13 de janeiro, de 2025 | 10:41

Governador visita áreas atingidas pela enchente no Vale do Aço

O governador Romeu Zema (Novo), ao lado de agentes da Defesa Civil, vistoriou na manhã desta segunda-feira (13) as áreas atingidas por deslizamentos de terra, em decorrência de um forte temporal na madrugada de domingo (12). Zema acompanhou os trabalhos de atendimento às famílias das vítimas, desabrigados e desalojados. Assista ao vídeo com a íntegra da entrevista, depois da notícia.

Num primeiro momento, ele visitou áreas em Santana do Paraíso, município que registrou uma morte e na sequência foi para Ipatinga, onde dez pessoas perderam a vida. Zema encerrou a agenda visitando o abrigo coletivo instalado no estádio Ipatingão.

Em coletiva concedida à imprensa na manhã de segunda, ao lado do prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes (PL), na Escola Municipal Chirlene Cristina Pereira, bairro Bethânia, o governador apresentou a resposta dada pelo Estado à tragédia.

“Em apenas uma hora mais de 200 mm de chuva caiu sobre o bairro Bethânia, o mais afetado pelo temporal”, disse o prefeito. Desde a chuva, mais de 70 equipamentos são usados pela prefeitura para limpeza, desobstrução de vias e córregos.

Dos desalojados, muitos dormiram na própria escola Chirlene e outros no Ipatingão. Ainda na coletiva, o coronel Paulo Roberto Bermudes Resende, chefe do Gabinete Militar do governador e da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, afirmou que foram 11 mortes na região, dez em Ipatinga e uma em Paraíso, e que todas as vítimas foram identificadas.

O governador, que conversou com pessoas que perderam familiares na tragédia, afirmou que já está estudando formas de ajudar as pessoas vítimas da enchente. “Também estamos estudando uma linha de crédito para as pequenas empresas afetadas”, completou Zema.

Ele também apontou que o problema causado pela chuva ocorre no Brasil inteiro, e que Minas Gerais também sofre com essa situação, com muitas áreas de risco. “O Brasil precisa melhorar nessa questão de habitação segura”.

Uma reportagem produzida pelo Diário do Aço em maio do ano passado, a partir de um estudo a pedido do governo federal, mostrou que, em Ipatinga, 12.545 pessoas moram em locais sujeitos a deslizamentos e enxurradas.

“Nós temos no Brasil um déficit habitacional que os programas, tanto federais, estaduais e municipais de construir novas moradias, não tem sido suficiente para realocar essas famílias”, explicou o governador.

Apelo aos moradores
Após a tragédia de domingo, a chuva continuou na região na madrugada de segunda-feira, inclusive, com muitos moradores recebendo mensagem no celular, com notificação sonora, sobre os riscos de inundações e deslizamentos. Na coletiva, as autoridades afirmaram que a chuva da madrugada de segunda foi 50% do volume esperado para o restante do mês de janeiro.

“Nosso trabalho agora é mapear as áreas de risco e nos programar para executar obras, visando evitar possíveis tragédias”, apontou Gustavo Nunes.

Tanto Zema quanto Gustavo destacaram a importância de que os moradores de área de riscos saiam de suas residências e priorizem suas vidas. “Você, que está morando em local de risco, saia de casa. Procure as equipes que estão trabalhando que nós vamos te auxiliar em tudo o que for necessário. Não vale a pena colocar sua vida em risco por questões materiais. Nossa prioridade é a vida”, pediu o prefeito.


Ajuda financeira do Estado
Indagado sobre a previsão de destinação de recursos financeiros para auxiliar na assistência às vítimas de Ipatinga, Zema explicou que a Defesa Civil já está fornecendo ajuda humanitária e que está levando duas solicitações a Belo Horizonte, para que possa ser avaliado junto à equipe de governo.

“Vi os dados, o prefeito já disponibilizou essa ajuda financeira, estou levando essa solicitação aqui, estaremos avaliando lá hoje, até amanhã, no máximo, junto com a Secretaria de Ação Social, uma ajuda a essas famílias. E, com certeza, nós iremos fazer alguma coisa. Algo já está sendo feito pela Defesa Civil, que já está fornecendo os kits, que não são ainda os móveis perdidos nas casas, mas nós vamos fazer alguma coisa. Foi solicitado também às empresas afetadas, principalmente as de médio e pequeno porte, uma linha de crédito para que possam recompor o estoque, alguma coisa que foi perdida e continuar operando. Eu estou levando essas duas solicitações”, explicou o governador.

Já o governo municipal, por meio de decreto, irá fornecer uma quantia em dinheiro para as famílias afetadas e que se enquadrem nos critérios estabelecidos.

Números
Desde o temporal de domingo, 12 equipes técnicas foram acionadas para deslocamento, 136 chamados foram catalogados pela Defesa Civil, que recebeu também mais de 400 chamados (número que pode ser entendido por pessoas que não foram atendidas de pronto e acabaram ligando novamente).

Mais informações sobre a catástrofe no Vale do Aço

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