24 de janeiro, de 2025 | 08:00
Crises: o portal para um novo eu
Roberto Guedes *
Crises. Todos nós as enfrentamos, seja em nossas carreiras, relacionamentos ou até mesmo em nossas jornadas internas. Elas chegam, muitas vezes, sem aviso, trazendo consigo desconforto, incertezas e medo. Mas, se olharmos com atenção, as crises não são apenas momentos de ruptura; elas são também portais. Portais que nos convidam a repensar, reavaliar e crescer.Cada luta, cada queda, cada adversidade é uma oportunidade de aprendizado e fortalecimento, a crise não é o fim, mas o início de uma transformação. É a chance de olhar para dentro e descobrir forças que nem sabíamos que possuíamos.
Quando enfrentamos uma crise, nosso instinto inicial é resistir. Queremos voltar ao status quo, retomar o controle e evitar a dor. No entanto, é justamente ao abraçarmos a crise, em vez de fugir dela, que encontramos seu verdadeiro valor. Como disse o filósofo Sêneca: "Dificuldades fortalecem a mente, assim como o trabalho físico fortalece o corpo".
Por que as crises nos transformam? Porque elas nos forçam a sair da zona de conforto. Elas nos desafiam a confrontar nossas limitações, questionar nossas crenças e encontrar novas soluções. É na crise que muitas vezes descobrimos nossos talentos escondidos, redefinimos nossos objetivos e nos tornamos mais resilientes.
Para atravessar uma crise, é necessária coragem. Não a coragem que elimina o medo, mas aquela que nos permite agir apesar dele. Entendo que o verdadeiro inimigo não está lá fora; ele está dentro de nós. Nossos medos, dúvidas e inseguranças são os maiores obstáculos que enfrentamos durante os momentos de crise.
Quando temos coragem de enfrentar esses inimigos internos, ganhamos clareza. Começamos a ver a crise não como um fardo, mas como um campo de treinamento. Cada desafio superado é um passo em direção a uma versão mais forte, sábia e equilibrada de nós mesmos.
As crises são, essencialmente, momentos de caos. Elas desestabilizam nossas rotinas, rompem nossas certezas e nos obrigam a lidar com o desconhecido. Porém, o caos também é fértil. Ele é o terreno onde o novo pode nascer.
O que diferencia aqueles que crescem nas crises daqueles que se estagnam é a capacidade de reorganizar o caos. Para isso, é importante fazer as seguintes perguntas:
O que essa situação está tentando me ensinar?
Quais são os padrões ou crenças que precisam ser deixados para trás?
Como posso usar essa experiência para me tornar mais forte e resiliente?
"Dificuldades fortalecem a mente, assim como o trabalho físico fortalece o corpo
Responder a essas perguntas exige honestidade, paciência e autoconhecimento. Mas, ao fazermos esse trabalho interno, começamos a criar ordem no meio do caos, transformando a crise em um ponto de virada.
A verdadeira força não está em evitar as quedas, mas em se levantar após cada uma delas. Resiliência é a capacidade de se recuperar, de aprender com as dificuldades e de seguir em frente com mais sabedoria. É o que transforma as cicatrizes de uma crise em medalhas de honra.
Construir resiliência exige prática. Comece reconhecendo suas emoções e aceitando que é normal sentir medo, raiva ou tristeza durante momentos difíceis. Em seguida, foque no que está sob seu controle. Pequenas ações, como estabelecer uma rotina ou buscar apoio de pessoas de confiança, podem fazer uma grande diferença.
Toda crise carrega dentro de si a semente de um novo começo. É um convite para abandonar o que já não nos serve e construir algo melhor. Pense nas crises que você já enfrentou. Quantas delas o levaram a mudanças positivas, mesmo que isso não fosse evidente no início?
As crises, embora desconfortáveis, são portais para o crescimento. Ao atravessá-las com coragem, honestidade e resiliência, nos tornamos versões mais autênticas e poderosas de nós mesmos. Lembre-se: o caos é apenas o prelúdio da ordem, e cada crise é uma oportunidade de renascer.
* Especialista em Crescimento e Desenvolvimento de Pessoas
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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