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04 de abril, de 2025 | 12:34

Funerárias são interditadas em Ipatinga

PCMG/Divulgação
Oito funerárias em Ipatinga foram alvo de fiscalização pela Vigilância Sanitária e Polícia Civil na tarde de quinta-feira (3). A Operação Thanos teve como objetivo investigar crimes ambientais cometidos por empresas funerárias e verificar irregularidades administrativas. A operação teve como foco a fiscalização dos procedimentos de manipulação de corpos e o descarte de resíduos biológicos.

As investigações tiveram início em janeiro, após denúncias de que o proprietário de uma funerária teria criado duas empresas do mesmo ramo por meio de fraude para obtenção de vantagens indevidas. Segundo a delegada regional, Talita Martins Soares, o objetivo era participar mais vezes do rodízio de funerárias de plantão que recolhem ao Posto Médico-Legal (PML) os corpos de vítimas de crimes ou acidentes e também em hospitais da cidade.

A delegada, juntamente com o delegado da 2ª Delegacia de Ipatinga, Marcelo Castro e o investigador Márcio Henrique, falaram à imprensa na manhã desta sexta-feira (4) para dar mais detalhes da Operação Thanos. O nome deriva da palavra grega Thanatos, que significa "morte e também da “tanatopraxia”, que é uma técnica de conservação de corpos que visa preparar o falecido para o velório. O termo thanatos (morte) e práxis (o que se faz habitualmente).

Wellington Fred
Detalhes da operação foram concedidos durante coletiva de imprensaDetalhes da operação foram concedidos durante coletiva de imprensa

Com a constatação de crime de fraudes, a fiscalização municipal foi acionada e, em 25 de março, interditou duas funerárias na cidade devido a irregularidades administrativas e ao crime ambiental de despejo irregular de fluidos e materiais orgânicos extraídos de cadáveres diretamente na rede de esgoto.

Ainda segundo a PC, diante da gravidade da situação, as investigações foram ampliadas para apurar os crimes contra o meio ambiente. Na operação, foram vistoriadas todas as funerárias do município, identificando-se mais irregularidades em algumas delas.

“A partir daí, a 2ª Delegacia de Ipatinga iniciou as investigações quanto ao crime ambiental e na quinta-feira desencadeou essa fiscalização em todas as funerárias. Hoje a gente tem é três funerárias funcionando, três interditadas e duas notificadas para regularizar administrativamente”, revelou Talita.

Sobre funerárias de outras cidades, a delegada afirmou que poderá notificar o poder público destas cidades para verificar a situação dos estabelecimentos dos 16 municípios que compõem a área territorial da 1ª Delegacia Regional de Ipatinga.

Fluidos na rede de esgoto
Uma das funerárias fiscalizadas, no Centro de Ipatinga, apresentava indícios de crime ambiental, o que levou à interdição imediata do estabelecimento pela Vigilância Sanitária. Com esta suspeita, o Instituto de Criminalística da PC também foi acionado para fazer a perícia criminal, para comprovar a prática ilegal de despejo de dejetos biológicos direto na rede de esgoto.

O delegado Marcelo, que ficou à frente da investigação por crime ambiental, informou como é esta situação verificada no dia 25 de março. “Nessa ocasião, em um desses locais, a Vigilância constatou que no processo de preparação e conservação de corpos, extraindo o sangue e fluídos dos cadáveres, esse material estava sendo jogado diretamente na rede de esgoto”, ressaltou.

Essa situação constatada na funerária constitui crime ambiental, causando a poluição através do lançamento de resíduos de maneira irregular. “Previsto no artigo 54 da Lei 9.605, a Lei dos Crimes Ambientais, tem uma pena prevista de 1 a 4 anos de reclusão”, disse o delegado, acrescentando que o sócio-proprietário da funerária é quem responde criminalmente.

Interdição
Sobre a funerária interditada durante a Operação nesta quinta-feira, o funcionário responsável revelou que não era feito o serviço de tanatopraxia. “Segundo ele, é feito apenas o serviço de tamponamento (tampar os orifícios) do cadáver e ornamentação. O que levantou suspeita nesse local foi a inclinação do piso que direcionava para o ralo”, contou.

A perícia coletou amostra que será encaminhada para Belo Horizonte para análise. “Então, é importante salientar que nós não constatamos nesse local a ocorrência de crime ambiental. O local foi interditado pela Vigilância Sanitária por questões administrativas”, finalizou Marcelo, cuja equipe ainda continua a investigar os estabelecimentos.

Prefeitura de Ipatinga
Por meio de nota, a administração de Ipatinga informou que foi interditada uma funerária no município, em ação conjunta com a Polícia Civil. “O estabelecimento já havia sido notificado anteriormente devido a irregularidades e recebeu diversos prazos para adequação e regularização da documentação, que não foram cumpridos”.

Ainda esclareceu que, mesmo após sucessivas oportunidades para regularização, a empresa não apresentou a documentação necessária. “Reforçamos que o objetivo da fiscalização não é o fechamento de estabelecimentos, mas sim garantir que todas as empresas operem em conformidade com as leis municipais, assegurando a segurança e a saúde da população”, destacou o Executivo.
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Comentários

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Jj

05 de abril, 2025 | 14:26

“Muita Funerária pra pouco defunto!”

Leitor

04 de abril, 2025 | 19:06

“Prefeitura de Ipatinga não fiscaliza nada.
Na rua Campinas os bares ja ocupam metade da rua”

Verdade

04 de abril, 2025 | 17:39

“Anos isso deve acontecer, mas a prefeitura de Ipatinga MG é omissa em Fiscalização geral.”

Rj

04 de abril, 2025 | 14:01

“No Neoliberalismo, que chegou ao Brasil no início dos anos 1990 com o "Caçador de Marajás", o Estado não deve interferir na economia, nem na das aves de rapina.”

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