07 de novembro, de 2024 | 18:01

Eleição de Trump pode impactar a indústria do aço na região

Promessa de campanha do candidato eleito presidente dos Estados Unidos pode aumentar o preço da comercialização do aço brasileiro no país estadunidense

Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
No mês de setembro, a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) gerou 598 novos postos de trabalho formais, ou seja, funcionários contratados dentro do regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Apesar de o resultado ter sido o mais expressivo no 3º trimestre do ano, o geógrafo William Passos, coordenador de estatística e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) campus Ipatinga, afirma que o resultado ainda está abaixo do histórico da região. Além disso, o desempenho do setor industrial continua gerando preocupação.

“Para o padrão histórico da região, não é um saldo alto; o Vale do Aço vem enfrentando problemas muito grandes de geração de vagas na indústria”, pontua. “Quando a economia da região está saudável, a indústria gera muitas vagas, puxa o emprego e acaba gerando consumo, que, por sua vez, gera emprego na construção civil, no comércio e no setor de serviços. Mas, quando a indústria vai mal, a economia do Vale do Aço, como um todo, não tem um comportamento muito bom”, continua.

Efeito Trump
Segundo William, a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos pode impactar negativamente o desempenho do setor. Antes mesmo de ser eleito, o político afirmou que pretende impor uma tarifa “automática” de 10% ou 20% sobre todas as importações para os EUA, além dos 60% sobre a China.

“Nos últimos anos, o aço brasileiro vem enfrentando concorrência com o da China, que entra no Brasil muito barato. As indústrias brasileiras têm muita dificuldade de conquistar o mercado e de competir com o aço chinês, porque acabam vendendo o aço com custo mais alto. Mas com a vitória de Donald Trump, podemos ter uma piora no desempenho tanto da produção do aço brasileiro quanto da geração de vagas na indústria siderúrgica e na metalúrgica, porque ele anunciou que vai voltar a proteger a indústria do aço norte-americana”, explica o geógrafo.

Ele ainda acrescenta que “a maior parte da exportação da indústria brasileira de aço vai para os Estados Unidos, então, naturalmente, uma sobretaxa sobre o aço nacional impactará as vendas e, consequentemente, a indústria do Vale do Aço, especialmente o parque industrial de Ipatinga, que é o principal da região, o que mais produz e gera empregos com carteira assinada”.

Conforme dados do Instituto Aço Brasil, divulgados em uma reportagem da Folha de São Paulo publicada em maio deste ano, 48,7% dos produtos siderúrgicos exportados pelo país em 2022 foram para os Estados Unidos, enquanto cerca de 9,5% foram para países da União Europeia e 9,4% para a Argentina.

Desempenho dos municípios
No mês de setembro, Coronel Fabriciano teve 863 admissões por carteira assinada e 700 demissões, o que gerou um saldo positivo de 163. Os outros três municípios também apresentaram bom desempenho. Ipatinga fechou o mês com saldo de 241 empregos formais gerados, Santana do Paraíso 17 e Timóteo 177.

Os números são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado na semana passada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e extraídos pela reportagem do Diário do Aço.

Setores
O setor industrial, mais uma vez, teve um saldo negativo no acumulado dos quatro municípios: foram 695 admitidos e 703 demitidos. O principal responsável pela geração de empregos foi o comércio. “Quem puxou o emprego na região foi o setor de comércio, que gerou 377 novas vagas. Foram 1.439 admitidos contra 1.102 desligamentos. O setor de serviços teve um saldo de 276 novas vagas. Normalmente, com a desaceleração da indústria no Vale do Aço, quem tem puxado o emprego é o setor de serviços. Mas no mês de setembro houve uma exceção, e quem puxou o emprego acabou sendo o setor de comércio”, concluiu o estatístico.

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Comentários

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Jane

10 de novembro, 2024 | 15:32

“No início de 2023 o nosso atual governo conseguiu reverter alguma decisões do governo americano que nos prejudicavam no comércio. Nem sei se a imprensa divulgou devidamente vendida como é para extrema direita. Mesmo o ex-presidente não tendo feito nada para defender o aço brasileiro foi recebido por uma orda de adoradores e muito bajulado na Usiminas que é uma empresa com chefia que é viúva da ditadura militar até hoje. Ver um prefeito comemorar um cara eleito no EUA e que vai prejudicar muito o Brasil e especial a indústria do aço local diz muito do falso patriotismo do patriotário. Aliás não é raro ver gente de camisa amarela xingando o BRasil na internet como se não fosse eles parte do problema.”

Trindade e Tobago

08 de novembro, 2024 | 17:21

“Pau que dá em Chico da em Francisco turma da siderurgia. Ano passado não fizeram pressão para taxar aço chinês e poderem continuar vendendo caro? Então, agora segura essa rajada protecionista.”

Rj

07 de novembro, 2024 | 18:46

“Ô Feliz, deixe de ser infeliz! Então você acredita que as negociações sobre comércio internacional são semelhantes às da vendinha do sêo Zé? Por acaso já ouviste falar sobre a OMC?!
Em 2017 o governo Trump taxou o alumínio e o aço globalmente, poucos países ficaram de fora, e o Brasil, governado pelo Minto Inelegível, que faz continência para a Bandeira dos EUA, não era um desses, mas o México, o Canadá e países da União Europeia eram.”

