16 de abril, de 2025 | 15:45
Criação da semana e do dia do hip hop em debate na ALMG
Henrique Chendes/ALMG
Comissão de Cultura ouve artistas e membros de entidades, que abordam importância social e cultural do movimento
A proposta de criação da Semana e do Dia Estadual do Hip Hop, objeto do projeto de lei (PL) 3.124/21, recebeu amplo apoio de atores que militam nesse movimento cultural, na capital mineira. Eles participaram de audiência pública da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que debateu o tema, na segunda-feira (14).
Autora da proposta e do requerimento, a deputada Andreia de Jesus (PT) destacou a importância de ouvir a sociedade, para que esta se posicione sobre o tema. Com a futura lei, o hip hop passa a ser um patrimônio extremamente relevante, garantindo um espaço na agenda cultural mineira. Que se abra caminho para os MCs, DJs, Bboys, grafiteiros poderem exercer seu trabalho, inclusive nas escolas”, defendeu.
O artista e gestor cultural Frederico Maciel, o Negro F, elogiou o projeto de lei, mas ressalvou que a Semana Estadual do Hip Hop tem que contar com investimentos públicos. Não pode ser algo privatizado”, reforçou. Ele reivindicou a liberação de espaços e equipamentos públicos, como os das escolas, para a realização dos eventos do hip hop, e se queixou das dificuldades impostas pela Polícia Militar para liberar atividades voltadas para esse movimento em BH.
Nessa mesma linha, o mobilizador e produtor cultural Marcos Pereira, o Salve MC, membro do Fórum do Hip Hop de BH, elogiou o projeto, mas também criticou a enorme burocracia. A gente ocupar certos espaços parece que incomoda o poder público”, avaliou.
A secretária de Cultura de Belo Horizonte, Eliane Parreiras, considerou o reconhecimento ao hip hop como algo importante para facilitar o acesso a recursos públicos e para a valorização dessa manifestação cultural. O diretor de Proteção e Memória do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), Adriano Maximiano da Silva, lembrou a importância do cadastramento dos artistas e grupos de hip-hop na lista de bens culturais, o que amplia o cálculo do ICMS Cultural e beneficia os municípios com repasses de recursos estaduais.
Já o superintendente de Fomento, Capacitação e Municipalização da Secretaria de Estado de Cultura, Pablo Soares Pires, falou sobre a importância de facilitar o acesso dos artistas de hip-hop aos editais do Fundo Estadual de Cultura e da Lei de Incentivo à Cultura. Defendeu a importância dessa manifestação cultural para os moradores da periferia. Eu entendo o hip-hop como uma tecnologia de sobrevivência ao racismo e à perseguição”, afirmou. (Com assessoria da ALMG)
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