06 de dezembro, de 2024 | 08:40
Após análise constatar presença de bactéria, órgãos monitoram água de escola em Ipaba do Paraíso
No fim do mês de novembro, após manifestação de alguns pais de estudantes da Escola Municipal Maria Ivone Damasceno, no bairro Ipaba do Paraíso (Ipabinha), em Santana do Paraíso, veio à tona a confirmação que a água fornecida para uso na instituição estaria contaminada com a bactéria pseudomonas aeruginosa, conforme laudo apresentado pela Vigilância Sanitária, depois de uma análise da Fundação Ezequiel Dias (Funed), de número 1120/2024-RPAS.
A suspeita de irregularidade da água, fornecida pela Copasa, surgiu após cinco alunos da escola municipal (turno matutino) apresentarem quadro de diarreia. Vale ressaltar que a unidade é coabitada, também atende a Escola Estadual José Rosa Damasceno, no período vespertino.
Conforme a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), no dia 28 de novembro, uma equipe da Copasa coletou amostras da água na unidade e constatou, por meio das análises laboratoriais realizadas no veículo de controle da qualidade da água da empresa, que a água atende aos padrões de potabilidade definidos na Portaria GM/MS Nº 888, de 4 de maio de 2021”.
A SEE ainda informou, por meio de nota, que antes desta nova coleta foram tomadas as medidas necessárias para resolver a situação, no que tange o fornecimento de água do edifício. Realizou-se a limpeza da caixa dágua, a troca do filtro e a análise da água. A Secretaria Municipal de Saúde recomendou a continuidade das atividades pedagógicas”, explicou.
A Copasa, por meio de nota, ainda acrescentou que atesta os padrões de potabilidade da água no ponto de serviço (hidrômetro) do endereço do cliente e que, após o laudo apresentado pela escola aos pais, coletou amostras nas instalações internas do cliente. A Copasa orienta aos clientes a limpeza dos reservatórios domiciliares de água ao menos uma vez no semestre. A Copasa destaca que, se os clientes notarem quaisquer intercorrências relacionadas ao abastecimento de água, devem entrar em contato através dos canais de atendimento”.
Providências foram tomadas
O Diário do Aço teve acesso a um ofício emitido pela Secretaria de Saúde de Santana do Paraíso, datado em 26 de novembro, que a presença dessa bactéria, embora requeira atenção, não caracteriza uma situação de emergência que exija o fechamento da escola. Conforme orientação da referência técnica da regional de Coronel Fabriciano, as aulas podem continuar normalmente enquanto são realizadas as ações de limpeza e desinfecção”.
O documento pontua que foram promovidas limpezas rigorosas em todas as caixas d'água e bebedouros, os filtros dos bebedouros foram substituídos, e foi solicitado à Copasa a conclusão de novos laudos para verificar os níveis de cloro residual na água.
Com isso estamos aguardando a análise da Copasa e já solicitamos um pré-agendamento de uma nova coleta dia 11/12/2024 e manteremos o monitoramento, garantindo que todas as etapas possam ser realizadas adequadamente”, conclui o ofício.
Entenda
Conforme comunicado emitido à comunidade escolar pela gestão da E. E. José Rosa Damasceno, a primeira coleta foi concluída no dia 21/08/24, e confirmou a presença da bactéria no dia 29/08/24, resultado disponibilizado pela Secretaria Municipal de Saúde, no dia 22/11/24. A equipe da Vigilância Sanitária foi recrutada pela equipe de saúde do Posto Médico Local, após atendimento de cinco estudantes da Escola Municipal (matutino) apresentar quadro de diarreia. Como hipótese para identificação das causas do quadro clínico dos estudantes, entre outras possibilidades, suspeitaram da água da escola”, informa o comunicado.
Água mineral
Em entrevista ao Diário do Aço, Maria Aparecida de Souza, diretora da escola estadual, afirmou que não tinha ciência da coleta e tão logo soube do resultado, convocou a comunidade para esclarecimentos.
Nós não fomos informados nem que iriam coletar amostra de água em agosto. A Secretaria Municipal de Saúde disse que pediu a coleta da água, pois considerou surto quando atendeu cinco crianças com sintomas de diarreia. Só no dia 22/11 à tarde recebemos o laudo da vigilância com as medidas a serem adotadas, que de imediato comunicamos a prefeitura e a SRE de Coronel Fabriciano”, revelou.
A gestora ainda ratifica que não houve negligência por parte da diretoria da escola, e que buscou soluções colegiadas e democráticas para solucionar o problema.
A SRE, juntamente com a SEE, prontamente atendeu o pedido [dos pais] e está fornecendo água mineral gelada para os estudantes e as aulas seguem normalmente para cumprirmos a carga horária e terminar o ano letivo”, finalizou a diretora.
Posicionamento da prefeitura
Procurada pela reportagem, a administração municipal de Santana do Paraíso confirmou que em uma análise da qualidade da água da Escola Municipal Maria Ivone Damasceno foi identificada a presença da bactéria Pseudomonas aeruginosa, comumente presente no solo, mas que também pode ser encontrada na água. A prefeitura, imediatamente, tomou todas as providências necessárias para eliminação da bactéria, como a limpeza das caixas d'água e a troca de todos os filtros de água. Após questionamento dos pais, a Copasa foi acionada e realizou diversos testes de qualidade da água, dos quais todos indicaram que estava apta para consumo. A partir de dois casos registrados de diarreia em uma escola, configura-se surto de doença diarreica pela Programa de Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas (MDDA). Recentemente, a administração municipal firmou um acordo com a Samarco e se comprometeu a investir parte do recurso na melhoria do abastecimento de água do bairro Ipaba do Paraíso”.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]



















