08 de novembro, de 2024 | 17:25

Economista aponta efeitos positivos e negativos da alta na taxa de juros

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Medida do governo federal pode dificultar o acesso a empréstimosMedida do governo federal pode dificultar o acesso a empréstimos

A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar a taxa Selic, os juros básicos da economia, gerou críticas do setor produtivo e de diversas entidades no Brasil, preocupadas com o impacto na recuperação econômica. O professor de Economia e Educação Financeira, Makáliston Brito, analisa os aspectos negativos e as possíveis vantagens que essa decisão traz ao mercado brasileiro.

Conforme noticiado pelo Diário do Aço, na quarta-feira (6), o Copom, do Banco Central, elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, resultando em uma Selic de 11,25% ao ano. De acordo com o governo federal, a pressão inflacionária tem sido intensificada pela alta do dólar e pelos efeitos da seca nos preços de energia e alimentos.

O professor Makáliston explica como essa nova taxa afeta diretamente o orçamento das famílias, tornando mais caras as parcelas de financiamentos, cartões de crédito e empréstimos pessoais. "Com a nova Selic em 11,25% ao ano, o custo do crédito e dos empréstimos sobe. Além disso, com menos acesso ao crédito, as pessoas tendem a consumir menos, o que pode reduzir a circulação de dinheiro na economia. A população compra menos e opta por poupar", avalia.

O economista também destaca que a medida dificulta o acesso a empréstimos. "Com os juros mais altos, os bancos tornam os empréstimos mais caros e adotam critérios de aprovação mais rigorosos. Isso ocorre porque a taxa Selic influencia diretamente as taxas praticadas pelos bancos", argumenta.

Impactos no mercado
"O aumento da taxa Selic tende a esfriar o consumo, o que pode reduzir as vendas no comércio e afetar indústrias que dependem de grandes volumes de crédito, como a de imóveis e a automobilística", observa.

Para o mercado de trabalho, a redução do consumo e do investimento pode resultar em congelamento de contratações ou até mesmo demissões, como forma de reduzir custos. Setores que dependem de crédito, como construção civil e comércio, podem ser os mais impactados, provocando efeitos negativos no emprego.

Possíveis vantagens
O aumento da Selic tem o objetivo de conter a inflação, que este ano deve fechar em 4,59%, acima do limite de 4,5% estabelecido pelo governo federal, conforme explica Makáliston Brito. "A principal vantagem é o controle da inflação. Com juros mais altos, as pessoas tendem a gastar menos, o que ajuda a conter o aumento generalizado dos preços. Além disso, para quem investe em renda fixa, como Tesouro Selic e CDBs, essa é sempre uma boa alternativa", destacou.

Impactos nos investimentos
A poupança e outros investimentos também são diretamente afetados pela alta da Selic. O economista esclarece que, com a taxa acima de 8,5% ao ano, como ocorre com os atuais 11,25%, a poupança passa a render 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), o que corresponde a um rendimento de aproximadamente 6,17% ao ano. "No caso de outros investimentos de renda fixa, é mais interessante investir, pois com a Selic elevada, aplicações vinculadas à taxa de juros, como CDBs, LCI/LCA e Tesouro Selic, tornam-se mais atrativas. Esses investimentos acompanham o aumento da Selic, oferecendo rendimentos mais elevados com segurança", conclui.

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