20 de dezembro, de 2024 | 07:31
Deputados aprovam teto para salário mínimo
Proposta é atrelar o salário mínimo às regras do novo arcabouço fiscal, já que esse pagamento tem impacto nas contas da previdência e benefícios
Com informações da Agência BrasilDivulgação
Na prática, o salário mínimo vai continuar a ter ganho acima da inflação, mas o crescimento real será limitado a 2,5% por ano.
Na prática, o salário mínimo vai continuar a ter ganho acima da inflação, mas o crescimento real será limitado a 2,5% por ano.Por 264 votos a favor e 209 contra, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (19) à noite o terceiro projeto que integra o pacote de corte de gastos do governo. A proposta cria um teto para o crescimento do salário mínimo, obriga a biometria para o recebimento de programas sociais e limita os gastos com o Proagro. Na prática, o salário mínimo vai continuar a ter ganho acima da inflação, mas o crescimento real será limitado a 2,5% por ano.
Por ser projeto de lei ordinária, a proposta exigia apenas maioria simples (metade mais um dos deputados presentes). A aprovação da última proposta do pacote, que muda a previdência dos militares, ficou para o próximo ano, porque o projeto só foi enviado na terça-feira (17) ao Congresso.
O PSOL, que era contra o projeto, tentou derrubar parte do texto aprovado, mas foi derrotado. O texto segue para o Senado, onde deverá ser votado nesta sexta-feira (20).
O governo depende da aprovação desse projeto nas duas Casas para votar o projeto de lei do Orçamento de 2025. Isso porque o texto aprovado limita o crescimento do salário mínimo a 2,5% acima da inflação do ano anterior, com valorização mínima de 0,6% acima da inflação em caso de recessão econômica. A medida, segundo o Ministério da Fazenda, deverá gerar economia de R$ 109,8 bilhões de 2025 a 2030.
Mudanças
Para facilitar a aprovação do projeto, o governo concordou em desidratar parte das propostas. O relator, deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), afrouxou as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), benefício pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, principal ponto de resistência ao projeto. Ele retirou a expressão pessoa com deficiência” que constava do projeto original e trocou por avaliação que ateste deficiência de grau moderado ou grave”.
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Câmara aprova em segundo turno a PEC do corte de gastos do governo e proposta será enviada ao Senado
Câmara aprova em segundo turno a PEC do corte de gastos do governo e proposta será enviada ao SenadoSegundo parlamentares da oposição e até da base aliada, a expressão pessoa com deficiência poderia excluir do BPC portadores de transtornos do espectro autista e pessoas com síndrome de Down. No entanto, parte dos parlamentares criticou a nova definição do relator, que continuaria a restringir o acesso ao benefício.
Bulhões também retirou a proposta do governo que pretendia excluir do cálculo da renda familiar per capita os rendimentos de familiares que não moram na mesma casa, mas ajudam o beneficiário. Segundo deputados, isso prejudicaria um beneficiário com deficiência que mora numa casa, mas recebe cuidados de um parente que habita o mesmo lote, mas em outro domicílio. O deputado eliminou ainda a proposta do governo de incluir posse ou propriedade de bens ou direitos, inclusive terras, do cálculo da renda.
O relator não revogou a regra segundo a qual o benefício concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda familiar. O governo queria que esses rendimentos fossem levados em conta.
O projeto aprovado manteve a necessidade de apresentação de documento com exame biométrico para receber o benefício, cuja obrigatoriedade havia sido proposta pelo governo. No entanto, o relator incluiu exceções, como idosos com dificuldades de locomoção ou pessoas que moram em localidades remotas.
Bolsa Família e Proagro
Em relação ao Bolsa Família e demais benefícios de seguridade social, o texto aprovado manteve a obrigatoriedade de cadastro biométrico para a concessão, a manutenção e a renovação. Os parâmetros para a permanência do programa serão mais rígidos para as famílias unipessoais (beneficiários que moram sozinhos). Haverá restrição para municípios com percentual de famílias unipessoais acima do disposto em regulamento.
O projeto também estabelece que o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), seguro rural a pequenos e médios produtores, seja executado conforme o Orçamento de cada ano. Atualmente, o Banco Central manda a conta de alguns subsídios, como o Proagro, ao governo, sem limitação orçamentária. Pelo projeto, governo só poderá gastar em subsídios o que estiver autorizado no Orçamento.
O projeto muda ainda os parâmetros relativos à permanência no Bolsa Família, incluindo o estabelecimento de índices máximos de famílias unipessoais.
FCDF
Para diminuir a resistência à aprovação do projeto, o relator retirou as mudanças no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), cujos recursos passariam a ser corrigidos apenas pela inflação conforme a proposta original. O fundo continuará a ser corrigido pela Receita Corrente Líquida (RCL).
Formado por recursos da União, o FCDF é usado para manter a saúde pública, a educação e a Polícia Civil, a Polícia Penal, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. O Ministério da Fazenda previa reduzir os gastos em R$ 18,1 bilhões até 2030 com a nova forma de correção.
Na apresentação do projeto, no fim de novembro, o Ministério da Fazenda previa que as três propostas os dois projetos e a proposta de emenda à Constituição gerariam economia de R$ 71,9 bilhões em 2025 e 2026. Com as desidratações no Congresso, as contas serão refeitas.
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Fala na Tora
20 de dezembro, 2024 | 17:24Eles fazem um rombo de gastos e quem paga a conta é a população mas é só no nosso no deles não pode mexer não neste fim de ano os políticos com suas mesas fartas, presentes caríssimos para seus filhos,muitas viagens para exterior,e o pobre humilde se fudendo gostoso brasil e o país da sacanagem.”
Pronto Falei
20 de dezembro, 2024 | 12:47Alisson, estão junto com os bolsonaristas que repetem mantra de político favorito. Quando o eleitor parar de cobrar outro eleitor e começar a cobrar quem ele elegeu, com no nosso caso o Hercílio Diniz e Rosângela, fará sentido. Agora ficar igual papagaio defendo seu mito
ou o pai de pobre só leva a desavença. Imaturidade ok.”
Jose Geraldo Pereira
20 de dezembro, 2024 | 11:29Devia de olhar salário de juízes,políticos aí sim seria economia”
Allison
20 de dezembro, 2024 | 09:38Onde estão os governistas que comentam em todas as páginas desse jornal???”