19 de março, de 2025 | 08:00
Selo Indústria Responsável da Fiemg alcança micro e medias empresas
Antonio Nahas Junior *
Esta semana participei do programa Caminhos do Empreendedor, na Rádio Educadora, para falar sobre um tema que sempre discutimos aqui: sustentabilidade. E a conversa girou sobre o Selo Indústria Responsável, lançado pela Fiemg. E a pergunta: sustentabilidade é agenda só para grandes empresas ou é importante também para as pequenas e médias indústrias?Essa questão ganha ainda mais importância quando sabemos que o Brasil vai sediar a COP 30, em novembro deste ano, que vai tratar de um dos temas mais importantes da atualidade: mudanças climáticas. A cada dia, temas como mudanças climáticas; redução da geração de resíduos; direitos humanos; trabalho decente, chegam mais perto do nosso dia a dia.
Antes de mais nada, é bom esclarecer um pouco sobre o selo. A certificação está disponível para empresas de qualquer tamanho, independentemente do seu faturamento ou número de colaboradores. É aderente à Agenda ESG - Governança Ambiental; Social e Corporativa - e cria um processo em que as empresas podem examinar suas práticas, transforma-las, se for o caso e conseguir a certificação.
Tudo começa acessando o site da Fiemg. Lá vamos achar o regulamento da iniciativa e o endereço do autodiagnóstico. Trata-se de um questionário a ser preenchido pelos proponentes, que contêm três eixos principais: Responsabilidade Social; Meio ambiente e Governança. Cada eixo é dividido em temas específicos. O Eixo Responsabilidade Social, por exemplo, é composto pelos temas relações de trabalho; direitos humanos e trabalho decente; diversidade, equidade e inclusão; engajamento e relacionamento com a comunidade e responsabilidade social na cadeia de valor.
Para cada um destes temas há vários critérios, que vão do pior até o melhor. Por exemplo o critério Direitos Humanos vai desde a resposta "NÃO ATENDE" até a última e mais evoluída, onde lemos: "A organização possui metas, monitora os indicadores de Direitos Humanos da própria operação e da cadeia de valor, impactando nas decisões comerciais. Assume compromissos públicos sobre o tema e exerce papel de influência na sua cadeia."
Mas é bom deixar claro uma coisa: não basta preencher: para cada resposta tem que haver as chamadas evidências (provas) do que está sendo dito. E depois de tudo preenchido, a empresa interessada envia o autodiagnostico e as comprovações para a Fiemg.
"A certificação está disponível para empresas de qualquer tamanho, independentemente do seu faturamento ou número de colaboradores"
Esses materiais serão analisados, logo em seguida e, de acordo com a pontuação recebida pela empresa, ela será classificada em um dos cinco estágios existentes: inicial; intermediário; evolutivo; estratégico e transformador.
O selo só será concedido para as empresas que estejam do estágio evolutivo para a frente. Neste estágio, a organização deverá demonstrar que possui um sistema de gestão estruturado; objetivos e metas mensuráveis, e que implementa processos, controles e práticas de melhoria dos critérios ESG. Nos próximos estágios, os critérios são mais completos e rigorosos.
Mas não basta apenas demonstrar: será realizada auditoria presencial para avaliação da conformidade. Se tudo estiver OK, sai o selo. Se houver não conformidades que impeçam a obtenção do selo, a própria FIEMG pode fornecer apoio técnico para evolução da organização solicitante.
Para que serve o selo? - O selo não é uma exigência legal. Não há lei que obrigue as empresas a tê-lo. E muitos empresários se perguntam se vale a pena o esforço em consegui-lo?. Afinal, para que esta trabalheira toda?
É uma boa pergunta. Mas, sobretudo para as empresas que querem se consolidar no mercado e expandirem seus negócios, o preenchimento do Diagnóstico vai ajudar em muito os gerentes, técnicos e empresários a conhecerem o estágio de evolução do seu negócio, para sintonizá-lo com as demandas e preocupações com sustentabilidade que emanam da sociedade.
É o caminho do crescimento: olhar para o futuro; sintonizar a empresa com as expectativas da sociedade. E, certamente, a FIEMG atestar para qualquer empresa que esta possui práticas sustentáveis; que ela se sintoniza com as demandas colocadas pela sociedade, de forma voluntária, é um diferencial competitivo importante. E mais: a Fiemg vai promover a divulgação das certificações nos seus canais de comunicação, o que aumenta o alcance destas conquistas. Tudo isto poderá aumentar o leque de clientes e facilitar o acesso a linhas de crédito.
O selo pode melhorar também as relações das empresas com os órgãos públicos e com seus clientes. É uma medalha no peito do empreendedor. E mais: ter o selo não é nada caro, pelo contrário.
Sabemos que as modificações no mundo do trabalho têm levado a um aumento exponencial no número de pequenas empresas. E que este processo vai continuar. A conquista da sustentabilidade abre as portas para o futuro, contribuindo para a consolidação deste setor cada vez mais importante na geração de valor e de empregos na nossa economia. Obrigado Ronan Delfino, apresentador do programa, pelo convite!
* Economista, empresário. Diretor da NMC Integrativa. Morador de Ipatinga.
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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Ronan Delfim Machado
20 de março, 2025 | 10:01Foi uma grande satisfação recebe-lo no programa Caminhos do Empreendedor na rádio, pois abordamos um assunto muito importante e ampliou nossa visão sobre as possibilidades que esse tema traz para donos e donas de empresas. Eu até compartilhei essa matéria com os empresários que eu conheço.”