16 de abril, de 2025 | 16:58
Gaeco desmantela organização criminosa ligada ao tráfico de drogas e armas na região na Operação Rubro-negro
Bandidos usavam nomes e fotos de jogadores do Flamengo em perfis para se comunicarem em aplicativos de mensagem
Reprodução de vídeo
O delegado Fernando Lima, o promotor Bruno Schiavo e o capitão Marcelo Martins deram mais detalhes da operação à imprensa

Uma investigação de mais de um ano, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Ipatinga, formado pelo Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Militar, culminou na Operação Rubro-negro, que desmantelou uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas e armas de alto calibre com atuação em diversas cidades do Vale do Aço. O alvo da operação, um homem de 28 anos, foi preso no bairro Floresta, em Coronel Fabriciano, na terça-feira (15).
Segundo o promotor Bruno Schiavo, a investigação começou a partir da prisão de um suspeito em Ipatinga, em junho do ano passado. A partir dessa ocorrência inicial, as autoridades descobriram uma rede criminosa com ramificações em outros estados, principalmente no Rio de Janeiro. Detectamos uma organização bem estruturada, com funções bem definidas, semelhante ao funcionamento de uma empresa”, explicou.
O Diário do Aço apurou que este suspeito preso em Ipatinga, encontrado inicialmente por embriaguez ao volante, conforme prisão divulgada em junho do ano passado e as provas contra o detido, foi condenado a uma pena de 3 anos e 6 meses por tráfico privilegiado, quando o réu é primário, tem bons antecedentes, não integra organização criminosa nem se dedica a atividades criminosas. A pena imposta pela Justiça da Comarca de Ipatinga ao condenado seria o cumprimento em liberdade, com algumas restrições.
O grupo trazia drogas semiprontas do Rio de Janeiro para um laboratório de refino localizado em João Monlevade, instalado em um imóvel comercial de alto padrão para despistar a polícia. Eles sabiam que estavam sendo monitorados, então optaram por realizar o refino fora do Vale do Aço, numa tentativa de não levantar suspeitas”, completou Schiavo. O laboratório foi desmontado com a nova prisão do mesmo suspeito detido no início da investigação, em Ipatinga.
Planejamento
Segundo o capitão Marcelo Martins, da 275ª Companhia Tático Móvel do 58º Batalhão da Polícia Militar de Coronel Fabriciano, a ação foi cuidadosamente planejada em conjunto com o Gaeco. Assim que nós recebemos a missão de planejarmos essa operação policial, iniciamos ainda pela manhã a execução dos mandados de busca e apreensão”, comentou o militar indicando que a casa do suspeito no bairro Floresta foi o primeiro local.
Nesta residência do preso, em Coronel Fabriciano, uma pequena parte de um laboratório e uma certa quantidade de droga forram encontradas. Com base em produtos encontrados, fomos levados até João Monlevade, onde provavelmente estaria o restante do laboratório”, explicou.
De acordo com o capitão, a equipe se deslocou de imediato para a cidade, com o apoio da 17ª Companhia Independente de João Monlevade, e seguiu para a avenida Wilson Alvarenga, no bairro Carneirinhos. Fizemos o adentramento em uma sala comercial na área central da cidade, onde encontramos o laboratório propriamente dito. Lá havia cocaína e diversos materiais usados no preparo e refino da droga, que era destinada à distribuição no Vale do Aço”.
Neste local foram apreendidas três prensas hidráulicas de capacidade para 30 toneladas; 65 papelotes e cinco barras de cocaína; um liquidificador industrial; uma balança; três pacotes grandes de um pó branco; 13 pacotes médios de um pó branco; três conchas pegador; uma espátula; 20 rolos de fita adesiva; uma mala de viagem da cor preta; um caderno de anotações; dois litros de água destilada; quatro placas brancas com escrita Nike; e vários adesivos da Nike.
Nova Era
Em Nova Era, os policiais foram atrás de uma mulher, que é também de Coronel Fabriciano, cujo nome aparecia em uma nota fiscal. Contudo, os militares não encontraram a suspeita e sim, outras pessoas suspeitas. Eles foram encaminhados para o plantão da Delegacia Regional de João Monlevade.
Foram aprendidos em Nova Era uma pistola de calibre 9 mm, 49 cartuchos intactos 9 mm, 18 cartuchos de calibre .38, R$ 594, três máquinas de cartão, 11 celulares, quatro pés de cannabis sativa (maconha), duas porções grande de cocaína, 25 papelotes de cocaína, duas pedras grandes de crack, duas buchas de maconha, uma balança de precisão e 15 telefones celulares.
Comércio de armas movimentava o grupo
Além de drogas, o grupo também traficava armas de uso restrito, como fuzis, pistolas com kit de rajada, munições e até granadas. As investigações indicam que esse armamento seria usado para fortalecer o domínio da organização sobre o tráfico local e estaria, inclusive, ligado a homicídios registrados na região.
De acordo com o delegado Fernando Lima, também integrante do Gaeco, o crescimento dessas organizações tem relação direta com a migração de criminosos entre estados. A partir da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) das Favelas, que dificultou operações policiais no Rio de Janeiro, criminosos daqui passaram a se refugiar nos grandes complexos cariocas, como o Complexo do Alemão, de onde passaram a operar o envio de drogas e armas para o Vale do Aço”, explicou.
A escolha do nome da operação, Rubro-Negro”, se deve ao fato de que os investigados utilizavam nomes de jogadores do Flamengo em suas comunicações para tentar despistar a polícia, com perfis falsos nas mídias sociais. Entre os apelidos usados estavam nomes como Erick Pulgar”, Arrascaeta” e outros.
Durante as ações, os agentes conseguiram localizar e prender, em outubro do ano passado, um dos principais membros da organização. Natural de Coronel Fabriciano, ele é primo do alvo do Gaeco preso na Operação Rubro-negro, e morava em uma casa de luxo na Região dos Lagos, a cidade São Pedro da Aldeia, no estado do Rio de Janeiro, ostentando vida de alto padrão com jet ski e veículos novos.
A operação é considerada um marco importante no combate ao crime organizado no Vale do Aço. Eles estavam trazendo violência para a nossa região. Ninguém traz uma granada ou um fuzil para fazer coisa boa. Nosso objetivo é garantir a paz para a população ordeira dessa comunidade”, concluiu o promotor Bruno Schiavo.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Oreia de Frango
16 de abril, 2025 | 21:36Somos tático móvel
Somos tático móvel
Do tático sou fanático, frio como ártico
Certeza de matemático que o mal não avança
O crime fica estático, frente os dogmáticos
Doutrinadas no fogo, somos a ponta da lança”
Adriano Martins Assunção
16 de abril, 2025 | 20:07Parabéns Ten Warley e equipe. Os caras são feras.”
Paulo
16 de abril, 2025 | 17:26Parabéns ao Capitão Marcelo e toda equipe Alfa da 275 Cia Tático Móvel - PMMG!”