09 de março, de 2025 | 06:00

Fora dos planos

Fernando Rocha

Definitivamente, a eliminação para o América, que deixou o Cruzeiro de fora das semifinais do Campeonato Mineiro, não estava nos planos de ninguém.

A janela de transferências do exterior para o futebol brasileiro está fechada e, sem possibilidade de fazer contratações, o técnico Leonardo Jardim, que acaba de chegar, vai ter de se virar com o que tem e aproveitar os 40 dias sem jogos oficiais para recuperar algumas “madonas” do elenco e armar o time celeste visando à estreia no Brasileirão, contra o Mirassol, no fim deste mês.

A pergunta que não quer calar é se o atual elenco será suficiente para dar uma resposta à altura do nível de cobrança e do que merece a sua torcida.

Time lento, previsível, goleiro intranquilo, defesa insegura e mal posicionada, meio de campo e ataque inoperantes, além de ter o craque do time, Matheus Pereira, com a cabeça longe da Toca da Raposa, jogando em uma rotação totalmente abaixo do que já apresentou com a camisa celeste.

Existem coisas no futebol que só a repetição ajusta, e toda a torcida azul espera que neste período sem jogos, só de treinos, o técnico Leonardo Jardim possa minimamente dar um padrão de jogo à equipe.

Boa venda
Na minha bolha das redes sociais, a maioria dos torcedores atleticanos está a favor da venda do jovem Alisson, 19 anos, ao Shakhtar da Ucrânia, com o clube recebendo próximo de R$ 70 milhões e ainda permanecendo com 15% dos direitos visando uma venda futura para algum clube de ponta europeu.

Acho que os dirigentes do Atlético, depois de recusar uma oferta semelhante feita por um clube da Premier League inglesa, pensaram bem e decidiram não correr o risco de haver uma desvalorização e perder um valor que se torna a terceira maior venda na história do clube, ficando atrás apenas de Bernard ao próprio Shakhtar, além de Paulinho ao Palmeiras.

Se o “cavalo passa arriado só uma vez na sua porta”, neste caso, passou duas vezes na porta da SAF do Galo, que não quis correr mais nenhum risco.

FIM DE PAPO

Somente Dudu e Matheus Henrique, do meio para frente, estão jogando alguma coisa que possa ser aproveitado no Cruzeiro. Os demais atacantes estão devendo. Wanderson, ex-Internacional, acabou de chegar e tem como característica a velocidade pelas pontas. O que me chama a atenção é que no Colorado gaúcho ele jogava pelo lado esquerdo, onde a Raposa já tem o Dudu. Wanderson é um bom jogador para compor o grupo, nada de excepcional.

Willian do Bigode, 38 anos, foi apresentado e vai jogar a Série B do Brasileirão pelo América. O atacante chegou a ter alguns bilharecos quando era mais jovem, com as camisas do Palmeiras e do Cruzeiro. Agora é mais um ex-jogador em atividade que o Coelho contrata e joga dinheiro fora. Daqui a pouco sua diretoria aparece reclamando da vida e da sorte. Além disso, Bigode tem no currículo um imbróglio com o Scarpa e o Mike, lateral palmeirense, que perderam milhões de reais investindo em criptomoedas numa corretora sua. O caso foi parar na Justiça e está longe de uma solução.

A Fifa promete colocar em prática no Mundial de Clubes, que será disputado em julho nos Estados Unidos, uma nova medida que visa inibir a demora dos goleiros para colocar a bola em jogo. O goleiro terá agora oito segundos para repor a bola, sendo que os árbitros deverão fazer uma contagem regressiva visual de cinco segundos. Caso esse tempo seja ultrapassado, o time rival ganhará um escanteio a seu favor.

A dona Fifa está repetindo o que faz parte da cultura brasileira, onde existem leis que “pegam” e outras que não. Já existe uma orientação para punir a cera dos goleiros, que consiste na marcação de tiro livre indireto após seis segundos de demora para repor a bola, só que ela não é aplicada pelos assopradores de apito. No Mundial de Clubes, com os holofotes e a fiscalização da Fifa, a nova medida será adotada, mas daí pensar que vai “pegar” no mundo inteiro é o mesmo que acreditar em Papai Noel. (Fecha o pano!)