15 de abril, de 2025 | 06:00
Empate animador
Fernando Rocha
O Cruzeiro vinha de três derrotas consecutivas e uma crise instaurada no clube, depois da derrota para o fraquíssimo Mushuc Runa, do Equador, pela Sul-Americana.O técnico Leonardo Jardim deu uma sacudida na equipe, ao deixar de fora titulares até então absolutos, como o lateral Willian e os atacantes Dudu e Gabigol, apostando em Fagner, Lucas Silva, Cristian e Kaio Jorge, autor do gol de empate, o que aparentemente deu certo.
Desta vez não faltaram disposição e muita vontade de acertar dos jogadores, que se impuseram e competiram de igual para igual com o São Paulo, um dos grandes do futebol brasileiro, na casa do adversário.
Por isso, este empate, sem sofrer tanto como nas partidas anteriores, pode ser considerado um resultado animador.
Empate frustrante
Não faltou luta dos jogadores e competitividade ao time do Atlético, que novamente deixou a desejar nas finalizações.
Foram 34 chutes a gol, 16 escanteios contra a meta do Vitória, embora o goleiro do time baiano não tenha feito uma grande defesa.
O técnico Cuca surpreendeu ao escalar o jovem chileno Ivan Roman, 18 anos, como titular na zaga em substituição ao suspenso Lyanco; no meio de campo, sem poder contar com Alan Franco, contundido, escalou o argentino Fausto Vera, que até então não vinha tendo oportunidades de atuar.
O Vitória vinha de duas derrotas e, ao contrário do esperado mostrou organização, competência para se defender e contra-atacar, chegou a ficar duas vezes na frente do marcador e por pouco não saiu com um resultado positivo, que não seria injusto.
FIM DE PAPO
A baixa da vez no Galo foi o lateral Guilherme Arana, mais um que vai desfalcar o time alvinegro por conta de contusão muscular. Já estão em recuperação pelo mesmo motivo: Junior Santos, Igor Rabelo e Alan Franco. Como o calendário maluco do futebol brasileiro prevê até o meio do ano jogos duas vezes por semana, qualquer contusão de um jogador titular traz enormes prejuízos à equipe.
O grande problema do Atlético, no entanto, não são as ausências de titulares, mas a má fase do melhor jogador e líder da equipe, Hulk, que ainda não conseguiu atingir a plenitude da sua condição física e técnica, após retornar de contusão muscular. Contra o Vitória, no último domingo, Hulk fez uma das piores partidas desde que chegou ao Galo. A impressão é que o super-herói” alvinegro está travado”, na linguagem popular do futebol.
O Cruzeiro já estaria nos bastidores procurando substitutos para o diretor de futebol e CEO do clube, Alexandre Mattos, bem como para o supervisor Paulo Pelaipe. Há exato um ano juntos, o trabalho deles não teve nenhum reflexo positivo dentro de campo, conforme avaliação interna do clube. Uma das queixas dos donos em relação a essa dupla que comanda o futebol é pela falta de aproveitamento dos jovens da base na equipe principal, além de contratações caras e equivocadas, como a do jovem zagueiro paraguaio Gamarra, que teve oportunidades e não mostrou qualidade.
Por enquanto não haverá demissões, mas sim uma intervenção direta do dono da SAF, o empresário Pedro Lourenço, que passou a vivenciar o ambiente interno e ficar mais próximo dos jogadores, o que na prática significa diminuir a autonomia de Mattos. Nas últimas viagens, a Porto Alegre e a São Paulo, Pedro Lourenço foi quem chefiou a delegação cruzeirense e Alexandre Mattos foi convidado a permanecer em Belo Horizonte. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. (Fecha o pano!)
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