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03 de março, de 2025 | 06:25

Ainda Estou Aqui vence Oscar de melhor filme estrangeiro

Reprodução
Walter Salles, diretor do filme e a atriz Fernanda TorresWalter Salles, diretor do filme e a atriz Fernanda Torres
Agência BrasilO cinema brasileiro fez história na noite deste domingo (2) e madrugada de segunda (3) na 97ª edição do Oscar, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, foi o grande vencedor na categoria de melhor filme internacional. Uma conquista inédita para o cinema brasileiro.

O filme brasileiro superou Emilia Pérez (França), A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha), A Garota da Agulha (Dinamarca) e Flow (Letônia).

Walter Salles dedicou a conquista para Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva desaparecido na ditadura, cuja busca em saber o destino do marido norteou o roteiro do filme. Em seu discurso de agradecimento, o cineasta brasileiro também ressaltou os trabalhos de Fernanda Torres, e sua mãe, Fernanda Montenegro.

Indicado também para a estatueta de melhor filme, Ainda Estou Aqui perdeu para Anora, maior vencedor da festa com cinco estatuetas no total.

Fernanda Torres, indicada ao prêmio de melhor atriz, não levou a estatueta, que acabou nas mãos de Mikey Madison, de Anora. Mesmo assim Fernanda Torres entra na história do cinema repetindo sua mãe, Fernanda Montenegro, que foi indicada na edição de 1999 do Oscar como melhor atriz, mas a laureada foi a estadunidense Gwyneth Paltrow.

Clima de Copa do Mundo
A coincidência das datas da maior premiação do cinema com o carnaval brasileiro acabou em clima de torcida da Copa do Mundo. Máscaras de Fernanda Torres e de Selton Mello (intérprete de Rubens Paiva), fantasias da estatueta dourada do prêmio, boneco gigante de Olinda, entre outras referências ao Oscar, estiveram presentes em desfiles e blocos carnavalescos pelo país inteiro.

Com suas indicações, o filme de Walter Salles sobre o desaparecimento do deputado Rubens Paiva (1929-1971) e a saga de sua esposa Eunice Paiva (1929-2018) já chegou vitorioso à festa da indústria cinematográfica.

Especialistas consultados pela Agência Brasil disseram que, entre as qualidades do filme, estão a capacidade de abordar o passado de uma forma diferente e a maneira como a obra conseguiu dialogar com os tempos atuais.

O livro autobiográfico que nomeia o filme, de autoria de Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens e Eunice, foi para o topo das listas dos mais vendidos. O próprio caso Rubens Paiva ganhou novos desdobramentos recentemente. Por determinação da Justiça, em janeiro deste ano a certidão de óbito do ex-deputado foi corrigida. Na versão original do documento, ele foi tido como “desaparecido político”. Na nova redação, consta agora que sua morte foi violenta, causada pelo Estado brasileiro.

Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu analisar se a Lei da Anistia, adotada com o fim do regime de exceção, se aplica ou não a crimes de sequestro e cárcere privado cometidos na época da ditadura militar brasileira.

Os premiados nas 23 categorias foram:

Ator coadjuvante – Kieran Culkin, em A verdadeira dor

Animação – Flow

Curta-metragem animado – In The Shadow of Cypress

Figurino – Wicked

Roteiro original – Anora

Roteiro adaptado – Conclave

Maquiagem e penteado – A substância

Edição – Anora

Atriz coadjuvante – Zoe Saldaña, por Emília Pérez

Design de produção – Wicked

Canção original – El Mal, de Emilia Pérez

Documentário de curta-metragem – A única mulher na orquestra

Documentário - No other land

Som – Duna: Parte 2

Efeitos visuais: Duna: Parte 2

Curta-metragem em live-action – I´m not a robot

Fotografia – O Brutalista

Filme internacional – Ainda estou aqui

Trilha sonora – O Brutalista

Ator –Adrien Brody, em O Brutalista

Direção – Sean Baker, de Anora

Atriz – Mikey Madison, em Anora

Filme – Anora
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Comentários

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Gildázio Garcia Vitor

04 de março, 2025 | 02:36

“Depois de muita cerveja, e muita ressaca, aqui na belíssima e simpática Guaraciaba, onde "assisti", hoje à tarde, uma Missa do apartamento no 4° andar, que durou umas 3 h. Estive pensando que algum Cineasta/Documentarista poderia entrevistar os ainda sobreviventes que lutaram contra a Ditadura Militar (1964-1985), principalmente os poucos famosos.”

Jota

03 de março, 2025 | 20:42

“O problema é que nós entendemos muito bem é do Oscar do basquete e do futebol, porque estão sempre em evidencia na tela plim plim. Este outro Oscar lá da america do norte é novidade absoluta para a maioria de nós da republica democratica das bananas.”

Gildázio Garcia Vitor

03 de março, 2025 | 11:33

“Maravilha! Para o Cinema e para a História brasileiros, que muitos querem reescrever, apagar e/ou negar.”

Jose Afonso Martins de Assis

03 de março, 2025 | 08:34

“Viva o Brasil. Viva o cinema nacional. Ditadura nunca mais. Sem anistia para golpistas.”

Ju

03 de março, 2025 | 07:15

“Parabéns ao cinema brasileiro, aos atores e diretores. Precisamos pelo menos triplicar a verba da lei Rouanet, assim outras tão almejadas estatuetas podem vir para as terras tupiniquins.”

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