06 de novembro, de 2024 | 17:08
Autor confesso da morte brutal da namorada no Cidade Nova é condenado a 56 anos de prisão
Em julgamento concluído na tarde desta quarta-feira (6), no Tribunal do Júri da Comarca de Ipatinga, Arnaldo Nunes Gomes, de 28 anos, foi sentenciado a 56 anos e 8 meses de prisão pela morte da namorada, Naiele Cristine Rodrigues de Assis, de 24 anos. O crime foi praticado em 7 de abril de 2023, na frente da filha dela, uma menina que tinha quatro anos de vida na data do fato.Vários familiares da vítima acompanharam o julgamento durante toda quarta-feira. Ao fim da sessão, disseram que se sentiam satisfeitos com a pena prolatada pelo juiz Felipe Ceolin Lírio, que presidiu a sessão. Entretanto, manifestaram a esperança que a pena seja efetivamente cumprida pelo condenado.
O conselho de sentença acatou todas as qualificadoras: motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio (por razões da condição do sexo feminino da vítima). Pesaram na pena também o fato de o crime ter sido cometido na frente da criança, filha da vítima.
O denunciado foi preso no local do crime, no dia do fato. Em entrevista à reportagem do Diário do Aço na data, Arnaldo confirmou a autoria do crime. Na sessão desta quarta-feira ele manteve a confissão.
O que diz a família
Tia da menina sobrevivente, Eduarda Mendes saiu emocionada do plenário da Câmara Municipal, onde ocorreu o julgamento e, em entrevista ao Diário do Aço, disse que a pena foi dentro do que a família esperava. Esperamos que ele fique muito tempo preso e cumpra essa sentença. Agradecemos ao corpo de jurados”, afirmou.
Quanto à criança, Eduarda disse que a sobrinha mora com o pai, mas frequenta a casa das tias. Ela fala muito da mãe, pergunta muito da mãe dela, pois sente falta. Direto ela fala sobre o que aconteceu, com detalhes. Nós a levamos para fazer acompanhamento psicológico. Damos todo apoio para que supere o que ela viveu”, concluiu.
Ex-companheiro de Naiele, o jovem Gabriel Leandro Almeida Rosa afirmou que a sentença representou um alívio, pois assegura que o assassino da mãe de sua filha permanecerá preso por um longo tempo. Havia temores que ele fosse solto e fizesse alguma coisa contra a menina, que todo dia tem medo. Ela vive traumatizada com o que viu. Ela se lembra que o assassino da mãe tinha uma faca na mão e lembra-se das facadas que a mãe levou. Conta que gritava pedindo socorro às pessoas. Viu a mãe ser assassinada. Agora temos um tratamento com um psicólogo, e vamos levando a vida”, detalhou.
Reprodução
Arnaldo Nunes Gomes, de 28 anos, foi sentenciado a 56 anos e 8 meses de prisão pela morte da namorada, Naiele Cristine Rodrigues de Assis, de 24 anos em 7/4/2023

Crueldade sem limites
O promotor de Justiça, Igor Citelli, afirmou que a pena de 56 anos e 8 meses foi uma condenação exemplar para o réu, frente à barbaridade e à selvageria envolvidas. É o crime mais bárbaro que já tratei, dentre tantos crimes. Cada crime tem sua peculiaridade, mas poucas vezes eu vi uma situação tão assustadora quanto a deste caso. Além de toda a crueldade empregada, a filha de quatro anos testemunhou tudo”, destacou.
Sobre os seguidos casos de feminicídio na região, o promotor lembrou que ninguém é dono de ninguém e não se justifica matar uma pessoa por desentendimento em um relacionamento. Nenhum homem é dono de uma mulher, temos que mudar essa cultura machista do Brasil, que vem se agravando nos últimos anos, mesmo com o rigor da Lei Maria da Penha. E eu destaco a nova lei que agora tornou o feminicídio um crime, digamos, autônomo em relação ao homicídio, e agravou por demais a pena. O feminicídio hoje é o crime mais grave do Código Penal. A pena mínima vai de 20 a 40 anos e mesmo assim, infelizmente, ainda farei muitos julgamentos de feminicídio”, acrescentou o representante do MP.
Defesa
A defensora pública, Ana Elisa Carvalho Fernandes, anunciou que apresentou recurso para aplicar uma pena mais adequada ao caso. Foram ouvidas testemunhas, foi reconhecida a motivação, ele confessou em plenário e nós interpusemos o recurso. A nossa tese principal foi em relação às qualificadoras, que levaram ao aumento da pena, no entender da defesa, excessiva”, resumiu.
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Como foi o crime
Conforme a denúncia do Ministério Público, formulada pelo promotor Jonas Junio Linhares Costa Monteiro, que na época atuava na Comarca de Ipatinga, no dia que antecedeu o crime (6/4), Arnaldo Nunes descobriu uma possível traição da vítima, com quem mantinha um relacionamento amoroso havia aproximadamente um mês. No dia seguinte do crime, o denunciado foi a uma padaria do bairro Cidade Nova para fazer uso de bebida alcoólica (cerveja).
Após embriagar-se, foi até a residência da vítima e iniciou com ela uma severa discussão por não aceitar o término do namoro e por ela não o querer mais em sua residência. Inconformado, pegou uma faca e atacou Naiele, efetuando diversos golpes pelo corpo dela.
O jovem ainda pegou um botijão de gás e o arremessou contra a cabeça da vítima. Foi averiguado ainda que ele cortou a mangueira do botijão e a colocou próximo ao rosto da jovem para asfixiá-la. Por fim, também se apossou de uma pedra de granito de uma mesa e a jogou em cima do corpo da vítima. Todos os fatos ocorreram na frente da filha da vítima, de apenas quatro anos.
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Justiceiro
07 de novembro, 2024 | 11:20Mas mesmo que ele não fique esse tempo todo a moça que ele matou tem família amigos ou alguém que vai se doer por ela se ele sair antes acaba morrendo quem mata morre matado.”
Meirevan Faria Vieira
06 de novembro, 2024 | 20:56Espero que esta pessoa cumpra sua pena sem saidinha.pois .Ele não sentiu pena Men da mãe nem da filha ,só não matou a menina por falta de oportunidade se sair com certeza assim fará .nosso código penal tem que ser mudado.”
Flecha Ligeira
06 de novembro, 2024 | 20:09Podem colocar 200 anos condenação, não fica 16 anos, com restrição de liberdade.”