05 de fevereiro, de 2025 | 08:00

A morte da decência

Kléber Sousa *

Ouvi do filósofo Mário Sergio Cortella que o pior não é o homem morrer. O pior é morrer dentro do homem o senso de decência. Quando isso ocorre, o homem perde a vergonha na cara. Banaliza tudo que pode prejudicar os seus interesses.

Torna-se normal o avanço de sinal no trânsito; o falar ao celular enquanto dirige; o furar a fila; o tirar proveito de situações que podem lhe beneficiar em detrimento do outro; o achar que o outro sempre quer lhe prejudicar, e antes que isso ocorra, prejudica o outro.

Ao morrer a decência, morrem os valores éticos e a essência da moral. O “lavar as mãos” se transformou em algo rotineiro e é a melhor alternativa pra quem não quer abrir mão das “benesses” que, por acidente de percurso ou pela omissão de muitos, se alcançou.

A morte do homem é o salário do pecado definido pelo Criador como forma de voltarmos à vida. Vida plena. Vida eterna.
“A morte da decência é a nossa contribuição ao massacre imposto pela insanidade humana às regras de boa convivência”


A morte da decência é a nossa contribuição ao massacre imposto pela insanidade humana às regras de boa convivência; à boa educação; a tudo que nossos antepassados nos ensinaram, inclusive o respeito ao outro, ao meio ambiente e à vida.

A busca por levar vantagem em tudo, independentemente se vai prejudicar alguém, tornou-se algo tão corriqueiro que a todo o momento uma mente doente, mesmo sem perceber o estado doentio, pratica o que considera dentro dos padrões normais, numa sociedade pós-moderna.

Claro que não há aqui uma generalização da morte da decência. Mas, pelo que assistimos, lamentavelmente, milhões e milhões de pessoas são assoladas por esse mal que irá custar muito caro quando a “prestação de contas” final bater à porta e a finitude do homem for uma realidade.

* Dirigente Sindical Cutista, Jornalista Profissional,
Especialista em Comunicação e Marketing pelo Unileste/MG,
Especialista em Políticas Públicas pela Universidade Federal de Viçosa/MG

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