09 de novembro, de 2024 | 08:30

Coronel Fabriciano e Ipatinga estão entre as 10 cidades mineiras com mais favelas, revela Censo

Matheus Valadares
Maioria dos moradores das favelas e comunidades urbanas da RMVA são pessoas pardasMaioria dos moradores das favelas e comunidades urbanas da RMVA são pessoas pardas
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
Em Minas Gerais, 59 municípios tinham ao menos uma favela ou comunidade urbana em 2022. Coronel Fabriciano e Ipatinga ocupam a 9ª e 10ª posição, respectivamente, entre as cidades do estado com a maior quantidade de comunidades urbanas. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8), a partir de um conjunto de informações coletadas pelo Censo 2022.

Conforme os dados extraídos pela reportagem do Diário do Aço, diretamente do Sidra, uma ferramenta do IBGE que permite a visualização de informações das pesquisas do instituto, foram registradas 20 favelas em Coronel Fabriciano e 19 em Ipatinga.

Timóteo (6), Bom Jesus do Galho (2) e Belo Oriente (1) fecham a lista de cidades do Vale do Aço com favelas contabilizadas pelo instituto. Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, tem 10.

População residente
Conforme evidencia a pesquisa, 26.718 pessoas moravam em favelas em Ipatinga no ano de 2022, o que equivale a 11,73% dos 227.731 habitantes. Em Fabriciano, apesar de ter 21.313 pessoas vivendo em favelas, a proporção é maior quando comparada ao município vizinho. O Censo mostra que 20,35% dos 104.736 habitantes fabricianenses residiam em favelas em 2022. Também localizada na Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), Timóteo tinha, no ano da pesquisa, 9.648 pessoas em favelas, o que representa 11,83% do total da população (81.579).

Características
Pardos compõem a maior porção de residentes nas favelas e comunidades urbanas dos três municípios da RMVA. Em Ipatinga, a população das comunidades é composta por 60,76% de pardos, 24,99% de brancos, 14,32% de pretos, 0,07% de amarelos e 0,05% de indígenas.

Já em Fabriciano, são 58,32% de pardos, 26,01% de brancos, 15,59% de pretos, 0,06% de amarelos e 0,03% de indígenas. Em Timóteo, a composição das favelas é formada por 59,30% de pardos, 20,32% de pretos, 20,29% de brancos, 0,07% de indígenas e 0,02% de amarelos.
Arquivo DA
Ipatinga, mesmo com a riqueza gerada pela indústria, também concentra bolsões Ipatinga, mesmo com a riqueza gerada pela indústria, também concentra bolsões

Quando observadas as idades, em Coronel Fabriciano, jovens entre 20 e 24 anos representam a maior proporção, com 7,63%. Na sequência, estão pessoas de 40 a 44 anos (7,59%) e de 35 a 39 anos (7,53%).

Em Ipatinga, a faixa etária que lidera entre os moradores de favelas é de 40 a 44 anos (8,09%), seguida por 20 a 24 anos (7,96%) e 25 a 29 anos (7,75%). Já em Timóteo, 7,78% dos moradores têm entre 15 e 19 anos. As idades de 20 a 24 anos (7,56%) e de 35 a 39 anos (7,46%) fecham o Top 3.

Minas Gerais
A população residente nas favelas e comunidades urbanas mineiras era de 739.932 pessoas, distribuídas em 255.520 domicílios particulares permanentes ocupados, 528 improvisados e 28 domicílios coletivos. Ao todo, o estado tem 653 favelas, o que equivale a 5,3% do total encontrado no Brasil. No Top 10 de cidades com maior número de comunidades, além dos dois municípios da região, estão Belo Horizonte (218 favelas), Contagem (49), Ribeirão das Neves (37), Juiz de Fora (37), Betim (33), Montes Claros (27), Uberlândia (24) e Ibirité (24).

Brasil
A pesquisa identificou, no Brasil, 12.348 porções do território classificadas como favelas. O estado com maior número é São Paulo (3.123), seguido por Rio de Janeiro (1.724) e Pernambuco (849). Minas Gerais ocupa a sexta posição.

A definição de favela, utilizada pelo IBGE



Conforme divulgado pelo instituto, as favelas “são territórios populares originados das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura, entre outros), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade”.

