20 de abril, de 2025 | 15:21

Malhação do Judas ocorre com grande público em Marliéria

Reprodução/Facebook/Marliéria em fotos/Edmilson Castro
A festa tradicional contou com grande participação popularA festa tradicional contou com grande participação popular

Na tarde e noite deste sábado (19), foi realizada a tradicional "Malhação do Judas", promovida há mais de cinco décadas no município de Marliéria, no Colar Metropolitano do Vale do Aço, apesar das tentativas de boicote por parte da administração municipal. A festa foi comandada pela Comissão do Judas com grande participação popular, tendo como ponto alto o desfile pelas ruas na parte da tarde e a leitura do testamento junto à queima do boneco à noite.

A manifestação cultural foi feita num espaço cedido por um comerciante local. Tradicionalmente, a manifestação inclui desfile com o boneco Judas pelas ruas durante o dia e, ao entardecer, a leitura do tradicional "Testamento do Judas" – texto de caráter crítico e humorístico, que aborda acontecimentos e figuras públicas locais – seguida da queima simbólica do boneco, que ocorre todos os anos ao lado da Igreja Matriz.

Relatos encaminhados à reportagem detalharam que o prefeito Hamilton Lima (Republicanos) não autorizou o uso do sistema de som da prefeitura para a cerimônia de leitura do testamento. O prefeito não assinou um ofício para liberação da tradicional área da queima do boneco.Além disso, a Câmara Municipal, presidida por Messias Miranda (PSDB), se recusou a liberar um terreno de propriedade pública. No entanto, nenhuma dessas medidas foi suficiente para burlar a festa popular.
Reprodução/Facebook/Marliéria em fotos/Edmilson Castro
A queima simbólica do boneco ocorre todos os anosA queima simbólica do boneco ocorre todos os anos


Censura
Durante uma entrevista ao Diário do Aço, o vereador Breno Martins (PDT) afirmou que a postura da atual gestão representa uma tentativa de censura, visto que o prefeito “não aceita críticas”.

Procurado pelo jornal, o chefe do Executivo afirmou que nas últimas edições a leitura do testamento “passou a adotar um tom de evidente viés político-partidário, além de proferir manifestações personalizadas que beiram, ou até ultrapassam, os limites do respeito às garantias fundamentais das pessoas, como a honra, a imagem e a dignidade”. O chefe do Executivo ainda frisou que a prefeitura não proibiu a realização do evento e que apenas não concedeu o “apoio institucional ou logístico” para evitar “qualquer associação da prefeitura com manifestações que possam configurar ilícitos”.

Liberdade de expressão
Em nota, o perfil no Instagram @marlieriaemminas já havia se manifestado sobre a situação, alegando que o testamento sempre foi uma forma de expressão da identidade local. “Apesar do humor ácido, sempre foi feito com respeito, abordando assuntos sérios que precisam ser tratados. Esses jovens voluntários, que não deixam essa história morrer, agora estão lutando de frente com um prefeito que além de não apoiar essa festa tradicional, tenta de todas as formas atrapalhar”.

Já publicado:
Comissão e vereador acusam prefeito de censura à ''Malhação do Judas'' em Marliéria

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Comentários

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Maurer Andrade e Castro

21 de abril, 2025 | 17:26

“Atitude normal para um cidadão Forasteiro que não é da cidade. Nunca participou da Festa.
O cidadão Forasteiro, denominado Prefeito. Não mora em Marlieria. Não conhece a nossa cultura.
Viva o Judas. Viva a mulher do Judas.”

Gildázio Garcia Vitor

20 de abril, 2025 | 17:52

“Parabéns aos cidadãos de Marliéria por manter esta teadicional brincadeira, que antigamente ocorria até nos vilarejos do interior de Minas, como, por exemplo, nos Distritos, atuais cidades, de Orizânia, Luizburgo e São João do Manhuaçu, mas que hoje, em virtude de censuras
e de perseguições políticas deixou de existir.
A Prefeitura deveria era fazer deste evento uma atração turística, inclusive com shows dos artistas locais.”

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