo 5% do orçamento dos entes da Federação (União, estados e municípios), em face da emergência climática, para implementação da Política Nacional do Meio Ambiente, com ênfase nas ações de gestão, fiscalização, restauração florestal e educação ambiental e climática”, finalizou.

Eixos
Vander também ressaltou sobre a importância dos eixos da conferência, os quais são: mitigação; adaptação e preparação para desastres; justiça climática; transformação ecológica; governança e educação ambiental. Ele ainda complementou que a Conferência Livre de Ipatinga participou dos debates no penúltimo eixo.
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Comentários

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Luciana Alvarenga

09 de maio, 2025 | 16:49

“Parabenizo a jornalista Isabelly Quintão pela importância da matéria onde destaca a representatividade do município de Ipatinga na Conferência Nacional do Meio Ambiente. Esse trabalho resulta da intervenção de um coletivo de instituições e da Paróquia do bairro Iguaçu onde realizaram a Conferência Livre do Meio Ambiente.”

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