02 de novembro, de 2024 | 12:23

Pé-de-Meia Licenciatura pagará mais de R$ 500 para futuros professores

Informações da Agência Brasil
José Cruz/Agência Brasil
As informações foram antecipadas, nesta sexta-feira (1º), pelo ministro da Educação, Camilo Santana.As informações foram antecipadas, nesta sexta-feira (1º), pelo ministro da Educação, Camilo Santana.

Estudantes que utilizarem a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para cursar licenciaturas poderão receber bolsas mensais de mais de R$ 500. A medida faz parte do Pé-de-Meia para Licenciaturas que será oficialmente anunciado este mês. A intenção é que a bolsa comece a ser paga já em 2025. As informações foram antecipadas, nesta sexta-feira (1º), pelo ministro da Educação, Camilo Santana.

Segundo Santana, os estudantes serão selecionados para o programa com base na nota do Enem. A ideia, segundo o ministro, é atrair bons alunos para que possam ser futuros professores nas escolas brasileiras. “A gente quer que os bons alunos possam fazer a licenciatura, está faltando professor de matemática, de física, de química, de biologia”, disse.

O ministro não divulgou ainda o valor exato do benefício, mas explicou que, assim como o Pé-de-Meia para o ensino médio, os estudantes receberão recursos que ficarão retidos em uma poupança, que poderão acessar quando concluírem a formação.

“Vai ser apresentado este ano, já para começar no próximo ano, porque a gente quer ver se a gente consegue usar o Enem agora. A gente já quer que o aluno no Enem, ele já saiba que ele vai receber uma bolsa, se ele escolher a licenciatura. Ele já vai entrar na universidade com uma bolsa paga pelo governo. É uma forma de estimular. Além de uma bolsa, ele vai ter uma poupança”, antecipou o ministro.

Mais professores
O Pé-de-Meia para Licenciaturas faz parte de um conjunto de ações do governo para valorizar os professores brasileiros da educação básica.

Santana pretende também criar incentivos para os professores que já estão em sala de aula. A pasta pretende criar o Mais Professores, inspirado no programa Mais Médicos, que oferece incentivos aos médicos para trabalharem em locais onde há maior demanda por profissionais de saúde e pouca assistência.

“[Programa no qual] o professor possa receber um plus a mais no salário dele, para ele ir para aquela escola, para aquela cidade que não tem um professor, como o Mais Médico. O governo federal paga ele para ir para um município que não tem médico. Então é mais ou menos na lógica”, disse o ministro.

Segundo Santana, é preciso valorizar a profissão docente no país. “Tem países que reconhecem como a principal profissão, no Brasil as pessoas não estão querendo mais ser professoras, não só por questão de remuneração, mas por falta de reconhecimento, de valorização. A ideia também aqui é criar uma cultura nesse país que as pessoas reconheçam o papel do professor, até porque todos nós passamos por ele, desde criança”, defendeu.

Pesquisas mostram que, por conta do desinteresse, o país corre o risco de um apagão de professores sobretudo nas escolas. Dados do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) mostram que, até 2040 o Brasil, poderá ter uma carência de 235 mil professores de educação básica.

Orçamento
As ações anunciadas dependerão, no entanto, de disponibilidade orçamentária. Em relação a quantidade de bolsas que serão ofertadas pelo Pé-de-Meia das Licenciaturas, o secretário executivo do MEC, Leonardo Barchini, disse, em entrevista nesta semana, que a quantidade de bolsas dependerá de quanto houver disponível no orçamento da pasta para o próximo ano.

Em um momento de revisão de gastos obrigatórios do governo federal, o ministro garantiu, nesta sexta-feira, que “nenhuma política e programa que está em andamento será atingida por conta de qualquer medida do governo federal”.
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Comentários

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Jane

08 de novembro, 2024 | 21:50

“Se conseguirmos uma cultura de valorização do professor no Braseil, já teremos um vitória e esta valorização não pode ser apenas financeira. Tem que ocorrer uma mudança de mentalidade inclusive dos professores que muitas vezes não sabem manter a postura tanto de ser um mestre da vida dos alunos. Concordo com Gildázio precisamos melhorar a formação dos professores. O curso de licenciatura e pedagogia deveria cobrar notas altas para ingresso.
E deveria se ensinar os fundamentos de metodologia científica já no ensino fundamental, para não continuarmos a ter uma geração jovem tão machista, misógina e anti-ciência como se fossem nascidos no século XIX. Segurar um celular na mão o tempo todo e ser hábil em joguinho online não é prova de inteligência, o fato de manipular um aparato sofisticado como notebooks ou smartphone não forma gênio, muitas vezes somente primatas com habilidades com tecnologia.”

Gildázio Garcia Vitor

03 de novembro, 2024 | 08:10

“Que horror! O que precisa fazer é valorizar a carreira do Magistério e pagar salários compatíveis com as demais profissões. Só assim para termos bons estudantes do Ensino Médio, aqueles que conseguem acima de 700 no ENEM e acima de 900 na Redação, e, com isso, melhorar a qualidade da Educação Básica pública do país.
Afinal, só produz qualidade quem tem qualidades!
A maioria das pessoas que têm feito Pedagogia ou Licenciaturas nas últimas décadas somos oriundos da zona rural ou das periferias, de escolas públicas de baixa qualidade (isso deve ser um pleonasmo), de famílias carentes financeiramente e intelectualmente e graduação em Faculdades particulares de péssimas qualidades. E para piorar, nos últimos anos fazem EaD e muitos são extremamente religiosos fundamentalistas e anticiências.
A minha reconhecida mediocridade está relacionada à uma graduação em História na Faculdade de "fim de semana" de Caratinga. A de Geografia, nem te conto.”

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