18 de novembro, de 2024 | 17:30
Obra de escritora da região é estudada em escola estadual
A professora, advogada e escritora Nena de Castro foi recebida na Escola João XXIII, em Ipatinga, na culminância de um projeto de ensino de Língua Portuguesa. A iniciativa, criada pela professora Flávia Frazão e abraçada pelas mestras Valdiene Gomes, Ilda Lopes e Suzimara Alonso, foi absoluto sucesso e despertou nos alunos o gosto pelo estudo da língua nacional, em consonância com outras artes, informa a produção.Para a autora do projeto, que esteve na escola em um encontro com os estudantes, no dia 4/11, foi uma forma de estudar o gênero discursivo Crônica de uma forma dinâmica, valorizando uma escritora regional cujas crônicas têm o frescor dos grandes cronistas de Minas Gerais e do Brasil, com um profundo respeito à Língua Portuguesa, sem deixar de lado as referências ao falar delicioso desse estado, o mineirês e o humor crítico”, descreve.
Pós-graduada em Literatura Brasileira pela faculdade Única e em Mídias pela Universidade Federal Ouro Preto, e autora de diversos livros de poesia, Frazão explica que busca sempre uma maneira dinâmica de estudar os gêneros literários, como a crônica e sua linguagem, por meio de expressões criativas que possam de alguma maneira colaborar para a construção de soluções inovadoras para os problemas da sociedade.
Assim, o projeto incentiva a leitura, a interpretação, a oralidade, a expressão corporal, teatral e as habilidades manuais de forma prazerosa, estreitando os laços de amizade e confiança entre professor e aluno. A equipe adotou o livro As Pererecas e as Velhinhas”, de Nena de Castro, por encontrar nele uma escrita dinâmica, atual e antenada com as mudanças do mundo, sem deixar de visitar o passado.
A professora ressalta que entre as estéticas artísticas, a literatura é capaz de influenciar direta e constantemente as demais manifestações da arte, proporcionando o prazer da leitura a todos sem distinção de raça, gênero, credo, numa democratização do saber”. Por sua vez, Valdiene Gomes, mestra em Letras e doutoranda em Estudos Linguísticos pela UFMG, vê a riqueza de proporcionar aos alunos, no encontro com uma escritora regional, a possibilidade de mostrar a eles os valores da nossa terra, que exemplificam pelo estudo, pela leitura e pela expressão linguística, a releitura do mundo e da vida, com suas dores e beleza”. Ela cita como exemplo a crônica Um pé na cozinha”, escrita especialmente para a escola a seu pedido, que ajudou sobremaneira nas reflexões sobre o racismo no mês em que se celebra a Consciência Negra no país. Nomes de personalidades negras importantes citados na crônica apresentaram aos alunos um leque de visões sobre um mesmo fato, na tentativa de sempre buscarem mais de um lado da história.
Segundo a professora, os alunos viram que se deve buscar uma justa visão sobre o negro e a importância de sua contribuição para a construção da sociedade brasileira”. E receber a autora, conversar com ela, saber do seu fazer literário, ofereceu uma oportunidade ímpar de enriquecimento cultural”, complementa.
Na avaliação da autora Nena de Castro, o encontro na Escola João XXII foi uma oportunidade de dessacralizar o estudo da Língua Portuguesa através das crônicas, através da fruição do prazer estético, da dinâmica da Língua, do humor, da crítica e da alegria”, concluiu a escritora, que assina uma coluna semanal de crônicas na página 2 do Diário do Aço.
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Gildázio Garcia Vitor
19 de novembro, 2024 | 05:58Parabéns às Professoras da E. E. João XXIII pelo projeto, e à Bugra Velha, por tudo que tem feito e sendo reconhecida e valorizada pelas nossas Escolas.
Só espero que nenhum pai ou responsável implique com o título do livro.”