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16 de fevereiro, de 2025 | 06:00

Menos pior

Fernando Rocha

O Campeonato Mineiro/2025 chega à fase semifinal e muitos colegas da mídia esportiva estão elogiando o torneio, que teve sim alguma emoção e se tornou menos pior na última rodada da fase de classificação, disputada na quarta-feira passada.

Contudo, nada que justifique essa onda de otimismo, pois, como se costuma dizer aqui nos nossos grotões, “devagar com o andor que o santo é de barro”.

Este torneio estadual, a meu juízo, tem um regulamento mequetrefe, cópia do péssimo Paulista, que não privilegia os times de melhor rendimento geral, como era a fórmula anterior de pontos corridos na fase de classificação, finalizando com os mata-matas na semi e na final.

Um desses maus exemplos, o Cruzeiro, somou 11 pontos e está nas semifinais, mesmo tendo ficado atrás na pontuação do Betim, com 15, e do Athletic, com 12 pontos, além de possuir a vantagem de decidir em casa, se for à final contra o rival Atlético, cuja pontuação (16) foi maior que a sua, mas, por ter-se classificado como melhor segundo lugar geral, aparece em desvantagem como quarto semifinalista. Deu pra entender?

Mas o combinado não é caro, pois todos os clubes concordaram e assinaram aprovando esse regulamento ridículo e esdrúxulo. Então, cumpra-se, e que ninguém fique por aí reclamando ou resmungando pelos cantos da sala.

Forte pressão
Ontem tivemos o primeiro confronto da semifinal entre Atlético x Tombense, no Mineirão; hoje teremos a outra partida, envolvendo Cruzeiro x América, no mesmo local.

Depois do fiasco em Sete Lagoas, quando usou os reservas e perdeu para o modesto Democrata-GV, o técnico português Leonardo Jardim vai escalar todos os titulares para buscar um melhor rendimento da equipe depois de alguns dias a mais de treinos.

O América é um pouco superior ao Democrata/GV, além de ter a fama de “pedra no sapato” da Raposa, o que aumenta ainda mais a pressão sobre os jogadores celestes para conseguir a vitória.

A fase de classificação passou e o importante é estar na decisão. Por isso, vencer e se classificar à final pode mudar tudo, sobretudo, porque a lua de mel do time com a torcida cruzeirense ficou para trás.

FIM DE PAPO

Um dos argumentos mais sólidos dos que defendem a realização do Campeonato Mineiro é a ida dos “grandes”, Atlético e Cruzeiro, para se apresentar aos seus torcedores no interior, permitindo que estes vejam de perto os seus ídolos. Porém, neste ano nada disso aconteceu, pois o Atlético optou por usar o time Sub-20 nas três primeiras rodadas, e com isso atuou em Ubá e Pouso Alegre sem as suas principais estrelas.

No caso do Cruzeiro foi ainda pior, pois, como visitante, jogou contra o Athletic, que ao invés de atuar na sua cidade, São João del-Rei, vendeu o mando de campo para empresários que levaram o jogo para Brasília. Outra visita da equipe celeste ao interior seria a Governador Valadares, mas o Democrata, também por dinheiro, mudou o local da partida para Sete Lagoas. O problema é antigo e os próprios clubes do interior não querem acabar com a brecha no regulamento da competição que permite esse absurdo.

Se existe alguma coisa que pode ser aproveitável no regulamento do Estadual este ano, foi o fato de acabar com a vantagem de empate nas semifinais e final para o time de melhor campanha na fase de classificação. Prevalecendo a igualdade no placar, a decisão da vaga ou o título agora vai para os pênaltis. Como os times não se enfrentam no mesmo grupo, manter a vantagem poderia beneficiar clubes com menor pontuação ao longo da disputa.

No futebol, a bola não rola, mas capota com uma velocidade impressionante. Há menos de 15 dias, o Atlético tinha 10% de chances para se classificar à semifinal, segundo os matemáticos da UFMG. Mas, com os titulares, o alvinegro foi vencendo os jogos e, com apenas por uma vitória a menos que o Tombense, por pouco não se classificou em primeiro lugar geral. Apesar disso, não é prudente varrer para debaixo do tapete o seu erro de planejamento, que quase custou a sua classificação, quando optou por usar o time Sub-20 nas três primeiras rodadas e fazer uma excursão inútil aos Estados Unidos com a equipe principal. Não fosse o rebaixado Villa Nova, que, mesmo caindo aos pedaços, conseguiu empatar fora de casa e tirar dois pontos do Betim, o Galo estaria fora das finais, mesmo invicto e com uma pontuação superior à do rival Cruzeiro. (Fecha o pano!)

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