22 de março, de 2025 | 08:30

Estudantes aprendem práticas ambientais para preservar a cidade

Enviada ao Diário do Aço
'Trabalhar temas ambientais com estudantes forma pessoas mais conscientes', afirma geógrafo'Trabalhar temas ambientais com estudantes forma pessoas mais conscientes', afirma geógrafo
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço
Neste sábado (22), é comemorado o Dia Mundial da Água. Em alusão à data, na próxima terça-feira, dia 25, o Instituto Interagir, em colaboração com o Colégio Padre de Man, receberá em Ipatinga os estudantes para abordar a respeito de questões ambientais do município. Algumas questões a serem debatidas são as consequências da chuva, a hidrografia, o plantio e as nascentes.

Os alunos passarão pela cachoeira da ponte do Tribuna, onde irão compreender a formação do ribeirão Ipanema, em seguida subirão a serra até a “bica da fonte", um marco histórico e cultural da localidade, conhecido também como “parada dos tropeiros". No local, os alunos vão compreender a importância da mata ciliar e de técnicas de recuperação de nascentes. O trabalho de campo continua o caminho até a comunidade rural do Ipaneminha, onde ocorrerá outro circuito pedagógico e ambiental com o plantio de mudas de árvores da Mata Atlântica numa área da mata ciliar.

O geógrafo, historiador e escritor ipatinguense Alessandro de Sá, idealizador do Instituto Interagir, destacou que trabalhar esses temas com estudantes do ensino fundamental forma pessoas mais conscientes e responsáveis quanto ao uso da água e à preservação do meio ambiente em suas rotinas diárias. “Esse tema integra os conteúdos dos parâmetros curriculares nacionais do ensino fundamental e, o concluindo, serão futuros alunos aptos a fazerem um curso técnico em que poderão acessar atividades profissionais”.

Alessandro afirmou que as práticas educativas, como essa modalidade de trabalho de campo, fornecem ao professor e ao aluno do ensino fundamental subsídios para conhecer ainda mais o seu território de convívio. “Em que as metodologias do processo de ensino e aprendizagem favorecem na criação de hábitos sustentáveis, conscientização sobre a crise hídrica, a valorização dos ecossistemas, a responsabilidade socioambiental e cidadania”, enfatizou.

Hidrografia e consequências da chuva
Os estudantes poderão aprender sobre: identificação e importância das nascentes; a bacia hidrográfica do ribeirão Ipanema; a qualidade da água e impactos ambientais; observação de possíveis fontes de poluição, como despejo de esgoto, resíduos industriais e assoreamento; e a importância da vegetação na proteção dos recursos hídricos e da biodiversidade local.

Ainda refletirão sobre a chuva, em um contexto de emergência climática e seca, que pode ter consequências tanto positivas quanto negativas, dependendo da intensidade, frequência e preparação do município para lidar com eventos extremos.

O geógrafo explicou que umas das consequências positivas trata-se da reposição dos recursos hídricos para a bacia hidrográfica do ribeirão Ipanema, aliviando os impactos da seca e garantindo abastecimento para a população e atividades econômicas. “Também melhora a qualidade do ar. A água da chuva pode reduzir partículas de poluição suspensas, especialmente nas grandes áreas urbanas. Também há benefícios para os agricultores. A chuva moderada ajuda no crescimento das plantações e na recuperação do solo ressecado”, afirmou.

Segundo o historiador, as consequências negativas foram observadas no início do ano, na tragédia do dia 12 de janeiro. “Destacamos os riscos de enchentes e deslizamentos com impactos em equipamentos públicos e privados, além de vítimas humanas, efeitos físicos no solo e cursos d’água, como erosões e assoreamento. Pode causar impactos na infraestrutura da cidade, as enxurradas podem danificar estradas, pontes e redes de esgoto, bem como provocar quedas de energia e veiculação de doenças hídrica”.

Plantio e conhecimento das nascentes
Alessandro ainda ressaltou que o plantio de mudas deve ser incentivado porque contribui diretamente para a preservação ambiental, qualidade de vida e sustentabilidade dos ecossistemas no bioma da Mata Atlântica de Ipatinga. “As razões principais consistem na redução da temperatura e conforto térmico, combate à erosão e recuperação de áreas degradadas, aumento da biodiversidade e estímulo à consciência ambiental. Incentivar esse plantio é um investimento no futuro, garantindo um ambiente mais saudável para as próximas gerações de Ipatinga”, disse.

Ele acrescentou que a região também deve conhecer mais sobre suas nascentes, que são fundamentais para a formação dos principais córregos e ribeirões do território, com potencialidades para planos alternativos para o abastecimento da população. “As nascentes fazem parte da hidrografia, sendo esse um componente estratégico para a produção de água e a viabilidade do abastecimento hídrico. Os estudos das áreas de nascentes promovem o controle da poluição e degradação, pois muitas nascentes sofrem com o desmatamento, poluição e ocupação irregular. Identificar e monitorar esses locais ajuda a evitar impactos ambientais gravíssimos”.

“As nascentes sustentam ecossistemas locais do nosso município, garantindo a sobrevivência de diversas espécies de fauna e flora, além de regular o microclima da região. Conhecer as nascentes da nossa hidrografia fortalece a cultura da preservação ambiental, incentivando comunidades, escolas e empresas a adotarem práticas mais sustentáveis”, complementou.
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