13 de setembro, de 2025 | 06:00
Dólar despenca ao menor valor em 15 meses: R$ 5,35; tarifaço de Trump tem novo recuo
O dólar encerrou a sexta-feira no menor valor em um ano e três meses. Fatores como a perspectiva de cortes de juros pelo Federal Reserve nos próximos meses e a manutenção da taxa básica Selic em 15% no Brasil sustentam a avaliação de uma tendência de queda da moeda rumo aos R$ 5,30.Na sexta-feira (12), a divisa estadunidense fechou em baixa de 0,69%, negociada a R$ 5,3537. Esse é o menor valor desde 7 de junho do ano passado, quando encerrou em R$ 5,3247. Na semana, a moeda acumulou queda de 1,11% e, no ano, recuo de 13,36%.
Após o desfecho do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), com condenação a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, os agentes se mantiveram atentos a possíveis novas medidas de retaliação dos EUA ao Brasil.
Em julho, ao definir tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou como um dos motivos o julgamento de Bolsonaro, seu aliado. A afirmação é contraditória porque a mesma medida foi aplicada a vários outros países exportadores.
Entretanto, ao longo da semana, em vez de retaliação, houve novo recuo dos EUA. O governo dos Estados Unidos anunciou a retirada da cobrança de tarifa de importação sobre produtos de celulose. Essa matéria prima passa a integrar uma lista com mais de 700 itens brasileiros que ficariam de fora do tarifaço.
A medida tem impacto direto em um setor que responde por 19,1 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil em 2024, das quais cerca de 2,8 milhões foram destinadas ao mercado dos Estados Unidos. A celulose é matéria-prima para a produção de papel, papel higiênico, fraldas e embalagens.
Os produtos de celulose deixam de pagar não apenas os 40% extras anunciados em julho, mas também a alíquota de 10% aplicada desde abril.
O gesto sinaliza que produtos sem substituto doméstico relevante nos Estados Unidos tendem a ser os primeiros beneficiados. Nesse cenário, o café desponta como próximo candidato à isenção, já que é totalmente importado pelos norte-americanos e outros países não têm produção em escala suficiente para atender à demanda. Estão na esteira de se livrarem do tarifaço também o cacau e a carne. Com informações da Agência Brasil
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