29 de janeiro, de 2025 | 08:50

No Dia Nacional da Visibilidade Trans, mulheres do Vale do Aço contam suas histórias e conquistas

Raphael Varjak
Well Nunes é timoteense, tem 27 anos, estudou Biologia, é costureira e fomenta o movimento o Coletivo Ballroom VDA Well Nunes é timoteense, tem 27 anos, estudou Biologia, é costureira e fomenta o movimento o Coletivo Ballroom VDA
Por Dani Roque - Estagiária sob supervisão
O Dia Nacional da Visibilidade Trans, comemorado neste 29 de janeiro, celebra desde 2004 a resistência, a existência e o orgulho da comunidade trans e travesti no Brasil. Nesse dia, há 21 anos, o Ministério da Saúde lançou a campanha "Travesti e Respeito", destacando a vulnerabilidade dessa população, que enfrenta estigma e discriminação, impactando seu acesso à saúde. O Ministério, por meio do Departamento de HIV/Aids, tem sido pioneiro em ações de enfrentamento a problemas de saúde e na sensibilização da sociedade sobre as identidades de gênero.

Essa ação nacional contou com a organização da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), idealizada e construída por ativistas transexuais para a promoção do respeito.

A timoteense Well Nunes compartilhou sua história de vida em entrevista ao Diário do Aço. Criada pela mãe e pelos avós, ela iniciou sua transição aos 22 anos, enquanto cursava Biologia na UFV – Campus Rio Paranaíba. Hoje, além de costureira há três anos, atua em projetos culturais no Vale do Aço, promovendo a cultura Ballroom.

Well ressalta que, apesar da existência histórica das pessoas trans, suas trajetórias foram apagadas ao longo do tempo. Destaca que a luta por espaço continua e que a visibilidade é essencial para resgatar o tempo perdido. Para que pessoas trans sejam mais acolhidas e representadas, ela acredita que a ocupação de espaços na mídia, no mercado de trabalho e na política é fundamental. No Vale do Aço, a cultura Ballroom tem sido um meio de criar um ambiente acolhedor e educativo, combatendo estigmas.

Sobre sua vivência pessoal, Well relata já ter enfrentado muita transfobia, inclusive dentro de casa. Sendo a única pessoa trans na família, sente a responsabilidade de educar sobre sua realidade. Na sociedade, lida com estigmas que a objetificam, dificultando encontrar relações afetivas genuínas.

Arquivo pessoal
Dani Adestino, de 26 anos, fala sobre os avanços da comunidade e dos desafios ainda existentesDani Adestino, de 26 anos, fala sobre os avanços da comunidade e dos desafios ainda existentes

Ipatinguense aponta importância de figuras de referência

A ipatinguense Dani Adestino, de 26 anos, graduanda em História pela Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), produtora cultural, co-fundadora e coordenadora do Coletivo Negro do Vale do Aço e do Coletivo Ballroom VDA acredita que houve avanços importantes na conquista de direitos. “Contudo, o atual cenário político global, marcado pelo avanço da agenda antitrans da extrema direita, tem colocado nossa comunidade sob risco constante. Esses ataques não apenas ameaçam direitos fundamentais conquistados, mas também intensificam a criminalização, a perseguição e a violência contra pessoas trans e travestis”.

A respeito de referências de figuras trans a inspiram, Dani cita “Erika Hilton, Linn da Quebrada, Ventura Profana, Marsha P Johnson, Jovanna Cardoso, Letícia Nascimento, Giovanna Heliodoro, Renata Carvalho e várias outras mulheres trans e travestis que abriram os caminhos para que hoje eu pudesse estar aqui”, citou Dani.

“A importância de estarmos ocupando diferentes espaços na sociedade está na possibilidade de rompimento e transformação do imaginário social e das narrativas que nos aprisionam nas margens da sociedade”, concluiu.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

B2@

30 de janeiro, 2025 | 00:45

“A igualdade reside em ve-Los como iguais, em direitos e deveres. São pessoas capacitadas e inteligentes que devem ter o seu espaço na nossa sociedade. Agora vivemos num país onde não há segurança para ninguém. Acreditar que só um grupo corre risco é viver no país da fantasia. Já no esporte não acho justo uma mulher competir no meio de pessoas trans. Criem uma liga com pessoas somente trans para não ter dúvida sobre a desigualdade de gênero.”

B2@

30 de janeiro, 2025 | 00:39

“Quero ver um homem dito trans brigar para jogar em esporte masculino. Ao contrário é comum. Respeitemos a todos sem distinção! Todos devem ser protegidos! Criem um.liga de esportes para pessoas trans!”

Suellenvit

29 de janeiro, 2025 | 19:59

“Dani Adestino deixou um legado em Diamantina, com sua passagem pela UFVJM. Voa, voa!!!”

Juliete

29 de janeiro, 2025 | 15:29

“Simplesmente maravilhosa, já a vi pessoalmente e super me identifiquei com sua energia auto astral, vc merece o mundo Dani ?”

B2@

29 de janeiro, 2025 | 11:58

“Nunca vi um homem trans que fez a transição tentar participar de competições masculinas. O contrário, temos exemplos todos os dias! Agora pergunto, é justo?”

Parafuso Aveludado

29 de janeiro, 2025 | 10:47

“Pq não entrevistaram um homem trans também?”

Pica Pau

29 de janeiro, 2025 | 10:31

“Essa gente inventa cada coisa...”

Falo Mesmo

29 de janeiro, 2025 | 10:06

“Lutar por direitos e respeito sim. O que incomoda é essa militância chata e pegajosa, como se o hétero tivesse que ser exterminado. No fim das contas se comportam como aqueles preconceituosos contra os quais alegam lutar.”

Envie seu Comentário