
16 de março, de 2025 | 08:00
A polarização é a pior coisa que já ocorreu na política brasileira
Carlos Alberto Costa *
Pais que não conversam mais com filhos, irmãos que se distanciaram, amigos que se tornaram inimigos, empregados que foram demitidos, sem justa causa apenas por birra de gestores, colegas de trabalho que não se toleram. A lista de problemas causados pela polarização política no Brasil a partir de 2018 é longa.Numa leitura hoje, do alto de 16 de março de 2025, o que podemos compreender é que há dois ecossistemas políticos sobrevivendo às custas dessa polarização contraproducente. Manifestações como essa que vai para as ruas hoje não servem para nada, além de acirrar os ânimos. Não servem para nada além de recortes de falas lacradoras para as mídias sociais, esse sim, um ambiente tóxico, insalubre e mascarado por informações duvidosas, em sua maioria fabricada para interesses escusos. Falta-nos alguém com o pulso forte e o coração verdadeiramente patriota para pacificar o Brasil.
É visível que, por trás da defesa canina de dois políticos de péssima referência, a massa de manobra torça para seus "mitos" em meio a cortinas de fumaça para esconder grandes deficiências do Estado brasileiro, que joga à própria sorte a vida de milhares de pessoas, consumindo como sempre o suado conteúdo do cofre abastecido por uma carga tributária escorchante.
De um lado está Bolsonaro. Esse político, no qual as pessoas votaram, e que muitos brasileiros, milhões de brasileiros ainda defendem, é um personagem da internet. É um personagem de ficção. Nessa internet ficcional, de mentirinha, ele é um herói, ele é corajoso, ele luta pelo interesse das pessoas, ele quer mudar o sistema.
As pessoas realmente desejam isso e personificaram nesse indivíduo essa necessidade. Na vida real, e toda hora você tem esse choque entre a vida real e a fantasia, na vida real Bolsonaro é um político velho, é um político que não trabalha, deve ser seguramente o Presidente da República que menos trabalhou na nossa história.
Nos vemos feito o cachorro que corre atrás do próprio rabo tentando encontrar o carrapato que lhe rouba o sangue”
Ele dedica o tempo dele a fazer confusão na internet, é um personagem que tem medo da polícia, tem medo da Justiça. Será que suporta 30 dias de investigação séria da polícia? Então, de um cidadão desse, o que você pode esperar? O que temos de mudança? Nada.
Necessitamos, sim, de mudança. Nenhum país merece um Bolsonaro ou um Lula. Esse último é bananeira que já deu cacho. Passou o seu tempo, perdeu o bonde da história. Lula entrou no governo em 2002 com respaldo popular para promover grandes e necessárias mudanças para o país, mas, na prática, o que ele fez? Foi alinhar-se com os partidos do Centrão em nome da governabilidade, justamente aqueles que sustentaram o status quo ao longo das décadas, patrocinando os maiores atos de corrupção que se tem notícia na história do país.
Veja no relatório da Lava Jato quais são os partidos mais citados: todos do Centrão, que depois foram amparar o governo Bolsonaro e hoje estão alinhados com Lula. Muda-se o estrume, mas as moscas são sempre as mesmas.
E soma-se a todo esse cenário um fato consumado: hoje não temos o nome de um substituto à altura da aceitação popular dos dois políticos. Dessa forma, nos vemos feito o cachorro que corre atrás do próprio rabo tentando encontrar o carrapato que lhe rouba o sangue.
* Professor aposentado
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Gildázio Garcia Vitor
16 de março, 2025 | 10:42Pelo jeito, o Sr. Carlos Alberto não passa de um bolsonarista arrependido atrás de um Aecim Never, ou, quem sabe, um General-Ditador. Um Castelo Branco ou um João Batista Figueiredo das atualidades.”