11 de dezembro, de 2024 | 07:05

Com dólar acima de R$ 6, Copom deve manter o ritmo da alta de juros nesta quarta-feira

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve acelerar novamente o ritmo de elevação dos juros básicos da economia, impulsionado pela alta do dólar e pressões inflacionárias. Nesta quarta-feira (11) está agendada reunião do conselho e a decisão será anunciada após as 18h.
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Alta do dólar atinge a todos os brasileiros e só benecia setores que exportam bens, produtos e serviços Alta do dólar atinge a todos os brasileiros e só benecia setores que exportam bens, produtos e serviços


De acordo com projeções do mercado financeiro, fundamentadas no relatório Focus do BC, a taxa Selic deve subir para 12% ao ano, representando um incremento de 0,75 ponto percentual. Entretanto, a maior parte dos contratos de opções sugere um aumento ainda mais significativo, de 1 ponto percentual, elevando a taxa para 12,25% ao ano – um nível não observado desde janeiro de 2023, no início do governo Lula.

Caso confirmada, esta será a terceira elevação consecutiva e a maior desde março de 2022, quando a taxa também subiu 1 ponto percentual. “Ao longo dos últimos meses, testemunhamos um crescente de incerteza e aversão ao risco. Parte dessa pressão decorreu do contexto externo, mas também foi bastante impulsionada pelo anúncio de um ajuste fiscal que, pelo menos em um primeiro momento, frustrou os analistas independentes”, avaliou o Itaú em comunicado.

Na última quinta-feira (28), a equipe econômica anunciou um pacote de propostas de cortes de gastos, incluindo a limitação do salário mínimo, mudanças no acesso ao abono salarial, na aposentadoria dos militares e na fiscalização do Bolsa Família e BPC. Por outro lado, a proposta de ampliação do limite de isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil gerou tensão nos mercados.

O Itaú, que projeta uma alta de 1 ponto percentual na Selic, destacou a alta do dólar como um fator adicional que pressiona a inflação, além do dinamismo da economia, com o crescimento do PIB do terceiro trimestre surpreendendo positivamente.

Afinal, o que a alta de juros tem a ver com seu bolso?


Juros altos têm aspectos negativos e positivos, numa economia. No Brasil, têm sido usados como "freio" para a alta de preços. E um dos fatores que pressiona os preços neste momento é a disparada do dólar, que está acima de R$ 6.

Mas há o "efeito colateral do remédio". Quando os juros estão altos, as pessoas tendem a comprar menos, o que reduz a demanda por produtos e serviços. Isso impacta diretamente na indústria, que gera menos empregos e renda. Os empréstimos ficam mais caros, o que pode dificultar o financiamento de compras de bens de consumo e duráveis, dentre eles, veículos, imóveis.

O aumento dos juros pode desestimular investimentos, o que pode comprometer a recuperação econômica e enfraquecer o mercado de trabalho, tanto formal quanto informal. Com juros altos, investidores podem preferir aplicar o dinheiro em vez de gastá-lo em construções e outros setores da economia.

A taxa Selic é o principal instrumento de política monetária do Brasil para segurar a inflação. O Banco Central eleva a Selic para encarecer o crédito, desestimular o consumo e o investimento, o que ajuda a aliviar a pressão sobre os preços, ou seja, combate a inflação.
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Comentários

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Tião Marreta

11 de dezembro, 2024 | 18:38

“Não entendo nosso Presidente. Criticou o ex presidente do Banco Central por causa da taxa selic alta.
Agora indica um que segue o mesmo caminho. Ou seja, indicou um que vai continuar subindo a Selic.”

Enzo Lucca

11 de dezembro, 2024 | 13:46

“Jogada de mestre do nosso Presidente. Ao fortalecer o dólar ele incentiva a exportação de nossas empresas, trazendo mais trabalho e salários melhores. O cara é gênio, só não vê quem quer”

Victor

10 de dezembro, 2024 | 10:24

“Não é faz o L agora faz o D de dollar.”

Faz o F

10 de dezembro, 2024 | 09:43

“Por que Pagamos tudo em dólar se moramos no Brasil?
É simples se tem um gringo pagando em dolar,o produtor brasileiro não vai vender para o brasileiro na camaradagem mais barato só por ele ser brasileiro, somos obrigados a pagar o preço que o gringo paga e mais um pouco.”

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