07 de janeiro, de 2025 | 09:00
A rodoferroviária a ser implantada em Ipatinga
Wesley Rosado *
A implantação da Rodoferroviária em Ipatinga nos levou a incontáveis reflexões necessárias de todas as naturezas. Depois de muito refletir e analisar o projeto proposto com as inúmeras variáveis que uma obra desse porte comporta, nos ocorreu sugerir uma mudança de local, passando por aspectos econômicos com a redução dos custos, terminando com incontáveis vantagens do ponto de vista logístico e social. Vejamos: Uma Rodoferroviária, com duas estações, construídas uma ao lado da outra, no local conhecido por pátio de escória da Usiminas, situada entre os bairros Horto e Bom Retiro/Areal. Com tais alterações, obteremos, sem dúvidas, resultados vantajosos dos mais diversos possíveis, como: Redução no tempo de ida e vinda à capital, Belo Horizonte, em mais ou menos 20 minutos;Eliminação de vez com o pó decorrente da escória do minério de ferro, condenável à saúde, sem considerar a diminuição abrupta da poluição nos bairros vizinhos, poluição sonora decorrente do barulho ensurdecedor e trincas nas casas existentes nas adjacências; Maior conservação do asfalto, pois não teríamos mais ônibus que vão e vêm de Belo Horizonte, circulando e congestionando o já congestionado trânsito no perímetro urbano;
As duas estações estarão ligadas uma à outra, propiciando maior facilidade para seus usuários na compra de passagens; Um estacionamento amplo com capacidade para um número enorme de veículos com a opção de pernoite no local; Uma área estimada em 50 mil m² com uma excelente vista panorâmica de parte relevante da cidade;
Garagens para os ônibus na parte debaixo da rodoferroviária, evitando a circulação destes pelas ruas da cidade;
Outro relevante fator de melhoria seria a diminuição do custo logístico das empresas de ônibus, tais como a Viação Presidente e outras, posto que a distância que os ônibus percorrem hoje, da garagem até a estação rodoviária, entre ida e vinda, é de aproximadamente 9 quilômetros, ao passo que com a implantação da nova Rodoferroviária o mesmo percurso seria reduzido para 5 quilômetros.
É necessário acender a chama que dará início à produção do sonho da Rodoferroviária de Ipatinga, que já saiu do imaginário dos otimistas para as pranchetas dos desenhistas”
Vai daí, que numa conta bastante simplória, os ônibus percorreriam menos 14 quilômetros/dia. Considerando que a empresa acima citada disponibiliza à população 32 veículos (ônibus) em circulação no trecho Ipatinga a Belo Horizonte e Belo Horizonte a Ipatinga, cada um, propiciando uma economia de rodagem da ordem de 448 quilômetros diários, para cada carro, 13.440 quilômetros mensais, alcançando ao fim de 1 ano uma polpuda economia de rodagem de 163.520 quilômetros.
Em assim sendo, já dá para se pensar seriamente na economia de combustível, pneus, lubrificantes, manutenção, peças de reposição, propiciando uma maior durabilidade da frota. Outra palpável economia será proporcionada à Usiminas, visto que a escória estará depositada bem mais próximo do seu consumidor maior, a Cenibra, pondo fim ao grande mal causado pela poluição, causa de descontentamento entre a população dos bairros adjacentes. Não se pode olvidar que um empreendimento desse porte atrairá grandes parcerias que se somarão ao poder público municipal, as quais não titubearão em colocar suas digitais na realização de tal obra, tais como Vale, Cenibra, Acesita, Usiminas e outras.
Falta vontade política dirão os mais céticos. A esses deixo a lembrança que o clamor social é sem dúvida o fator de maior relevância em despertar o interesse político nas lideranças da nossa querida Ipatinga. E depois, é necessário acender a chama que dará início à produção do sonho da Rodoferroviária de Ipatinga, que já saiu do imaginário dos otimistas para as pranchetas dos desenhistas.
* Engenheiro Civil, aposentado, residente no bairro Cidade Nobre em Ipatinga, formado pela Univale - Universidade Vale do Rio Doce - Campus de Governador Valadares/MG.
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Gildázio Garcia Vitor
07 de janeiro, 2025 | 10:54Li e reli o artigo. Muito bom! Parabéns!
Ainda não tinha ouvido falar deste Projeto, para mim um pouco exagerado e utópico, daqueles que não se enquadram na "utopia do possível", como aprendi com a minha amiga, Professora-Historiadora Marilene Tuler.
Também me preocupou a ênfase nas empresas de ônibus, que irão economizar em milhares de quilômetros não rodados e, consequentemente, de diesel, pneus e de todo o conjunto dos sistemas rodantes dos veículos, entre
outros; e a pouquíssima com a população de menor poder aquisitivo, que depende totalmente do nosso péssimo transporte urbano-coletivo, com poucos horários ao longo do dia e uma frota antiga, com alguns veículos em um estado deplorável.”