02 de dezembro, de 2024 | 15:20
Retrato de Aleijadinho ganha lugar de honra no Palácio da Liberdade
Minas Gerais protagonizou, no Dia da Consciência Negra (20/11), um momento histórico de reconhecimento e valorização. Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho - patrono das Artes no Brasil e maior expoente da arte barroca nas Américas -, ganhou lugar de honra na Sala dos Grandes de Minas, no Palácio da Liberdade, ao lado de referências como Santos Dumont, Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves e Tiradentes.Fotos: Leo Bicalho/Secult
Patrono das Artes no Brasil agora faz parte dos homenageados na Sala dos Grandes de Minas: marco histórico
A iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) representa, também, a primeira vez que um negro foi homenageado com tal distinção, reafirmando a importância de Aleijadinho na construção da identidade cultural e artística do Brasil e das Américas.Patrono das Artes no Brasil agora faz parte dos homenageados na Sala dos Grandes de Minas: marco histórico
A obra, figura oficial reconhecida de Aleijadinho pela Lei nº 5.984, de 1972, é um óleo sobre tela de Euclásio Penna Ventura, produzida no século 19. A adição do retrato de Aleijadinho ao trono de personalidades da Sala dos Grandes de Minas vai além da homenagem em si. De acordo com a Secult, é um ato de reparação histórica e celebração de sua genialidade, colocando-o ao lado de grandes nomes que moldaram a trajetória do estado e do país. Sua inclusão simboliza, ainda, o reconhecimento de que a história de Minas Gerais é inseparável da contribuição dos povos negros e de sua arte, cultura e resiliência”.
No panteão
Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho, nasceu em Ouro Preto, em 1738, filho de uma escravizada e de um mestre de obras português. Apesar das adversidades de sua época e de uma grave doença que lhe deformou o corpo, Aleijadinho transformou a dor em arte, criando um legado que transcende séculos. Ele fundou a primeira escola de arte barroca das Américas no século 18, desafiando preconceitos e abrindo caminhos para artistas e artesãos negros.
Sua obra-prima, os Doze Profetas de Congonhas, integra o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1985. Aleijadinho é um símbolo de resistência, superação e da profunda conexão entre arte e espiritualidade. A partir de agora, ao lado de heróis e visionários que moldaram Minas Gerais, o retrato de Aleijadinho será um lembrete permanente da riqueza cultural e do poder transformador da arte.
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Moacir Gonçalves Filgueiras
08 de dezembro, 2024 | 05:11Quem foi Euclasio Penna?( O cara que pintou o Mestre...”