02 de novembro, de 2024 | 06:00

Outra final

Fernando Rocha

Depois de se classificar para a final da Libertadores, o Atlético inicia outra decisão, desta vez da Copa do Brasil, enfrentando neste domingo (3) o seu maior e eterno rival interestadual, o Flamengo, no Maracanã lotado por mais de 60 mil torcedores rubro-negros.

Este Atlético, comandado fora de campo por Gabriel Milito e dentro dele por Hulk, Arana, Scarpa, Paulinho, Bataglia e outros jogadores experientes, acostumados a grandes decisões, se tornou um time de copas.

Pode até não ser um time de atuações sempre vistosas, mas, após oscilações grandes ao longo deste 2024, encontrou uma forma de competir nos mata-matas, com muito volume ao jogar em casa e muita capacidade de limitar as situações de perigo dos rivais quando atua como visitante.

Já vimos a força deste Galo nos mata-matas recentes, por isso é que, diante do forte time do Flamengo, a massa atleticana espera outro jogo duro, equilibrado e competitivo, de uma equipe que sabe o que quer e vai em busca do tricampeonato na Copa do Brasil e o bi da Libertadores.

Cabuloso voltou
Depois de 15 anos, o Cruzeiro chegou novamente a uma final de competição continental, para enfrentar o argentino Racing, que eliminou o Corinthians na outra semifinal.

Foi um jogo muito disputado contra o Lanús, bom de se ver, com chances criadas dos dois lados, por isso o placar magro de 1 x 0 favorável ao Cruzeiro não disse tudo o que aconteceu no acanhado La Fortaleza.

Se tivesse de eleger o melhor em campo seria o goleiro Cássio, que, além de ótimas e impressionantes defesas, foi um importante líder orientando os companheiros.

Muito pressionado devido aos seis jogos sem vencer no comando da Raposa, o técnico Fernando Diniz deu a volta por cima, conquistou a classificação e, ao colocar a Raposa na final da Copa Sul-Americana, deu também um recado ao continente: o “cabuloso voltou”.

FIM DE PAPO

Há dez anos, o Atlético de Ronaldinho Gaúcho vencia a decisão da Copa do Brasil, disputada contra o rival Cruzeiro, o que deixou Minas Gerais na condição de protagonista do futebol nacional. Agora, nossos dois maiores clubes decidirão as duas mais importantes competições do continente, a Libertadores e a Sul-Americana, ou seja, voltamos novamente, ao topo, para desconforto da imprensa do eixo Rio-SP.

Vale ressaltar que a ESPN/Brasil fez uma grande cobertura da partida decisiva no Monumental de Nuñes, que classificou o Galo para a decisão do título da Libertadores. Mandou um grande número de profissionais para fazer a cobertura “in loco” e deu total apoio ao Atlético, muito diferente do que se vê no dia a dia, quando prioriza e destina quase todo o espaço da sua programação aos noticiários dos times paulistas e cariocas.

Longe de sentir pena da choradeira que se instalou na imprensa argentina, após a eliminação do River Plate pelo Atlético, que escancarou a supremacia dos times brasileiros no continente. Claro, a situação econômica do nosso país, hoje muito mais estável do que a dos vizinhos sul-americanos, permite aos nossos clubes irem ao mercado e contratar alguns dos melhores jogadores e treinadores, o que eleva o nível das equipes nacionais. Mas longe de ser esta a única causa da atual supremacia materializada na conquista das últimas cinco, e indo para a sexta consecutiva, Libertadores pelos clubes brasileiros.

Desde o início deste século que as TVs transmitem todos os jogos ao vivo, com mais de 30 câmeras, o que obriga a existência de uma segurança maior nos jogos oficiais, além da entrada do VAR, que limitou as armações das arbitragens, a manipulação de resultados e significou um duro golpe no antijogo que imperou por décadas controlado pelos nossos hermanos, com seus dirigentes e confederações mafiosas. As boas premiações, também, fizeram com que os clubes brasileiros se interessassem mais pelas competições da Conmebol. Hoje, para voltar a conquistar títulos nas disputas continentais, nossos vizinhos terão de se organizar, obter êxito dentro de campo, ganhar na bola, sem o antijogo característico e as maracutaias de bastidores que eram suas práticas comuns nos labirintos da Conmebol. (Fecha o pano!)

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