05 de dezembro, de 2024 | 08:45
Faixa etária de pessoas mais atingidas pela dengue na região é de 15 a 64 anos, aponta estudo
Arquivo pessoal
A pesquisa foi feita por estudantes de Medicina Veterinária do Unileste em parceria com o Instituto Interagir
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço
Estudantes do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Católico do Leste de Minas Gerais (Unileste) desenvolveram um estudo sobre o perfil epidemiológico da dengue no Vale do Aço. O trabalho foi apresentado na 25ª Semana de Iniciação Científica e Semana de Extensão (Sicex) da instituição pelas alunas Ketlyn Beatriz Coelho, como autora principal, Helen Cesário e Paola dos Santos, sob orientação da professora Michelle Carvalho Maia. A pesquisa revelou que, na região, a faixa etária de pessoas mais afetadas pela dengue é de 15 a 64 anos, além de analisar os casos positivos em Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo nos últimos cinco anos. O estudo ainda aponta os gêneros mais afetados. Além disso, concluiu que a incidência de dengue é fortemente influenciada por fatores climáticos, como temperaturas entre 20°C e 30°C e altos índices pluviométricos, que favorecem a reprodução do Aedes aegypti.
O trabalho foi feito em parceria com o Instituto Interagir. A pesquisa enfatiza a importância de estratégias de prevenção e a necessidade da atuação integrada de diversos profissionais de saúde, incluindo médicos veterinários”, afirmou o fundador do instituto, Alessandro de Sá.
Ketlyn Beatriz pontuou que o estudo foi feito de forma retrospectiva. Inicialmente, foram revisados artigos científicos publicados nos últimos dez anos para compreender o contexto da dengue, seu impacto na saúde pública e as estratégias de controle mais eficazes, e o mais importante, o papel do médico veterinário. Em seguida, foram coletados dados epidemiológicos por meio das plataformas SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) e DATASUS”, explicou.
Resultados
A autora principal da pesquisa destacou que, segundo dados do IBGE (2022), os resultados revelaram que Coronel Fabriciano apresentou a maior taxa de casos de dengue, com 265,42 casos por 100.000 habitantes, seguido por Timóteo com 203,48 casos por 100.000 e Ipatinga tendo 180,91 casos por 100.000 habitantes. A maior incidência em Fabriciano ocorreu entre fevereiro e junho, com um pico em 2023, quando foram registrados 142 casos. No município ipatinguense, o ano de 2020 marcou um aumento significativo nos casos, com 62 notificações, crescendo ainda mais em 2023. Já a cidade timoteense apresentou um pico em 2023, com 127 casos registrados. Em números absolutos, Fabriciano registrou 278 casos, Ipatinga 412 e Timóteo 166. A faixa etária mais afetada foi de 15 a 64 anos, com 165 casos em Fabriciano, 275 em Ipatinga e 124 em Timóteo. Em relação ao gênero, as mulheres foram as mais afetadas em Fabriciano e Timóteo, enquanto em Ipatinga, a maioria dos casos ocorreu em homens”.
A estudante também pontuou que a alta incidência de dengue nos municípios traz uma série de impactos. Como na saúde pública, com sobrecarga em sistemas de saúde, aumento da morbidade e mortalidade. Na economia, com a redução da produtividade devido ao afastamento de trabalhadores, aumento dos custos com tratamentos médicos e impacto no orçamento familiar. Também há impactos ambientais, visto que existem condições climáticas e urbanas propícias à proteção do Aedes aegypti. Assim como infraestrutura: deficiências em saneamento básico, drenagem e coleta de lixo tornam áreas mais vulneráveis aos surtos, ampliando desigualdades socioeconômicas. Além disso, o educacional e psicológico, como adoecimento de crianças e adolescentes que prejudica o desempenho escolar. Esses impactos também comprometem o desenvolvimento sustentável da região, desviando recursos públicos de áreas prioritárias”.
Ketlyn Beatriz concluiu que o estudo reforça a necessidade de políticas públicas contínuas e baseadas em dados epidemiológicos e climáticos para mitigar a incidência da dengue na região, priorizando ações preventivas, melhorias na infraestrutura urbana e campanhas educativas para a conscientização da população”.
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