15 de dezembro, de 2024 | 06:00
Vexame ou cansaço?
Fernando Rocha
O Botafogo, campeão da Libertadores e do Brasileiro, foi literalmente engolido pelo time mexicano do Pachuca, na última quarta-feira, em Doha, no Catar, sendo eliminado logo de cara da Copa Intercontinental, que é equivalente ao antigo Mundial de Clubes.Muita gente torceu contra e achou que foi um vexame, mas muitos torceram a favor do alvinegro carioca, atribuindo a derrota de 3 x 0 ao cansaço do time que foi obrigado a entrar em campo de início com um time alternativo, apenas 72 horas após decidir o Campeonato Brasileiro.
Acho que foi isso, além do desgaste mental, pois a delegação botafoguense atravessou o planeta, com seis horas de mudança de fuso horário, sem dormir, sem poder comemorar o título do Brasileiro que o clube perseguia há 29 anos.
Enquanto isso, o adversário, o Pachuca, chegou ao Catar dez dias antes da partida, estava totalmente descansado, pois havia jogado a última partida pelo campeonato mexicano cerca de um mês atrás.
O futebol precisa ser levado a sério pela CBF e os nossos dirigentes de clubes, que não conseguem estabelecer um calendário no mínimo humano, obedecendo a parâmetros de exigência suportados pelo corpo humano, definidos pela ciência.
Nessa toada, vamos continuar passando este tipo de vergonha”, sobretudo, nas competições de relevância mundial.
Passo atrás
Depois de deixar vazar para a imprensa que o técnico Fernando Diniz seria demitido, com qualquer resultado, após a partida diante do Juventude, o comando da SAF do Cruzeiro voltou atrás e decidiu manter o treinador para a próxima temporada.
A decisão contrariou a maioria da torcida que desejava ver Diniz longe da Toca-2, insatisfeita com o rendimento e os resultados pífios da equipe, que acabou ficando fora da Libertadores/2025.
A pergunta que não quer calar: se a diretoria da Raposa tinha reavaliado o trabalho do técnico e decidido por sua demissão, o que a fez mudar de ideia?
Teria sido a entrevista pós-jogo, onde o treinador fez duras críticas aos dirigentes do clube, que teriam ficado com receio do tamanho da repercussão de sua demissão no mercado do futebol?
A direção da SAF ainda está devendo uma explicação à sua torcida, que ainda não engoliu essta estranha decisão.
FIM DE PAPO
Os donos do Atlético, Rubens e seu filho Rafael Menin, por meio da assessoria de imprensa do Galo, finalmente, se posicionaram sobre as perseguições e atitudes impróprias praticadas contra jornalistas, que ferem a liberdade de imprensa. O clube não promove qualquer ato de censura ou ameaça com qualquer jornalista e mantém com a imprensa uma relação de respeito e colaboração”, diz um trecho da nota oficial do Atlético.
Seja jogador ou dirigente de futebol, ninguém gosta de ser criticado, pois o ego inflado e a falta de humildade impedem que façam qualquer tipo de autocrítica ao seu trabalho. Quanto mais rico e poderoso é o dirigente ou jogador, torna-se pior o tipo de atitude em relação aos profissionais da imprensa que têm todo o direito de criticá-los, sem ofensas pessoais. Adoram, amam ser elogiados, mas odeiam críticas. Assim é que a banda toca no futebol brasileiro, sem que isso seja um privilégio da direção do Atlético.
No início de 2020, em uma assembleia de clubes para decidir sobre cotas de patrocínio do Campeonato Brasileiro com a Globo e a CBF, o Avaí propôs que os rebaixados também tivessem direito a uma fatia dessa receita. A maior resistência era da Globo, mas a emissora acabou aceitando a ideia. A maioria dos clubes deu apoio à mudança do critério, que implicaria em uma perda pequena para cada um dos outros. Mas o contrato dos clubes com a emissora previa que alguns deles poderiam vetar a medida mesmo com maioria.
Então, o Athetico-PR foi o único a vetar a mudança que iria favorecer os rebaixados. Em 2024, a premiação do 16º clube do Brasileiro, último antes do rebaixamento, será de 8,9 milhões de reais. Pelo critério acertado em 2020, os quatro que caíssem teriam valores pouco menores de patrocínio. Dá para calcular, pelo método da época, que o Athletico-PR, como 17º colocado, ganharia agora algo em torno de 6 a 7 milhões de reais. Como foi rebaixado, não terá hoje qualquer compensação financeira; isso por conta do seu veto lá atrás. O Furacão experimenta do próprio veneno. (Fecha o pano!)
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