12 de fevereiro, de 2025 | 06:24

Governo e empresas brasileiras de siderurgia fecham acordo para não retaliar Estados Unidos

A decisão do presidente dos Estados Unidos, em taxar em 25% as importações de aço e alumínio, medida essa que atinge o Brasil, deverá ser alvo de negociação e não de retaliação. Foi o que anunciaram representantes das siderúrgicas brasileiras e técnicos do governo, depois de um acordo para não retaliar os Estados Unidos pelas sobretaxas impostas ao aço e buscar um acordo. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo, no começo da noite de terça-feira (11). A decisão foi tomada numa série de reuniões realizadas entre segunda e terça-feira.

O objetivo é deixar a “poeira baixar” e restabelecer o acordo de cotas, que vigorou de 2018 até agora, por meio de contatos diplomáticos nos dois países e pela atuação do setor privado no Congresso dos Estados Unidos.
Divulgação/Arquivo DA
O objetivo é deixar a 'poeira baixar' e restabelecer o acordo de cotas, que vigorou de 2018 até agora, por meio de contatos diplomáticos nos dois países e pela atuação do setor privadoO objetivo é deixar a 'poeira baixar' e restabelecer o acordo de cotas, que vigorou de 2018 até agora, por meio de contatos diplomáticos nos dois países e pela atuação do setor privado


Existe uma aposta que os EUA vão acabar flexibilizando porque a balança comercial de todo o setor siderúrgico, incluindo carvão e produtos semiacabados, é superavitária para os estadunidenses.

Em declaração à imprensa, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que "o Brasil não estimula, nem entrará em guerra comercial contra sobre o aço".

Já o Instituto Aço Brasil informou que " está confiante na abertura de diálogo entre os governos dos dois países, de forma a restabelecer o fluxo de produtos de aço para os Estados Unidos nas bases acordadas em 2018".

Medidas unilaterais são ruins para economia global, diz Haddad

Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, medidas unilaterais como as tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são ruins para a economia global. O impacto sobre a economia brasileira ainda não foi avaliado em sua totalidade.

“A avaliação é de que medidas unilaterais desse tipo são contraproducentes para a melhoria da economia global. A economia global perde com isso, com essa retração, a desglobalização que está acontecendo. Isso não significa defender a velha globalização que trouxe outros desequilíbrios, mas defender um tipo de globalização sustentável do ponto de vista social, do ponto de vista ambiental”, declarou Haddad.

Haddad informou que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) está organizando as informações sobre a decisão de Trump. Segundo o ministro, os dados sobre o impacto na economia brasileira serão levados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ressaltando que a tarifa sobre o aço e o alumínio não se refletem apenas sobre o Brasil, Haddad disse que há espaço para o governo brasileiro negociar, com base nas diretrizes do G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana).

“Não é uma decisão contra o Brasil. [A sobretaxação do aço e do alumínio] é uma coisa genérica para todo mundo. Então, observamos as reações do México, do Canadá, da China a esse respeito”, declarou Haddad. “Na linha do que nós propusemos no G20, estamos imaginando voltar para a mesa de negociação com propostas nessa direção. Acho que há espaço então para negociar”.

O ministro comentou que o Itamaraty também está participando das discussões e que não há, até agora, avaliações sobre os impactos na economia brasileira. Sobre as reações das indústrias de alumínio e de aço, Haddad informou que deve se reunir com os setores afetados pelo tarifaço após voltar da viagem que fará ao Oriente Médio, nesta e na próxima semana.

CNI
Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lamentou a decisão de Trump. Segundo a entidade, a decisão atinge diretamente a indústria brasileira porque o Brasil é o quarto maior exportador de ferro e de aço aos Estados Unidos, destino de 54% das vendas externas dos dois produtos.

A confederação ressaltou que o Brasil não representa uma ameaça comercial aos Estados Unidos. “A balança comercial entre os países é, desde 2008, favorável aos americanos, ao contrário do que ocorre entre os EUA e Canadá, China e México. Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões e importou US$ 40,7 bilhões”, prosseguiu o comunicado.

A CNI informou que buscará diálogo e negociará alternativas para reverter a elevação das tarifas. “O caminho do diálogo, portanto, é preferencial a medidas de retaliação que podem prejudicar outros setores produtivos cuja importação de produtos norte-americanos seja importante para a produção brasileira”, destacou o presidente da CNI, Ricardo Alban, na nota.
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Comentários

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Ricardo Cruz

13 de fevereiro, 2025 | 13:28

“O Brasil, como sempre, um vaselina. Os gringos dão a primeira porrada e o país sempre arrega. Virou freguês.”

