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13 de abril, de 2025 | 06:00

Crise sem fim

Fernando Rocha

A crise no Cruzeiro parece não ter fim. O time celeste acumula três derrotas seguidas, somando Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana, sendo a última, um vexame, perdeu por 2 a 1 para o modesto Mushuc Runa, do Equador, que fez apenas seu segundo jogo na história fora de seu país.

Hoje, no Morumbi, o adversário é o poderoso São Paulo, que se, por um lado, não é nenhuma máquina de jogar futebol como no passado, vem de um empate em casa pela Libertadores e o técnico está na corda bamba, possui um elenco qualificado, entre os melhores do futebol brasileiro.

Este jogo de hoje passa a ser o da virada de chave. Mas como acreditar nesta equipe comandada pelo português Leonardo Jardim depois da atuação pífia na última quarta-feira, que resultou na derrota para os equatorianos?

A esperança é que as cobranças diretas aos jogadores feitas pelo dono do clube, Pedro Lourenço, surta algum efeito e o time mostre outro comportamento, lute, honre o manto celeste e consiga ao menos competir contra os paulistas.

Outro desafio
O Atlético tem hoje outro desafio contra um time bem mais fraco, o Vitória (BA), desta vez pelo Brasileirão, no “Gigante da Pampulha”, em um horário diferente, às 20h30.

A dúvida é se o ataque terá a mesma eficiência demonstrada contra um adversário também inferior, o Deportivo Iquique, quando fez 20 finalizações, acertou 10 no alvo do lanterna do campeonato chileno e marcou quatro gols, sendo o primeiro a menos de um minuto da primeira etapa, sem sofrer nenhum.

Alguém pode dizer que o adversário era muito fraco, o que é a pura verdade, mas se os jogadores do Galo não tivessem entrado determinados, com vontade de vencer e decidir logo a partida, poderiam ter se complicado, pois é como diz um velho ditado aqui dos nossos grotões: “porco magro é que suja a água”.

FIM DE PAPO

O narrador Alberto Rodrigues, ex-Itatiaia, um dos cronistas mais longevos do rádio esportivo brasileiro, hoje no “Canal do Samuca” narrando os jogos do Cruzeiro pelo YouTube, desabafou após o vexame da quarta-feira passada, no Mineirão: “Esta foi a pior atuação que ví do Cruzeiro nos meus 63 anos de carreira”. Lembrei-me do saudoso Aloysio Martins, comentarista da Rádio Vanguarda durante décadas que, se ainda estivesse entre nós, abriria o seu comentário com uma citação que lhe era peculiar: “O Cruzeiro, esta noite, contra o desconhecido Mushuc Runa, do Equador, foi uma caricatura de time de futebol”.

O vexame do Cruzeiro contra os equatorianos só se compara a outro, ocorrido no dia 13 de novembro de 1994, quando foi goleado por 5 a 1 pelo Remo, no Independência, em jogo válido pela repescagem do Campeonato Brasileiro. O destaque foi o ponta-direita Helinho, autor de quatro gols e, curiosamente, Cuca, atual treinador do Galo, jogava no Remo e fez um dos gols. Eu narrei esse jogo pela Rádio Vanguarda e a diferença daquele time para o de hoje é que, apesar da derrota acachapante, foram criadas pelo menos sete chances claras de gol, consagrando o goleiro Clemer, que depois faria sucesso no Flamengo e Internacional. O técnico cruzeirense era o Palhinha - o original, já falecido -, comandando um time em minha opinião superior ao atual: Dida; Zelão, Arley (Célio Lúcio), Lelei e Nonato; Ademir, Douglas (Jean Carlo) e Toninho Cerezo; Mário Tilico, Cleisson e Roberto Gaúcho.

Muita gente reclamando do horário das 20h30 para o jogo do Galo com o Vitória, hoje, no Mineirão. A maioria dos incomodados é de colegas da imprensa de BH, que têm os seus motivos particulares para criticar, mas, de fato, quem gosta de ir ao estádio considera esse novo horário no mínimo ruim, considerando o trânsito caótico da nossa capital, que dificulta o retorno para casa e atrapalha a vida de quem pega no batente no outro dia cedo. Agora, se o objetivo da televisão que paga para transmitir os jogos é atingir o público em casa, ela acertou em cheio. Nada melhor que um joguinho no final do domingo, sem nada pra fazer, depois dormir para trabalhar no dia seguinte mais animado ou “p” da vida, se o time do coração perder.

O horário de jogos mais tradicional e elogiado pela maioria da mídia é o das 16h aos domingos. Para quem assiste na TV ou vai ao estádio, acho este horário péssimo, pois interfere no almoço de domingo, que, tradicionalmente, é servido mais tarde. Até a década de 90 do século passado os jogos aos domingos começavam às 17h, horário que, a meu juízo, atenderia melhor a todos. Mas, infelizmente, para ajustar a sua grade de programação, sobretudo o “Domingão do Faustão”, a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão, instituiu esse horário das 16h aos domingos e não há sinais de mudança. (Fecha o pano!)


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