20 de novembro, de 2024 | 08:37
Hoje, 20 de novembro, é feriado nacional pela primeira vez
Rovena Rosa/Agência Brasil
Feriado homenageia Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes da resistência negra contra a escravidão no país e símbolo da luta pela liberdade

Com um decreto presidencial promulgado no fim de 2023, o dia 20 de novembro torna-se, pela primeira vez, um feriado nacional. Nesta quarta-feira, é celebrado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
A data, instituída pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, e já considerada feriado em alguns estados do Brasil, homenageia Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes da resistência negra contra a escravidão no país e símbolo da luta pela liberdade.
Reny Batista, coordenadora da rede Educafro do núcleo Atitude, em Ipatinga, ressalta que este é um momento para refletir sobre o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial. "Principalmente para compreendermos o rumo que a sociedade brasileira está tomando. Se não tivermos uma educação antirracista, se não mudarmos os paradigmas raciais da nossa sociedade, não alcançaremos transformação", afirmou.
Apesar de ser um marco para o movimento negro, o novo feriado também enfrenta críticas de parte da população e do setor empresarial, que apontam prejuízos econômicos. No entanto, Reny Batista rebate essas opiniões, destacando o histórico de opressão vivido pela população negra no Brasil.
"Entendemos que aqueles que questionam o Dia da Consciência Negra ou o feriado, ou que criticam a cultura negra, acreditando ser 'mimimi', são pessoas que não conseguem se colocar no lugar de quem foi escravizado por 388 anos. Para termos uma educação antirracista, precisamos do envolvimento de todos, brancos e negros. Essa luta não é só nossa, é do povo brasileiro", enfatizou.
Negros trouxeram tecnologias avançadas
Reny Batista também destacou a importância do conhecimento técnico trazido pelos negros durante a escravidão. "Eles foram sequestrados da África porque dominavam tecnologias de irrigação, úteis para os portugueses, e também tinham conhecimentos de mineração", explicou.
Ela citou as cidades históricas de Minas Gerais como exemplo da durabilidade das obras feitas pelos escravizados. "Muitas minas construídas pelo meu povo permanecem intactas, enquanto hoje vemos barragens sendo destruídas por um modelo de mineração desrespeitoso e devastador. É fundamental reconhecer a valiosa contribuição do povo negro para a construção e o enriquecimento do Brasil", concluiu.
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Bengala
20 de novembro, 2024 | 12:33Em um mundo ideal, o recorte de raças poderia ser ignorado. Mas este é o Brasil. Simplificar um problema gigantesco e de séculos com frases fora de contexto de poucas personalidades negras é escolher colocar uma venda sob os olhos,mas a negação em nada muda a realidade.”