30 de março, de 2025 | 06:00

Dada a largada

Fernando Rocha

A mais importante competição do nosso calendário de futebol começou ontem com previsão de terminar em 21 de dezembro; isto é, se não coincidir com jogos da Recopa Sul-Americana.

Na rodada número um do Brasileirão/Série A, os nossos dois representantes, Galo e Raposa, jogaram contra Grêmio fora e Mirassol em casa, respectivamente.

As expectativas dos torcedores, até antes de a bola rolar, revelavam uma desconfiança e ao mesmo tempo esperança de algo positivo por parte dos cruzeirenses, enquanto os atleticanos acreditavam que o alvinegro irá brigar pelo título ou por vaga na fase de grupos da Libertadores.

O Galo conquistou o hexacampeonato estadual com uma sequência de vitórias e só uma derrota, o que trouxe de volta a confiança da torcida no time agora comandado por Cuca; que estava perdida após os dois fracassos nas finais da Copa do Brasil e da Libertadores, no ano passado.

A Raposa fracassou no Estadual e decepcionou a sua torcida, que nem por isso deixou de apoiar o time na estreia, o que foi demonstrado com o Mineirão recebendo público superior a 40 mil pessoas diante do Mirassol.

Serão 38 rodadas e muita água para passar debaixo da ponte, neste Brasileirão, mas é fato que um bom começo sempre é fundamental para as pretensões de qualquer um.

Considerado por muitos o melhor técnico de futebol do mundo, Pep Guardiola, técnico do Manchester City da Inglaterra, deu a letra no livro “A Evolução”, onde conta sua trajetória no futebol, sobre como ganhar campeonatos de pontos corridos : ”O título só é conquistado nas oito rodadas finais, mas é nas oito primeiras que ele é perdido”. (Pep Guardiola)

Só vexames
O último vexame da seleção brasileira ainda repercute e promete desdobramentos e consequências imprevisíveis nos próximos dias e meses.

Foram duas goleadas sofridas para os rivais argentinos: 6 x 0 na estreia do Sul-Americano Sub-20, em 24 de janeiro; dois meses depois, na última terça-feira, 4 x 1 com a equipe principal.

Ednaldo Rodrigues teve a sua reeleição na CBF confirmada por aclamação, com o apoio de todas as federações e clubes das séries A e B, um dia antes de mais esse vexame da seleção brasileira.

Na última sexta-feira, o dirigente decidiu demitir o técnico Dorival Junior, elevando o nível de desconfiança em relação à participação da seleção canarinho a pouco mais de um ano para o início do Mundial de 2026, em estádios dos Estados Unidos, do México e do Canadá.

FIM DE PAPO

Foi um show de horrores a atuação da seleção brasileira no Monumental de Nuñes, mas, sobretudo, a nossa defesa. Os 4 a 1 para os hermanos ficaram de bom tamanho, pois o “sapeca” poderia ter sido pior: 5, 6, outro 7 a 1. O falastrão Raphinha falou grosso contra os argentinos para agradar Romário e enfrentou as consequências. Afinou feio, como todo o time, e ainda levou um esbarrão proposital do goleiro Dibu Martinez

Impressionante a revelação sobre o salário e os ganhos do presidente da CBF, feita pelo colunista Lauro Jardim do jornal “O Globo”. O novo mandato de Ednaldo Rodrigues vai até março de 2030. Até lá, segundo revelou o colunista, irá receber R$ 383,6 mil mensais. Somado ao 13º, o valor anual ultrapassa a marca de R$ 5 milhões. Pior ainda: estes valores estão previstos no estatuto da entidade e os pagamentos são auditados e aprovados pelo Conselho Fiscal da CBF. Tudo legalizado (???) e o presidente da CBF, desde 2023, tornou-se membro do Conselho da Fifa. Por conta disso recebe a bagatela de 300 mil dólares ao ano, algo em torno de R$ 1,7 milhão. Largar o osso? Nunca.

Foi-se o tempo que era só estalar os dedos e a CBF contratava um treinador para a seleção brasileira. Primeiro, porque os treinadores brasileiros estão em baixa e há muitos anos não produzimos novos Telês, Zagallos ou Felipões. Segundo, porque já não é privilégio especial comandar a única seleção pentacampeã mundial e, além do mais, existe a questão financeira, pois clubes europeus e árabes pagam salários milionários e fora da realidade da CBF.

O nome mais forte no momento para assumir o comando da seleção é do português Jorge Jesus, atualmente no Al-Hilal. O ex-técnico do Flamengo já fez até campanha para isso e demonstrou disponibilidade de vir até mesmo antes do Mundial. O problema que teve com Neymar no clube árabe já teria sido superado e não seria um impedimento para a sua contratação. Em três anos de administração, o atual presidente vai para o quinto treinador da seleção brasileira. Coisas do nosso pobre futebol e de uma entidade cada vez mais desmoralizada. (Fecha o pano!)

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