
15 de março, de 2025 | 08:20
''Ou agimos agora, ou veremos o caos climático se instalar'', alerta ambientalista
Arquivo DA
Queimadas na região são frequentes todos os anos e agravam os impactos das mudanças climáticas no município
Por Sofia Carvalhido - Estagiária sob supervisão
Neste sábado (15), véspera do Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas, o advogado, ambientalista e assessor parlamentar Vander de Almeida Neto, em entrevista ao Diário do Aço, alerta para os desafios ambientais enfrentados por Ipatinga e pelo mundo. Ele destaca que os principais responsáveis pelas mudanças climáticas são a concentração de gás carbônico e a emissão de gases de efeito estufa (GEE).
Nesse sentido, de acordo com um relatório do Observatório do Clima, publicado em 2023, entre os anos de 2010 e 2021, as emissões brutas de GEE no Brasil aumentaram em cerca de 40%. Segundo Vander, no município de Ipatinga, anualmente, são registradas queimadas em áreas de vegetação, sem que haja qualquer programa de prevenção ou combate. Essas práticas estão entre as principais causas das mudanças climáticas que o mundo está vivenciando nos últimos anos. Já comprovado por diversos estudos que as principais causas das mudanças climáticas que enfrentamos está na concentração de gás carbônico e emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa) na atmosfera, provenientes do setor industrial e dos transportes com a queima de combustíveis fósseis, da agricultura baseada na forte aplicação de agrotóxicos e Nitrogênio, da pecuária e sobretudo no desmatamento”, detalha.
Impactos
Mudanças climáticas como o aquecimento global, o derretimento das geleiras e, consequentemente, o aumento do nível dos oceanos - atingem a biodiversidade e os ecossistemas de formas variadas. Veja o caso dos jacarés, para citar apenas esse exemplo: de acordo com a temperatura, os ovos fecundados podem originar filhotes machos ou fêmeas. Uma mudança drástica no clima pode desequilibrar a espécie no nascimento. Há espécies de plantas que simplesmente não germinam diante um quadro de aumento nas temperaturas. Outro problema seríssimo é o aumento no nível dos oceanos, que podem simplesmente inundar municípios inteiros”, cita o ambientalista.
Mitigação
Durante a I Conferência Livre do Meio Ambiente de Ipatinga, promovida em 26 de janeiro, foram propostas algumas diretrizes e, entre elas, algumas medidas de mitigação dos impactos das mudanças climáticas no município. Entre elas, está a renovação das frotas de veículos, principalmente dos coletivos, com tecnologias não poluentes; a prática de agricultura sustentável; reflorestamento; políticas de moradias populares sustentáveis; entre outras. Em Ipatinga vemos os arranha-céus tomarem conta da paisagem impedindo a circulação de ar e, consequentemente, diminuindo a dissipação do calor e da fuligem presente no ambiente. Nossos morros são queimados e desflorestados ano a ano. Nossas minas d'água estão sem qualquer atenção do poder público e também nossas áreas de remanescentes de Mata Atlântica”, afirma Vander.
Além disso, o ambientalista afirma que mudanças como a ampliação das ciclovias e o incentivo ao uso de bicicletas também podem ajudar na mitigação dos danos. Da mesma forma, o investimento em coleta seletiva de lixo e a criação de espaços verdes e ecológicos também são medidas viáveis. Ou tomamos a nível global as medidas necessárias para paralisar esses aumentos ou em poucos anos veremos o caos ainda maior se instalar no planeta, atingindo em maior grau as pessoas e países mais pobres”, ressalta.
Políticas climáticas
Segundo Vander, o papel dos governos, a níveis municipal, estadual e federal, e das grandes indústrias é de extrema importância no processo de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Do lado dos governos, criar e executar as políticas que vão no sentido da transformação/transição ecológica em todos os setores da economia e, às indústrias, cabe não só observarem e respeitarem as diretrizes apontadas como também adotarem sistemas de produção circular, onde não se rejeita nada”, detalha.
População
A partir de como enxergamos a economia, do grego oikosnomos” (regras da casa”, da Mãe Terra), podemos mudar os rumos de nosso sistema climático. Tomo como exemplo, o nosso consumo diário: O que compramos? São alimentos saudáveis e não processados? Quantas embalagens levamos para nossos lares e o que fazemos com elas? Qual o volume de consumo de carne vermelha? Por que não optamos pelos pescados, uma vez que o Brasil tem uma extensão litorânea continental? Damos prioridades aos produtos que as empresas respeitam o meio ambiente e os trabalhadores delas? Optamos pelo transporte individual ao coletivo e às bicicletas?”, questiona o ambientalista.
O ambientalista conclui afirmando que diversas ações podem ser tomadas pela população, feitas por cada um e cada uma”, a fim de salvar a existência humana no planeta.
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Alessandro de Sá
15 de março, 2025 | 16:19Parabéns a jornalista Sofia e ao Vander pela importância da matéria.
Debater essas questões é fundamental para garantir a qualidade de vida da população e a sustentabilidade da região.”
Arthur
15 de março, 2025 | 13:02Infelizmente ninguém liga até acontecer o pior, quem sabe quando começar a faltar água de maneira massiva ou vir uma onda de calor mortal... O fundo do posso ainda é muito mais embaixo, podem esperar”
Jose Afonso Martins de Assis
15 de março, 2025 | 11:05Muitas pessoas não têm ideia do mundo que teremos daqui a 10 e ou 20 anos. Outras tantas não querem mudar o estilo de vida pois prezam pela facilidade e comodidade. E assim vamos caminhando rumo à destruição. Pequenas atitudes como não usar sacolas plásticas ou copos plásticos fazem a diferença. Mas, no fim, o ser humano é uma desgraça e merece o fim que terá.”
Roberto Selken
15 de março, 2025 | 10:07Então, você pode negar a realidade mas não pode negar as consequências de negar a realidade.Simples assim.”