29 de abril, de 2025 | 14:00

Companhia de BH mostra espetáculo e promove oficina de teatro na região

Fotos: Pablo Bernardo
A montagem transita em torno de fragmentos e trajetóriasA montagem transita em torno de fragmentos e trajetórias
A Cia. Luna Lunera, de Belo Horizonte, está de volta a Ipatinga para apresentar o seu mais recente trabalho, o espetáculo “Aquela que eu (não) fui”. Com dramaturgia assinada por Diogo Liberano (RJ), a peça se estrutura em quatro capítulos que recebem os olhares de quatro direções: Vinícius Arneiro (RJ), Marina Arthuzzi (BH), Lucas Fabricio (BH) e Isabela Paes (BH). A montagem transita em torno de fragmentos das trajetórias de personagens - que podem aparecer novamente ou não a cada capítulo - que se deparam com situações nas quais se instala algum tipo de ruptura, de mudança, pequena ou grande transformação, determinada pelos desejos das personagens ou alheia à vontade delas.

A assistência geral de direção é de Zé Walter Albinati, integrante da companhia. Em cena, a atuação de Cláudio Dias e Marcelo Soul é somada com a participação das atrizes Joyce Athiê e Renata Paz. “Aquela que eu (não) fui” terá única apresentação em Ipatinga, na próxima sexta-feira (2 de maio), às 20h, no Centro Cultural Usiminas. Os ingressos custam R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia), na bilheteria do teatro e on-line na plataforma Sympla (www.sympla.com.br). A sessão terá tradução de Libras e será seguida de bate-papo.

No sábado, dia 3 de maio, às 9h, a Cia. Luna Lunera ministra a oficina gratuita “Atuação Criadora - processo Aquela que eu (não) fui”, em Coronel Fabriciano (Unileste, com o ator Marcelo Soul) e Timóteo (DaMa Espaço Cultural, com o ator Cláudio Dias). Para participar é necessário realizar inscrição prévia pelo Instagram @cia.lunalunera.oficial.
“A Cia. Luna Lunera está sempre presente no Vale do Aço. É uma região onde temos uma forte relação com público e com os artistas locais. Já apresentamos espetáculos do nosso repertório e promovemos diversas oficinas. Em Ipatinga, também, tivemos o prazer de realizar a Mostra Luna Lunera 10 anos, em 2011. É uma alegria retornar à região”, comentou Cláudio Dias, cofundador da companhia.

Grupo mineiro lança olhar poético e reflexivo sobre um estado de insatisfação e as possibilidades de se acolher o que se senteGrupo mineiro lança olhar poético e reflexivo sobre um estado de insatisfação e as possibilidades de se acolher o que se sente
Sobre o espetáculo
“Aquela que eu (não) fui” lança um olhar poético e reflexivo sobre um recorrente estado de insatisfação que costuma acometer as pessoas e sobre as possibilidades de se acolher o que se sente. “No entanto, não tentamos dar conta de uma trajetória linear das personagens, nem mesmo apontar uma versão como oposta a outra, mas sim uma versão transformada a partir de um acontecimento, uma mudança, uma decisão. Nas entrelinhas, o espetáculo aborda também a disponibilidade, ou não, frente às mudanças, à forma como cada qual lida com o que provoca algum movimento”, explicou a atriz Joyce Athiê.

Faz parte da trajetória da Cia. Luna Lunera a busca de novos caminhos para lidar com a composição, a improvisação e a construção da cena, no intuito de uma pesquisa continuada, dialogando com o tempo. “Construímos um caminho até aqui e esse movimento no início de um novo processo vem com perguntas antigas: como abordar o texto, como lidar com o corpo, como olhar para o outro e construir diferente, como compor a cena com outras ferramentas? Na busca da crítica do nosso trabalho, nos fazer olhar para os vícios, nos tirar do conforto”, afirmou o ator Cláudio Dias.

No processo de criação desse novo trabalho, a companhia mineira experimentou métodos em sala de ensaio e também convidou novas parcerias. Renata Paz, atriz de vasta trajetória na pesquisa dos teatros negros na cena belo-horizontina, participa da dramaturgia, ao lado de Joyce Athiê. “Além da minha admiração pessoal, artística e profissional com a estética e as escolhas da Luna Lunera, tenho o Marcelo Soul como referência de ator negro, que me acolhe junto ao grupo com muito carinho e respeito mútuos”, acrescentou a atriz.

“Na direção e na dramaturgia, criadores de dentro e fora do estado vieram somar ao espetáculo e imprimiram não apenas suas marcas como também novos desafios para a companhia”, ressalta a produção. Em “Aquela que eu (não) fui”, o grupo renuncia à escrita colaborativa que marca sua trajetória e convida Diogo Liberano, um dos dramaturgos mais inventivos das últimas gerações. Ao invés do processo clássico que trabalha com um texto pronto, nessa peça o elenco conheceu o texto a cada capítulo entregue, cada qual contendo a sua própria linguagem, com dispositivos, ritmos e estrutura, descreve a produção.

A escolha de uma direção a cada capítulo potencializa ainda mais esse desafio criativo para o grupo, que se deixou permear por diferentes estímulos, poéticas e visões e versões de mundo. “Considerando que o espetáculo possui quatro diferentes diretoras e diretores, temos o desafio de criar uma obra polifônica por essência a partir desses múltiplos olhares e que, ao mesmo tempo, dê conta de apresentar um discurso coerente e coeso”, analisou Marcelo Soul. O projeto é viabilizado pela Lei Paulo Gustavo, Governo de Minas e Ministério da Cultura, com apoio da Unileste e do Dama Espaço Cultural.

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