São marcadas pela predominância de domicílios com diferentes graus de insegurança jurídica da posse e por ao menos um dos seguintes critérios: ausência ou oferta incompleta ou precária de serviços públicos; predomínio de edificações, ruas e infraestrutura geralmente autoproduzidos e/ou que se orientam por parâmetros urbanísticos diferentes daqueles definidos por órgãos públicos; localização em áreas com restrição à ocupação (conforme legislação ambiental ou urbanística) ou em sítios urbanos classificados como áreas de risco ambiental.

“É importante esclarecer que os números apresentados nesta divulgação dizem respeito às favelas e comunidades urbanas isoladas em setores censitários no Censo 2022. Além das 12.348 classificadas em 656 municípios, o IBGE identificou 2.298 favelas cujos quantitativos de domicílios, estimados previamente à coleta, variaram entre 21 e 50. Para essas áreas não serão disponibilizadas informações específicas, uma vez que elas não puderam ser definidas em setores censitários específicos de favelas e comunidades urbanas”, informou o IBGE em nota enviada à imprensa.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Mak Solutions Mak 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Denilson José da Silva

22 de novembro, 2024 | 15:48

“Uma avaliação técnica: O Vale do Aço não tem favelas, tem falta de política pública de moradias, a culpa é da ELITE que ADMINISTRA a região.

Faço Administração Pública, acho um absurdo classificar locais no Vale do Aço com o mesmo termo que se usa no Rio de Janeiro. Além de Favela fazer referência ao Morro da Favela, local de onde o Exército do Brasil atacava a Comunidade de Canudos, há uma necessidade de revisão histórica. Esconder a realidade através das palavras é uma arte sórdida e macabra do Brasil. Não uso o termo favela pois o que vejo são bairros sem a infraestrutura básica e constitucional prometida pelo Estado Nacional do Brasil ao seu povo. É isso que a Administração Pública Científica afirma com todas as palavras. Favela, favelado, esconde o básico: O Brasil não consegue dar a dignidade básica, os direitos sociais aos cidadãos como os EUA faz bem melhor, ou mesmo a União Europeia. Mesmo cheio de recursos, nossa sociedade ainda mantém tradições coloniais de exploração de trabalho e acumulação de riqueza. Nossa cultura, nosso senso comum ainda acha bonito "OSTENTAR" em meio a miséria e debochar desta, quando não se pode "esconder", para desprezar o ser humano com um ?JEITINHO BRASILEIRO?. o Vale do Aço tem condições de reverter isso, mas a elite que administra a região não consegue se sentar para dialogar como Cidades unidas de uma região metropolitana de R$ 18.000.000.000,00 de PIB! Retrato do Brasil: tem condições materiais e técnicas de acabar com a miséria! Mas disfarça e mantém. No interior de Minas surgiu esta tática: chamem bairros humildes e de trabalhadores de favelas, como se fossem locais com 30.000 ou mais como no Rio, impossível do Estado entrar, sem escolas, postos de saúde. Assim, universalizando o termo ?FAVELA? para todas as comunidades, podem negar políticas públicas básicas, serviços, etc? Pode-se dar o Aval do estado para coagir, usar seu poder de polícia de forma mais agressiva.”

Justo

15 de novembro, 2024 | 16:41

“Qt mais pobres e desinformados melhor para os políticos,”

Nelson Sampaio

11 de novembro, 2024 | 09:46

“Lendo todas deu pra entender que os eleitores e trabalhadores de simplesmente esqueceram como é votar certo foram despolitizados, estão votando de acordo com seus líderes religiosos.”

Lucimar Vasconcelos

11 de novembro, 2024 | 07:07

“Infelizmente Coronel Fabriciano e Ipatinga continuam optando por políticos que pouco investem em estrutura nos bairros mais pobres. Fico com pena porque são ludibriados principalmente por palavras soltas e aos ventos daqueles . em que eles confiam. A conta vai continuar chegando!”

Carlos Antônio Costa

10 de novembro, 2024 | 20:37

“Morei em Fabriciano e Ipatinga entre 1977 e 1983, já naquela época era muito grande o surgimento de "bairros" sem nenhuma infraestrutura, que acabaram se transformando em favelas. Esses municípios, depois que foram administrados pelo PT, vivenciaram gestores que não se preocuparam em urbanizar e levar melhorias para essas comunidades. A maioria dos nossos. Governantes não estão preocupados com os pobres e mais necessitados, por isso, esse desequilíbrio, onde os ricos ficam cada dia mais ricos e o pobre cada dia mais abandonado e fora do guarda-chuva governamental! Queiram ou não, o único partido que possui políticas públicas voltadas aos mais pobres é o Partido dos Trabalhadores!”

