17 de janeiro, de 2025 | 07:57

Usiminas e Sindipa não chegam a acordo sobre campanha salarial de metalúrgicos

Audiência intermediada pelo Ministério Público do Trabalho terminou sem entendimento entre representantes da siderúrgica e dos trabalhadores

Marcelo Costa
Negociação se estende desde o fim do ano passado e metalúrgicos aguardam nova contraproposta Negociação se estende desde o fim do ano passado e metalúrgicos aguardam nova contraproposta

A Campanha Salarial 2024/2025 na Usiminas, que tem como data base o dia 1º de novembro do ano passado, parece estar longe de ter um fim. As duas partes continuam sem chegar a um consenso sobre uma nova contraproposta que atenda aos anseios de ambas as partes, e que possa ser levada em assembleia e ser apreciada pelos trabalhadores.

Nem mesmo o Ministério Público do Trabalho (MPT) conseguiu, por meio de uma reunião promovida na segunda-feira (13), em Coronel Fabriciano, um acordo entre entidade e empresa. A última proposta apresentada aos trabalhadores foi recusada por quase 80% dos votantes no início de dezembro.

A Usiminas afirma que sua última contraproposta nem sequer foi levada pelo sindicato, à apreciação pelos trabalhadores.

Correção salarial
O grande impasse gira em torno da correção salarial. A Usiminas ofereceu 5,17% sobre o salário de novembro, retroativo a este mesmo mês de 2024, mais um Vale Alimentação de R$ 600 e um adicional no mesmo valor. No entanto, o sindicato exige um ganho real de 7%, portanto, acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) calculado em 4,6%,.

“O que nós temos da pauta de reivindicação é o 7% de ganho real. Isso foi aprovado na pauta de reivindicação, mas nós estamos exigindo que a empresa aumente esse reajuste para trazer para a Assembleia novamente”, afirmou Geraldo Magela, presidente do Sindipa.
Marcelo Costa
A última proposta apresentada aos trabalhadores foi recusada por quase 80% dos votantes no início de dezembroA última proposta apresentada aos trabalhadores foi recusada por quase 80% dos votantes no início de dezembro

Além disso, Magela classificou que representantes da siderúrgica fizeram um “teatro” na segunda-feira. “Pediram um intervalo de 10 minutos para discutir com a diretoria e trazer uma nova proposta, e trouxeram o que tinha retirado na carga extra [do Vale Alimentação]. A carga extra que tinha sido rejeitada era de R$ 550, ela voltou para R$ 600”, explicou.

Já um comunicado entregue aos trabalhadores nas portarias da empresa acusa a entidade sindical de arbitrariedade. “O Sindipa se recusa a levar essa proposta aos trabalhadores, sem nenhuma justificativa. Onde está a democracia? Onde está o respeito aos trabalhadores? São eles, os metalúrgicos, que têm que decidir e não a diretoria do Sindipa arbitrariamente”, está escrito em um dos parágrafos.

À espera de agenda de uma nova reunião
Em entrevista ao jornal, Magela deixou claro que não há perspectiva para uma nova reunião. “O Ministério Público propôs já agendar uma outra mediação para essa próxima sexta-feira (17), mas a Usiminas não garantiu que faria uma nova proposta, por isso não foi agendado”, garantiu.
Reprodução
Contraproposta da empresa foi seguidas vezes recusada pelos representantes dos trabalhadores e pelos metalúrgicos em assembleia Contraproposta da empresa foi seguidas vezes recusada pelos representantes dos trabalhadores e pelos metalúrgicos em assembleia

Estado de greve desde dia 3
Por causa do impasse na negociação, os metalúrgicos aprovaram em assembleia, dia 3/1, a implementação do estado de greve, conforme noticiado pelo Diário do Aço. Magela reiterou a possibilidade de mobilização dos trabalhadores para parar a produção industrial.

“A insatisfação é muito grande dos trabalhadores. Então, é possível sim. Eu acredito que a Usiminas vai fazer uma nova proposta para não chegar a esse ponto, porque isso não é bom pra ninguém, principalmente pra ela. Mas se não, nós vamos sim insistir até parar a produção na Usiminas”, respondeu.

O que diz a Usiminas
“A Usiminas informa que apresentou, na última segunda-feira (13), uma nova proposta ao Sindipa para fechamento do Acordo Coletivo 2024/2025, durante reunião de conciliação realizada no Ministério Público do Trabalho (MPT). Novamente, a proposta foi recusada em mesa pelos representantes do sindicato, sem promover a oportunidade dos empregados avaliarem em assembleia”, se posicionou a empresa, por meio de nota.
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Comentários

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Vendeta

18 de janeiro, 2025 | 16:08

“Depois que Usiminas foi privatizada pelo governo Collor, aquele bandido, se transformou nisso aí, não cumpre direito sua função social, é 1 trabalhador trabalhando pra 4 ou 5, pressão de coordenador e gerente, salários defasados, mal tem tem gente pra rendimentos em horário de refeição, o cara tem que fazer malabarismo. A hora de parar a usina chegou, esse momento histórico é nosso, relembrando e fazendo jus aos que fizeram a última greve em 1964.”

Zé Doido

18 de janeiro, 2025 | 09:34

“Usiminas valeu alguma coisa quando era estatal, após privatizar, virou isso daí, essa gigante em exploração.
Arroxo salarial, trabalhador trabalhando por 3 ou 4 trabalhadores e recebendo nem a metade do que 1 recebia quando era estatal, sem falar na pressão que aumentou absurdamente, pois o que importa são os lucros.
Acordo peãozada, a hora chegou.
É hora de parar tudo e mostrar que quem gera o lucro que vai pra fora, para os bolsos dos acionistas que nem sabem onde fica Ipatinga é o chão de fábrica.
Proletários de toda Ipatinga, UNI-VOS!

#SemGranaÉGrave
#SemGranaÉGreve”

Sabonete

18 de janeiro, 2025 | 08:29

“Brincadeira....vai ficar enrrolando até quando?”

Homem da Primeira Hora

18 de janeiro, 2025 | 01:48

“A corda está esticando, velhos tempos quando a Usina tinha mais de 10 mil funcionários próprios, hoje se tiver 2000 diretos e muito, restante é terceirizados, e quando começarem a ouvir falar na indústria 4.0 , pode esquecer campanha salarial.”

Glauber

17 de janeiro, 2025 | 20:31

“Vergonha NACIONAL, dia 03/01 aprovaram estado de greve e no dia 17/01 o sindicato diz que tem POSSIBILIDADE de greve.
Por isso minas é o MENOR salário do SUDESTE.”

Onofo

17 de janeiro, 2025 | 16:42

“Os metalúrgicos estão com a faca e o queijo na mão, não tem mão de obra se os funcionários pararem o aumento vem o valores que eles querem, mas esses metalúrgicos tem um medo de perder esse empreguinho, por isso que sempre a usiminas faz desses trouxas gato e sapato.”

Luiz Martins

17 de janeiro, 2025 | 08:27

“Sindicato é você que é um trabalhador.
Sindipa é a sua voz junto a direção da empresa. Então quem tem que ter voz ativa é vc que diretamente está sendo escravizado. Deixa a ignorância de lado e para de julgar o outro e faça seu papel e pare, comece por vc. Empresa parada totalmente em 3 dias é o suficiente para pagar todo funcionalismo durante um ano. Os outros 27 dias já é lucro. Supervisor essa hora vai fazer pressão pois ele sabe que não vai conseguir fazer tudo sozinho. GREVE GERAL JÁ!”

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