Pronto Falei

07 de novembro, 2024 | 18:33

“Somos.comtra o aço chinês e pedimos taxação. Mas e agora? Se os americanos taxarem nossos produtos - já fizeram isso com aço e produtos agrícolas - vamos concordar ou achar ruim?
Embora lá bater continência para bandeira de EUA e bandeira de Israel, massa de manobra ( aih, porque o comunismo vai prejudicar o Brasil. Kkk )”

Handson

07 de novembro, 2024 | 18:17

“O tal Bolsonarista sempre foi e será sem cérebro, simples assim o fujão do Bozo e seus filhos vão EUA, pois fizeram seus pés de meia aqui e recebem doações de PIX de um monte de tontos, os tontos por sua vez vão reclamar do Lula, por outro lado o pimentão do Trump vai taxar nossos produtos, principalmente o aço, muitos Prefeitos Bolsofezianos vão chorar a queda das receitas e repasses do Governo Federal, ô culpando, o Gustavo Nunes vibra com o Trump e leva chumbo so invés de aço, reclamam da China que o nosso maior comprador e batem Palmas para os EUA que nosso pior investidor. Vão chorar na cama Bolsofezianos, 22 é número dos loucos.”

Saraiva

07 de novembro, 2024 | 17:05

“Aperta 22 e confirma gadaiada, esse papinho de Deus pátria e família vai atrapalhar muitos pais de família, o pobre de direita, vão aprender do pior jeito o que é ser desccartado.”

Gildázio Garcia Vitor

07 de novembro, 2024 | 16:59

“O maior problema para a siderurgia brasileira, nos últimos anos. tem sido a concorrência descaradamente desleal do aço chinês, barato e de qualidade duvidosa.
Não acredito que o governo americano vá tomar alguma medida drástica contra os produtos brasileiros importados por ele. A briga, ou melhor, a " Guerra Comercial", deve continuar sendo entre EUA x China, o que pode atingir o. Brasil indiretamente, com um aumento da entrada de produtos chineses no país.”

Renato

07 de novembro, 2024 | 15:14

“E nosso prefeito comemorando a vitória do Trump em sua rede social. Impressionante!...”

Frederico

07 de novembro, 2024 | 13:48

“Sabemos orar sim, e votar também, mas infelizmente nem todos sabem, depois ficam jogando culpa nos outros, eu vou ter do Bolsonaro, mas provavelmente mesmo que ele consiga ficar elegível, dessa vez não vai ter o meu voto, Deus vai mostrar uma pessoa para estar a frente do Brasil mas preferencialmente que não seja um comunista.”

Jns

07 de novembro, 2024 | 12:48

“Vivendo a vida loucamente

O lado bom da avassaladora vitória de Donald Trump pode representar uma virada radical na vidinha modorrenta dos moradores do Vale do Aço.

Os patriotas desempregados poderão produzir e vender colarzinhos, brinquinhos, pulseirinhas e outras miçanguinhas para curtir o idílico pôr do sol nos fins das tardes calientes nas praias do nosso belíssimo litoral.”

Cidadão

07 de novembro, 2024 | 11:37

“Eu queria é mandar um salve para pessoas aqui no Vale do Aço que estavam comemorando a vitória do trump. Eu estou realmente impressionado com a ignorância das pessoas ultimamente. Assustadora.”

Tião Marreta

07 de novembro, 2024 | 10:41

“Permita-me discordar, a geração de emprego na região tem haver com baixa remuneração das Indústrias na região. Muitos preferem ser autônomos e ganharem quase ou até o dobro, sem ter que ficar aguentando chefia pelega que não respeita o funcionário e que é tão funcionário quanto o subordinado. Antes todos tinham o sonho de fichar nessas empresas, hoje tem pesadelos. Ou mudam a mentalidade e valoriza a mão de obra nativa Oi vai ficar vendo esses profissionais tomando o rumo do aeroporto para outros estados. Usiminas fica uma dica, nada muda se a empresa não mudar.”

Marcos Oliveira

07 de novembro, 2024 | 10:09

“TRUMP VAI ATRAPALHAR A DEMOCRACIA, O MEIO AMBIENTE, A PAZ... ELE SINTONIZA COM OS ESPÍRITOS DA BARBÁRIE, ENCARNADOS E DESENCARNADOS.
A maior necessidade atual no mundo continua sendo DISCERNIMENTO. A falta de discernimento mata até o amor das pessoas.”

Feliz

07 de novembro, 2024 | 09:58

“Agora quero ver o lula ir lá e sentar junto com Trump e pedir pra baixar o imposto sobre o aço brasileiro ou seja nos próximos dois anos serão sombrios sobre Ipatinga e região que dependem da usiminas”

Marcos

07 de novembro, 2024 | 09:10

“Ainda tem gente puxando saco do Donald Trump, e outros aplaudindo se dizendo patriotas, mas achando bom o Brasil se lascar. Usam a palavra família mas já estão no quarto casamento, usam o nome de "DEUS" mas não sabem nem orar, e um monte de bobos acreditando em tudo.”

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