Jane

10 de novembro, 2024 | 15:00

“Cidadão, Chico e a gestão petista foi uma das poucas que fez junto com Lamego obras de impacto na região, como a malha viária que temos hoje, projeto de tratamento de esgoto que está se perdendo devido a gestões que não se preocupam com isto e permitem o retorno da construções desordenadas como as que existem debaixo da ponte da Vila Celeste e aumenta a cada dia ameaçando o ribeirão Ipanema com dejetos e invadindo área que deveria ser mata ciliar. Os poucos programas de habitação digna popular em Ipatinga foram na gestão do PT. Então não gostar do PT que talvez tenha te obrigado a assinar carteira de empregada doméstica eu até te entendo, mas distorcer a realidade é burrice.”

Rodrigo

10 de novembro, 2024 | 12:29

“Cidadão ,o erro do PT foi ter defendido o trabalhodor, brigado por direitos, ter feito greve, dado o direto a conquistar uma faculdade, a dignidade e o emprego melhor. A maioria viraram as costas e esqueceram do passado e a luta que foi pra chegar até aqui. Mas qdo a extrema direita fizer tudo que plenajaram aí não adiantará mais chorar. So restará lutar sozinho, aí me amigo verás que o tal comunismo era mesmo um fantasma.”

Pronto Falei de Novo

10 de novembro, 2024 | 09:04

“Resposta ao cidadao. O PT fez as vias Gerasa e Candido de Meire que direto alagavam, asfaltou cada alto de morro, depois da enchente de 92 tirou o pessoal dali onde hoje é novo centro. No mandato de Ferramenta foi feito o viaduto ali entre bom retiro e horto. Então Cidadao, já diria Romário: calado você é um poeta!”

Cidadão

10 de novembro, 2024 | 06:02

“Resposta ao Paulo. Não se esqueça que o PT esteve no comando das cidades do Vale do Aço por longos anos, entre a década de 1990 e os anos 2000. Teve duas décadas de chance de tirar o discurso do papel e investir em infraestrutura. E digo mais, não salva nem o Governo Ferramenta em Ipatinga. Fez pouco perto do que poderia ter feito. Chega a doer ver um boquirroto gaúcho assumir o protagonismo político regional, depois de fazer uma gestão que tirou do papel solução para gargalos históricos em Coronel Fabriciano. O PT teve chance de fazer melhor, mas em vez disso, preferiu desperdiçar a oportunidade de fazer a diferença e promover cabides políticos para empregar seus empafiosos "camaradas". Muito bom de discurso e péssimo na prática. A extrema direita ganhou espaço no Vale do Aço, não foi por acaso.”

Direto ao Ponto

09 de novembro, 2024 | 23:37

“Vamos falar a verdade sem hipocrisia.
A ÚNICA saída para o Brasil, Estados e cidades é o CONTROLE DE NATALIDADE. Quem pode ter filhos tem 2, quem não pode tem.5 ou mais. Crescimento populacional desordenado.”

Paulo

09 de novembro, 2024 | 22:58

“Dá pra acreditar que esse povo todo vota na direita? Kkk
Pentecostais, sem dignidade, sem direitos trabalhistas, sem perspectiva de aposentadoria, a favor de seus agozes. Esses, são os pobres de direita do nosso pobre Vale do Aço. Enchem o peito pra defender uma gente do mal.”

Professor Flávio Barony

09 de novembro, 2024 | 20:01

“Um triste diagnóstico da nossa região. E não é fácil consertar o que está errado, pois demanda muito dinheiro. O mínimo que se deve fazer é evitar novas edificações em áreas irregulares. O poder público tem que ser assertivo nesse controle da ocupação.”

Verdade

09 de novembro, 2024 | 12:43

“E por isso que não vemos a PM na periferia e nem a GCM nas ruas,pois Ipatinga mg é cidade perigosa.”

Leitor

09 de novembro, 2024 | 10:09

“E votando em políticos cada vez mais ricos !”

Gildázio Garcia Vitor

09 de novembro, 2024 | 09:25

“Brasil: pouquíssimos com muito e muitíssimos com pouco. Em tudo, moradias, Educação, saúde, mobilidade, terras agrícolas, renda, riqueza e, provavelmente, até concubinas.
A única medida que poderá mudar, pelo menos em parte, esta realidade, é uma Educação pública de qualidade.”

Envie seu Comentário