18 de fevereiro, de 2025 | 15:20
Pesquisa mapeia atuação de 14 coletivos de cultura oral na região
Divulgação/BbB
O projeto realizou pesquisa sobre os eventos e a realidade dos coletivos urbanos na cultural oral
O projeto O Quinto Elemento - A oralidade na cultura de rua do Vale do Aço” realizou, no início deste ano, atividades com os coletivos de rua ligados às manifestações artísticas orais na região. A pesquisa-ação”, conforme denomina os autores, teve a participação de oito coletivos atuantes em saraus, batalhas de slam e de MCs. Proposto e gerido pela produtora cultural Babylon by Black, a iniciativa foi aprovada na Lei Federal de Incentivo - Pronac 221665 e conta com o financiamento da Usiminas e apoio do Casa Laboratório, de Ipatinga.
Além de encontros formativos, visitas técnicas e coleta de depoimentos tanto da cena artística quanto de moradores mais antigos da região, o projeto realizou uma pesquisa aprofundada sobre os eventos, a realidade dos coletivos, a sua organização e as dificuldades de atuação. Na reta final dos estudos e das pesquisas, a produção reuniu em um e-book as principais reflexões acerca dos movimentos, os conceitos trabalhados em relação à oralidade e ao hip hop e o mapeamento das ações e manifestações que ocorrem na região.
Motivação e dificuldades
Ao todo, foram mapeados 14 coletivos ligados à oralidade e atuantes no território regional, contabilizando 162 eventos realizados no Vale do Aço em 2023; 78 foram atrações em Ipatinga por intermédio de oito coletivos, 36 ocorreram em Timóteo e foram realizados por cinco coletivos e 51 eventos atraíram público em Coronel Fabriciano, com a atuação de um coletivo. A pesquisa, também, identificou oito coletivos de batalha de MCs, quatro de saraus e dois de batalha de slam. A principal motivação para a criação dessas manifestações nas cidades em foco diz respeito à falta de espaços de expressão da cultura marginal, e sua diversidade de corpos e experiências”, informa os organizadores.
Dentre as principais dificuldades, estão: a falta de apoios financeiros, de equipamentos, a estrutura inadequada dos espaços públicos e a falta de apoio da gestão municipal. O material resultado da pesquisa traz, além disso, um panorama da produção, da circulação e da comercialização de circuitos das batalhas de slam e MCs, assim como aborda as principais legislações estabelecidas em âmbito federal, estadual e municipal no decorrer de 2023.
Composto por quatro capítulos, o livro completo trará os percursos da pesquisa, incluindo referências teóricas, empíricas e metodológicas em relação à oralidade e às manifestações culturais urbanas e periféricas afrorreferenciadas”. O lançamento do estudo está agendado para o fim do mês de abril, será on-line e com disponibilidade para download no site do Observatório O Quinto Elemento (grupo de pesquisa sobre oralidade nos coletivos de rua), ainda a ser divulgado pelos produtores.
Participações
O projeto tem a participação dos coletivos Batalha 3M, Básico Coletivo, A Rua Declama, Sarau Autoral, Slam Akewí, Coletivo Mente Aberta e Batalha da V.I. Também foram mapeados a Batalha de Fabri, a Batalha do Centrão, a Batalha do Coliseu, a Batalha do Esperança (Oficina Fica Vivo), a Batalha dos Nobres, a Intervenção Poética Popular Revolucionária (IPPR), o Sarau Corpo e Alma e o Sarau Plante. As manifestações são permeadas pelo aspecto oral, esse quinto elemento que conduz os saberes de cada uma dessas rodas de poesia falada e rima”, finaliza a produção. Acompanhe o projeto no Instagram (oquintoelemento.babylon) para conferir os resultados e o lançamento do livro: https://oquintoelemento8.wixsite.com/observatorio-quinto/blank-2.
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