10 de novembro, de 2024 | 08:00

Grande decisão

Fernando Rocha *

O país vai parar novamente hoje em frente à TV, como no início da década de 80, para assistir à finalíssima da Copa do Brasil entre Atlético e Flamengo, na Arena MRV, com a vantagem do Rubro-negro carioca de poder perder até por um gol e ainda ser campeão, pois venceu o jogo de ida no Maracanã por 3 x 1.

Além de contar com a maior torcida, o Flamengo tem o maior faturamento do futebol brasileiro e do continente, o que o coloca em posição de investir pesado na equipe, muito à frente do Galo, embora o Alvinegro tenha um dos cinco melhores elencos do país.

Numa disputa tão acirrada entre dois grandes rivais, cada um se apega à lembrança do que mais lhe convém. No caso da torcida do Galo, recorda-se a goleada de 6 x 1 no Ipatingão, em 2004, com um show de Mexerica e seus companheiros; em 2013, numa decisão como a de hoje, estava 2 x 0 para o Olimpia; em 2014, era 2 x 0 a favor do Corinthians e do próprio Flamengo, que ainda fez mais um gol no Mineirão; em 2021, estava 2 x 0 para o Bahia no jogo que decidiu o Brasileiro, mas, em todas essas situações difíceis, o Galo conseguiu a virada e saiu vencedor.

Atuação perfeita
O técnico do Galo, Gabriel Milito, quando acerta é um gênio e, quando erra, é chamado de “Professor Pardal”. Hoje, se quiser conquistar o título e dar a primeira volta olímpica na nova casa do Galo, terá que “inventar” algo diferente e fazer com que sua equipe tenha uma atuação perfeita, épica, para surpreender e vencer o ótimo time do Flamengo por dois gols ou mais de diferença.

A dobradinha Rubens e Arana, que deu certo contra o Vasco na semifinal, não funcionou no Maracanã e não deve se repetir. Além disso, não tem Deyverson e Fausto Vera, impedidos de jogar pelo regulamento, mas ganhou Bernard e Zaracho como reforços.

Milito precisa também encontrar alternativas para marcar e anular peças importantes do Flamengo, como o meia uruguaio Arrascaeta, que se tornou um “carrasco” do Atlético.

A única certeza é que não há certeza alguma, e só quando a bola rolar veremos quem tem mais lenha para queimar.

FIM DE PAPO
· A presunção da inocência é, sim, um direito do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, envolvido em um grande escândalo, juntamente com familiares e amigos, sob suspeita de fraude em apostas. Mas o fato de o Flamengo não afastá-lo dos jogos e ainda lhe dar a faixa de capitão, ao menos até que se tenha uma noção exata do tamanho do problema, mostra um absurdo e falta de escrúpulo enormes por parte da diretoria, proporcional à gravidade que as evidências deste caso apontam. Ambos, atleta e diretoria do clube, são favoritos ao “Troféu Óleo de Peroba/2024”.

· O cruzeirense está chateado, com razão, pois até o momento jogadores e o técnico Fernando Diniz não têm falado a mesma língua. Alguns, como o craque do time, Matheus Pereira, já demonstram publicamente seu descontentamento com as ideias do treinador. Fato é que o time do Cruzeiro com Diniz no comando piorou em relação ao que vinha apresentando com o ex-técnico, Fernando Seabra. Não há nenhuma evolução, sobretudo nos fundamentos de jogo dos quais o técnico não abre mão, como a saída de bola da defesa, que tem sido um desastre.

· Acho que o clima ruim com a torcida tende a ficar pior na medida em que as vitórias não aconteçam. O revolucionário e badalado Diniz tem apenas uma vitória em 16 jogos no Campeonato Brasileiro desta edição, somando Fluminense e Cruzeiro. São míseros 8 pontos ganhos em 48 disputados: 10 derrotas, 4 empates e apenas 1 vitória, um desempenho catastrófico de 16,66% de pontos ganhos. Para efeito de comparação, o Guarani, lanterna da Série B, tem aproveitamento de 29,5% dos pontos disputados. Dito isso, caso não vença a Copa Sul-Americana, cuja final será no próximo dia 23, em Assunção, no Paraguai, contra o Racing da Argentina, dificilmente Diniz terá condições de permanecer no cargo para iniciar a temporada de 2025.

· Quando se trata de decisão entre Atlético e Flamengo, não há como ignorar a arbitragem, devido aos registros históricos de atuações desastrosas e até suspeitas em outras ocasiões, sobretudo nos anos 80, que favoreceram o clube carioca. O árbitro Raphael Claus (SP) apitará hoje a decisão e no VAR estará a também paulista Daiane Muniz, ambos considerados atualmente os melhores do quadro da CBF. Como a TV transmite para o mundo inteiro utilizando mais de 30 câmeras, em tese, não haveria mais possibilidade de alguma mutreta a ser feita pelos assopradores de apito. No entanto, é bom nos acautelarmos, pois como já dizia Ibrahim Sued, o inventor do colunismo social brasileiro: “Olho vivo, que cavalo não desce escada”. (Fecha o pano!)
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