28 de janeiro, de 2025 | 06:00

Passeio na Disney

Fernando Rocha

Ficou claro que Cruzeiro e Atlético erraram feio ao aceitar participar dessa “aventura” e não de “pré-temporada”, como insistem em dizer os colegas das emissoras que compraram os direitos de transmissão dos jogos nos Estados Unidos.

Conseguiram a proeza de disputar o nosso maior clássico apenas uma semana após o início dos treinamentos, e pior ainda foram as explicações dos dirigentes para essa viagem, resumidas em poucas palavras: “reforçar a marca”.

Mas, neste caso, pelo menos, deveriam se preocupar em levar as suas lojas de conveniência para vender produtos oficiais como camisas etc., para os torcedores que lá vivem e poderiam pagar em dólares sem reclamar, o que não foi feito.

A verdade é que Galo e Raposa pagaram para se apresentar no território americano, além de amargar prejuízo técnico, pois se complicaram na disputa do Campeonato Mineiro.

Por isso, dou razão à presidente do Palmeiras, Leila Pereira, que disse: “… pré-temporada no exterior é para dirigente passear. Não tem benefício para o atleta, benefício para o clube. Absolutamente nada. É para dirigente passear na Disney. Não tem ganho financeiro, esportivamente também não”.

Caiu de maduro
Desde o ano passado, o técnico do Cruzeiro, Fernando Diniz, estava “pendurado na brocha”, como diz a gíria do futebol que define a situação do treinador prestes a ser demitido, o que acabou se concretizando na manhã de ontem.

A expectativa da torcida em relação ao time foi uma e a realidade, outra, pois os jogadores de renome que vieram, como, por exemplo, Dudu e Gabigol, não estão rendendo o que se esperava deles, e os que estavam no clube desde o ano passado continuaram jogando mal.

Contratado em setembro, o desempenho da equipe sob o comando de Fernando Diniz foi péssimo: sete derrotas, quatro vitórias e nove empates à frente da Raposa.

A culpa não é só dele, mas com uma campanha dessas não há como deixar de debitar na sua conta a maior parte desse fracasso retumbante do time celeste neste início de temporada.

FIM DE PAPO

A principal contratação do Cruzeiro, Gabriel Barbosa, o Gabigol, tem tido o mesmo rendimento fraco dos últimos dois anos no Flamengo, exceto nas finais da Copa do Brasil contra o Galo. Dudu, outra grande aposta celeste, repete o mais do mesmo que vinha tendo no Palmeiras. Christian e Rodriguinho têm pouco mais de 20 anos e não eram titulares em seus clubes, o mesmo acontece com o veterano Fagner. Bolasie, na faixa dos 30 anos, veio de um clube rebaixado. Marquinhos (ex-Fluminense) chegou para compor o grupo e Eduardo (ex-Botafogo) está voltando após longo período afastado por contusão. Fabrício Bruno é o único que vem rendendo o que se espera dele. De fato, a expectativa da torcida está muito longe da realidade.

O ritmo das contratações no Atlético continua devagar, quase parando. A chegada de Paulo Bracks para comandar o futebol também não gera otimismo quanto à chegada de reforços requisitados publicamente pelo técnico Cuca. Se Rodrigo Caetano, hoje na CBF, muito mais qualificado, não tinha autonomia para exercer a função, que dirá o novo executivo de futebol que até hoje só acumulou fracassos na carreira. Apesar de entender pouco ou quase nada de futebol, os donos do clube não abrem mão de dar pitacos quase sempre equivocados.

Depois dos 7 x 1 para a Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo de 2014, o maior vexame da seleção brasileira em todos os tempos, agora coube à base protagonizar outro mico, ao ser derrotada pela Argentina por 6 x 0 na estreia do Sul-Americano Sub-20, que está sendo disputado na Venezuela. Recentemente, o Brasil foi eliminado na Copa do Mundo Sub-20 para Israel; não conseguiu classificação para as Olimpíadas num grupo com Paraguai e Venezuela; não descobre nenhum jogador na base da seleção; não obtém resultado expressivo e muito menos desempenho. Daí vem a pergunta: quem é essa “tia” muito forte do Ramon Menezes, que o protege de tudo e de todos nos bastidores da CBF?

Muito feliz em retornar às páginas do “Diário do Aço” para mais um ano de convívio com vocês, meus caros leitores, sobretudo porque coincide com a data da minha estreia aqui, há exatos 13 anos. Como escrevi na primeira coluna intitulada “O anacoluto”, nome esquisito que se dá à palavra que fica boiando na oração ou na frase, reitero meu compromisso de continuar sendo livre, leve e solto para dizer o que penso sobre os temas do momento, pois o futebol continua sendo uma das boas coisas que desfruto na minha vida. (Fecha o pano!)

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