Aparecido Marcilio

12 de fevereiro, 2025 | 19:38

“Cara falar de dar dinheiro de lei Ruanet, confundir ,falar de blusinha , nada vai para edtados unidos sem pagar imposto , agora mais 25% , porque entraria da China sem pagar impostos, destruindo o comércio e a indústria local ?”

Edmilson Ferreira da Silva

12 de fevereiro, 2025 | 18:09

“So espero que o se mister taxa povo da economia nao venha trazer essa taxação para ps brasileiros. Nao aguetamos mais tajtos impostos. Que o lucro doa grandes empresário absolva sozinho essas taxas. Oi devolvam na mesma moeda....”

Gildázio Garcia Vitor

12 de fevereiro, 2025 | 17:43

“Sr. Jota, confundindo guerra de conquistas territoriais com "guerra" comercial?
O poderio militar dos EUA, ou seja, do Trump, também pode ser considerado sem igual, o da Rússia quase empata, o da China pode até ser maior, mas é uma incógnita. Nos mísseis hipersônicos eles já estão muito a frente dos norte-americanos, coisa de uns 15 mil km/h a mais”

Roberto Selken

12 de fevereiro, 2025 | 16:22

“Boa tarde.
Alguém pode me ajudar??! Tô procurando a "tal da mão invisível do mercado". ..e o Adam também.Atenciosamente.
Roberto S.”

Rudinei Meurer

12 de fevereiro, 2025 | 15:24

“Medidas unilaterais são ruins para o mercado global, só é bom quando o próprio Hadad impõe, a taxa das blusinhas por exemplo, ficou bom pra quem importava, pro governo dos dois países, produtores e povo dos países exportadores kkkk”

Rj

12 de fevereiro, 2025 | 14:04

“Ô jose, dá até vontade explicar-lhe algumas coisas para você, mas deve ser perda de tempo, pois a sua confusão mental e/ou falta de conhecimento sobre impostos alfandegários e os demais impostos é grande.
Patriotários, como o Minto e sua familícia, amam muito mais os EUA e Israel que o Brasil e, além disso, não têm nenhuma vergonha do seu complexo de vira-lata lambe-botas.
Sobre a Lei Rouanet, gastos da Janja e do Nine, só tenho uma coisinha s lhe dizer: PERDEU MANÉ, ACEITA QUE DÓI MENOS!”

Jota

12 de fevereiro, 2025 | 12:44

“Num passado distante existiu um rei macedônico que era temido e com um poderio militar sem igual. Seu nome era Alexandre, o grande. Será que os nossos tupiniquis estão fazendo alguma comparação com oTrump e morrendo de medo? Estão cautelosos demais.”

Jns

12 de fevereiro, 2025 | 09:21

“O Laranjão God, Country, Family and Freedom está baixando a sarrafo:

. ilonmuskou a burocrácia yankee

. torpedeou hermanos, gregos, chinos e baianos

. sinterizou o aparato de defesa do consumidor

. sucateou o departamento de educação

. laminou projetos de defesa da mãe natureza

. colocou a batata do xandão pra assar nos fornos da spacex

Tirando seus cavalinhos alados da chuva, os emocionados orixás do lado de cá nunca se levantarão para enfrentar o todo-poderoso governo congregacionalista e suas enraigadas crenças cristãs puritano-calvinistas do lado de lá.”

Jose

12 de fevereiro, 2025 | 06:49

“Trump taxando estrangeiros para arrecadar mais e investir no bem estar do povo americano, dando exemplo de
amor a pátria aqui o governo taxa o seu próprio povo para ajudar pelegos da Cute e sustentar os gastos absurdos da Janja.. Cobra do seu povo os impostos mais altos do mundo.
Libera 24 bilhões para cantores ricos via lei Rouanet, faz uma farra gigante viajando pelo mundo, nos hotéis
mais caros de luxo, para a mídia mais bilhões de reais pra falarem bem dele. Já quebrou os correios. 800
mihões para sustentar refugiados da Venezuela em nosso território. Já estamos com 70 bilhões em rombos nas
contas públicas. Tem mais, rombos. Aqui não cabe o texto inteiro, a lista completa.”

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