11 de maio, de 2025 | 06:00

Confiança abalada

Fernando Rocha

O domingo de homenagens às mães, também, deveria ser de festa e alegria para a torcida do Atlético que, finalmente, hoje verá sendo reaberta a sua casa, a Arena MRV, com gramado sintético, diante do Fluminense, pela 8ª rodada do Campeonato Brasileiro.

No entanto, a relação do time com a torcida está abalada pelos maus resultados, sobretudo a última derrota na Copa Sul-Americana, por 3 x 2, para o Deportivo Iquique, lanterna do campeonato chileno, na quinta-feira passada.

Até mesmo o técnico Cuca nas entrevistas tem se mostrado assustado com o fraco futebol apresentado por sua equipe. E logo ele, o comandante, o que dirá então a torcida do Galo.

A falta de mobilização, motivação dos jogadores, competitividade, demonstrada nos últimos jogos, tornou-se algo inaceitável diante do investimento feito na equipe, que tem uma folha salarial na faixa de R$ 18 milhões mensais, uma das maiores do continente.

Mesmo precisando contratar reforços para melhorar o nível da equipe, o CEO ou diretor executivo Bruno Muzzi ainda disse que o Atlético vai ter que vender “uns dois jogadores” para equilibrar as finanças no meio deste ano. Quem é que o Galo vai vender, cara pálida?

Virar a página
O Cruzeiro, que faz uma boa campanha no Campeonato Brasileiro, onde ocupa o 4º lugar que dá direito a vaga na Libertadores do próximo ano, vai hoje a Recife enfrentar o lanterna Sport, que demitiu o treinador Pepa e vive uma crise interna grande.

Vencer e virar a página não fará com que a torcida celeste esqueça o vexame da última quarta-feira, quando se concretizou a eliminação precoce na Copa Sul-Americana, ao empatar por 1 x 1, com o fraquíssimo Mushuc Runa, no Equador.

Pressentindo a eliminação, o técnico Leonardo Jardim escalou um time quase todo reserva. Então, o que se viu foi um jogo de dar calo nas vistas, sem um chute sequer no gol das duas equipes, na primeira etapa.

Na entrevista pós-jogo, o técnico Leonardo Jardim desdenhou da Copa Sul-Americana com arrogância, incompatível ao momento vivido pelo clube na competição, onde faz campanha pífia, sem nenhuma vitória em quatro rodadas, um dos piores times entre os piores colocados da competição continental.

FIM DE PAPO

Vai de mal a pior a participação dos clubes brasileiros na Libertadores e na Sul-Americana. Na Libertadores, apenas São Paulo e Palmeiras lideram os seus grupos com folga, enquanto o Flamengo, dono do elenco mais caro da América Latina, está ameaçado de eliminação. Na Sul-Americana, nenhum clube brasileiro lidera seu grupo após as quatro primeiras rodadas, onde só o primeiro colocado vai seguir direto para a fase de mata-mata. O segundo terá de disputar um play-off contra eliminados da Libertadores. Vergonha!

O dono do Cruzeiro, Pedro Lourenço, esteve na região nesta última semana para supervisionar a transição das lojas do Bretas, adquiridas pela sua rede BH Supermercados. Foi “achado” no bairro Bethânia, pelo bom repórter Gustavo Pimentel, e concedeu entrevista à Itatiaia/Vale do Aço. A boa notícia para o torcedor de toda a região é que o dirigente prometeu trazer jogos da equipe celeste para o Ipatingão ainda nesta temporada.

Tomara que esse movimento positivo do dirigente do Cruzeiro motive a atual administração municipal a fazer investimentos no Ipatingão que, de fato, possam inseri-lo novamente no cenário do futebol nacional. A troca da defasada iluminação do gramado por outra moderna e atual, o novo placar eletrônico, além de melhorias na infraestrutura interna são necessidades urgentes. A partir do próximo mês, o reconhecimento facial será obrigatório nos estádios de futebol brasileiros com capacidade superior a 20 mil pessoas, de acordo com a Lei Geral do Esporte que vigora desde 2023, visando otimizar a segurança e o controle de acesso dos torcedores, além de permitir a identificação daqueles vândalos e criminosos proibidos de entrar para ver os jogos. Até agora, somente a Arena MRV do Galo está adaptada à essa legislação que também atinge o Ipatingão, que tem capacidade para 22 mil pessoas.

Ao dizer que “o Cruzeiro não deve participar de competições como esta (Sul-Americana), mas sim de outras maiores e com os melhores times (Libertadores)”, o técnico português do Cruzeiro fez lembrar a fábula da “Raposa e as Uvas”, atribuída a Esopo, um autor da Grécia antiga. Nela, a raposa andava por uma estrada quando se deparou com uma vinha carregada, mas os cachos maduros estavam numa altura fora de seu alcance. Depois de muito tentar e não conseguir pegar as uvas, cansada, a raposa desistiu, mas, antes de ir embora, virou-se para a planta e disse: “- Deixa pra lá, não tem problema, as uvas estão verdes”. O grande escritor, dramaturgo e cronista de futebol Nelson Rodrigues nos deixou uma frase que também se encaixa no que disse o português Jardim para desdenhar da Copa Sul-Americana: “- Para um mau amante até lençol de seda atrapalha”. (Fecha o pano!)

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